A denominação registrada em cartório é Celaiu Ortiz Vilalta, mas segundo o "dono" do nome, essa foi uma alternativa encontrada pelo tabelião, em julho de 1982, para traduzir a verdadeira identidade: "Seiláeu". "A gente quando chega a uma certa idade tem que pensar em uma identificação nossa. Essa é a minha", declara o comerciante.
Em tom de brincadeira, em que não é possível diferenciar realidade de devaneio, ele conta que há 33 anos o pai dele chegou ao cartório embriagado e ao ser questionado pelo tabelião qual seria o nome da criança, respondeu: "Seiláeu".
"Seu pai não bebe? bebe! Todo mundo bebe", brinca Celaiu, quando questionado se a resposta dada por aquele que o registrou de alguma forma o deixou chateado. "Eu falo 'Sei lá eu' pra todo mundo. No colégio era sempre motivo de brincadeira e sempre levei na brincadeira, porque ninguém acerta esse nome".
E nem o engano das pessoas na hora de pronunciar ou redigir a identificação dele o faz gostar menos do próprio nome. Ao contrário, ele afirma gostar. "Com certeza, só tem eu! Não teve outro pra ir lá no cartório e colocar esse nome".
Em outra ocasião, Celaiu aproveitou a raridade do nome para criar uma "marca" e designou a lanchonete da qual era dono de "Sei lá eu". "Os amigos falavam um para o outro do meu nome e acabou virando propaganda do lugar. A propaganda boca a boca é a melhor que tem".
Alguns chegam a pedir para ele apresentar o RG. "Não fico menos de dez dias sem mostrar a identidade.É muito difícil". Mas, além dessa situação, ele afirma nunca ter passado por nenhum tipo de constrangimento. "Eu sempre falo na brincadeira. Então, todo mundo já ri".