Em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, o secretário de saúde do município, José Mauro Castro Filho, usou argumentos contrários ao passaporte da vacina.
O tema tem provocado polêmica, o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, por exemplo, é favorável que estabelecimentos, empresas e indústrias restrinjam a circulação de pessoas não vacinadas em seus ambientes.
“Tem capacidade de fiscalizar essa lei? O município tem como fiscalizar a aplicação dessa lei? Ou vai ser criada para não ser fiscalizada? O objetivo de todo mundo da Saúde é a diminuição do número de pessoas internadas e de casos confirmados”, afirmou José Mauro Filho.
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Mais cedo, em evento do governo do Estado e da Federação da Indústria (Fiems), que tratou da retomada econômica pela ampla vacinação, o passaporte da vacina foi defendido pelas autoridades.
Nele, conforme disse Geraldo Resende ao Correio do Estado na semana passada, eventos e empresas teriam de impedir pessoas não vacinadas de circular em áreas com mais de 100 pessoas.
A medida tem fomentado a polêmica, e tem causado ressonância em meios políticos, sobretudo nos alinhados com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Na semana passada, na abertura da Assembleia Geral das Nacões Unidas, Bolsonaro posicionou-se contra o passaporte da vacina.
Aliás, foi um dos alvos das restrições em Nova York, cidade que adota o passaporte da vacina. Não pode entrar em estabelecimentos fechados, e teve suas refeições em uma calçada adaptada de uma churrascaria, e comer pizza na calçada.
Na Câmara de Campo Grande, o ambiente está dividido, uma claque, de pessoas mais alinhadas com o bolsonarismo, tem aplaudido os que se posicionam contra o passaporte. Por outro lado, os defensores da vacinação em massa também se fazem presentes.
FAVORÁVEIS
Na audiência pública desta segunda-feira, na Câmara dos Vereadores de Campo Grande, também existem os favoráveis ao passaporte. Caso dos deputados estaduais do PT, Pedro Kemp e Amarildo Cruz.
“Se não tem vida pra que se serve a liberdade?”, ponderou Amarildo Cruz, ao rebater o argumento da liberdade de não se vacinar, sobre a qual se sustenta os contrários às restrições para não-vacinados. “Os que não foram vacinados não têm o direito de colocar em risco a vida de todos os outros(...)Nós temos compromisso com a vida, dizemos sim a vacina e ao passaporte de vacinação”, complementou.
“Falam que a vacina muda o DNA das pessoas, eu queria saber a fonte disso? As pessoas falam fake news, eu li que no correio do estado q o número de infectado caiu em 80%, essa é a verdade! Caio o número de infectados porque as pessoas tomaram a vacina, a vacina não mata! Quem não acredita na ciência vai estudar”, disse Pedro Kemp.
PROJETOS DE LEI
Na Assembleia Legislativa, há um projeto de lei, do Deputado Capitão Contar (PSL), contra o passaporte da vacina. Também é aguardado um projeto a ser protocolado pelo governo do Estado.
Na Câmara de Vereadores, onde ocorre a audiência pública, há iniciativas favoráveis ao passaporte da vereadora Camila Jara (PT), e uma contrária, do vereador Thiago Vargas (PSD).