O presidente russo, Vladimir Putin, vai enviar um mediador para a Ucrânia, atendendo a um pedido de seu colega e aliado no país vizinho, Viktor Yanukovich. O anúncio foi feito pelo Kremlin hoje(20).
O enviado será encarregado de fazer a ponte entre governo e oposição, cuja trégua não foi respeitada pelos manifestantes e pela polícia. Os confrontos deixaram ao menos 39 mortos confirmados apenas hoje.
"Vladimir Putin decidiu mandar o ombudsman de direitos humanos Vladimir Lutkin para essa missão", afirmou o governo russo, em comunicado.
As manifestações tiveram início em novembro, quando, por pressão russa, o governo recusou um acordo comercial com a União Europeia. Milhares de pessoas tomaram a praça Independência, onde fica a sede do governo, em Kiev.
Em resposta, a Rússia anunciou uma compra de US$ 15 bilhões em títulos do governo ucraniano como ajuda para tirar o país de uma crise econômica, além de desconto no fornecimento de gás natural, do qual o país vizinho depende.
Os confrontos mostram que nem o governo nem os principais líderes da oposição têm mais controle sobre as forças policiais e os manifestantes no centro de Kiev. Oleh Mykhnyuk, líder de uma das ocupações, afirmou que, mesmo após decretada a trégua, os manifestantes atiraram coquetéis molotov contra a polícia.
O Ministério do Interior pediu à população da capital que fique em casa e acusaram os opositores de usarem armas e sequestrarem 67 agentes da polícia. Para o governo, essa é uma justificativa para o uso de armas letais contra os manifestantes.