Sobrecarga de trabalho, dificuldades financeiras e falta de remédios. Este é o panorama da Santa Casa de Campo Grande neste mês de setembro.
A diretoria informou em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira,16, que até o momento estão em falta 138 medicamentos no hospital.
De acordo com o Presidente da Santa Casa, Heber Xavier, a quantidade de medicamentos disponíveis e a dificuldade de adquiri-los no mercado contribuem para esse cenário de desabastecimento. “Com a pandemia alguns medicamentos tiveram acréscimos de até 133%, os principais são os anestésicos e analgésicos”, informa.
Desde março, a Santa Casa passou a fazer um trabalho de suporte ao Hospital Regional, que se tornou o polo de tratamento da doença em Campo Grande. Com o direcionamento de alguns casos, “passamos a atender alguns tipos de pacientes única e exclusivamente”, relata o superintendente, Luiz Alberto Kanamura.
Ele ainda levanta a preocupação pela taxa de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo o superintendente, a taxa de ocupação beira os 100%. “De 80 leitos de UTI temos apenas um desocupado”. E sentencia: “estamos caminhando para uma situação de dificuldade financeira, talvez não conseguiremos manter a porta aberta”.
Kanamura se refere à alta dívida que a Santa Casa tem atualmente. “São 70 milhões acumulados no ano e cerca de pouco mais de 6 milhões”.
Assessoria de imprensa informou que dos 635 pacientes internados na Santa Casa 613 são do SUS. A fila de espera para um leito no hospital é de 47 pessoas. “Até a área verde não consegue ser atendida”, diz Kanamura sobre os pacientes de menor gravidade que têm de esperar muito tempo por atendimento.
Com o agravamento da pandemia, os trabalhadores também sofrem. “Tivermos mais de 200 colaboradores afastados e m alguns períodos. Isso é quase 30% da força de trabalho”, afirma o Presidente Heber Xavier.
Os dirigentes afirmaram que os repasses feitos pela Prefeitura e Governo do Estado estão com atraso de 11 dias. São 7,6 milhões de reais represados no total. Kanamura afirma que 5 milhões deveriam ser pagos pelo município e os demais 2,6 milhões do MS venceram no dia 5 de setembro.