O ensino remoto aplicado em 2020 levou alunos do quinto ao nono ano de Mato Grosso do Sul a aprenderem em torno de 30% a menos em comparação com um ano letivo normal, enquanto no ensino médio, as perdas de conhecimento no estado variam entre 27 e 28%. É o que revela estimativa contida em uma pesquisa organizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Instituto Lemann.
A nível nacional, calcula-se um retrocesso de quatro anos na educação brasileira em grande parte motivado por um sistema de aulas à distância mal estruturado, que esbarrou em dificuldades técnicas dos próprios estudantes em acessarem todo o material e dedicar tempo considerável aos conteúdos.
O Correio do Estado teve acesso ao material. A metodologia envolveu análise de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Foram levados em conta apenas a segunda etapa do ensino fundamental e os três anos do ensino médio. Considerou-se que 72% do último ano foi prejudicado pela pandemia, já que quase todas as unidades da federação haviam fechado as escolas em 15 de março.
Em poucas palavras, os cientistas olharam a evolução dos estudantes no Saeb para simular qual seria o aprendizado de um estudante em 2020. A partir daí foram considerados três cenários. No otimista, os alunos aprenderiam em casa a mesma coisa do que no sistema presencial. No intermediário, o conhecimento seria proporcional às horas gastas com as atividades escolares. Já no pessimista, não aprenderiam nada.