Cidades

Ranking Internacional

Seis universidades brasileiras deixam de aparecer no ranking internacional

Na edição deste ano, 21 instituições do País estão na lista mundial

Istoé

06/09/2017 - 08h06
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O Brasil perdeu seis universidades no ranking internacional das mil melhores, divulgado anualmente pela publicação britânica “Times Higher Education” (THE), uma das principais em avaliação do ensino superior no mundo. Na edição deste ano, 21 instituições do País estão na lista mundial, ante 27 no ano passado.

A Universidade de São Paulo (USP) segue como a primeira do País, em um grupo que está entre 251 e 300 melhores universidades. Após a posição de número 200, o ranking deixa de considerar as instituições de forma unitária e passa a considerá-las por grupos. No ano passado, a universidade também estava neste grupo.

O ranking também mostra que as universidades federais do Paraná (UFPR), Bahia (UFBA), Goiás (UFG), Ouro Preto (Ufop), Santa Maria (UFSM), Lavras (Ufla), Viçosa (UFV) e as estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM) deixaram de participar do ranking.

Por outro lado, entraram para este grupo as seguintes instituições: Universidade Federal de Itajubá (601-800), Universidade de Brasília, Universidade Federal de Pelotas e Universidade Estadual de Ponta Grossa, todas na faixa 801-1000.

A avaliação do THE utiliza informações como número de citações em pesquisa, o nível de internacionalização, o grau de titulação dos professores, a transferência de conhecimento para a sociedade e outros aspectos.

“É decepcionante que a participação do Brasil nas principais universidades globais tenha diminuído, particularmente por causa da expansão da tabela de rankings deste ano. Os resultados refletem a crescente pressão que as universidades do país sofrem durante a crise econômica e a crescente concorrência global no setor.

O Brasil precisará garantir que continue investindo no ensino superior e liberte suas instituições de burocracia desnecessária se quiser se tornar um participante global de educação superior”, declarou o diretor editorial dos rankings globais do THE, Phil Baty, em comunicado à imprensa.

A Universidade de Oxford se manteve como a primeira na lista do World University Rankings. Já a Universidade de Cambridge subiu duas posições e está em segundo, ultrapassando o Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade de Stanford, ambos em terceiro lugar. Os Estados Unidos seguem com a maior quantidade de posições no topo do ranking: seis das dez primeiras são norte-americanas.

Veja a lista das 21 universidades brasileiras que estão no World University Rankings:

1. Universidade de São Paulo

2. Universidade Estadual de Campinas

3. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

4. Universidade Federal do ABC (UFABC)

5. Universidade Federal de Itajubá

6. Universidade Federal de Minas Gerais

7. Universidade Federal do Rio de Janeiro

8. Universidade Federal do Rio Grande do Sul

9. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

10. Universidade Estadual de São Paulo (UNESP)

11. Universidade de Brasília

12. Universidade Federal do Ceará (UFC)

13. Universidade Federal de Pelotas

14. Universidade Federal de Pernambuco

15. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

16. Universidade Federal de Santa Catarina

17. Universidade Federal de São Carlos

18. Pontifícia Universidade Católica do Paraná

19. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

20. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

21. Universidade Estadual de Ponta Grossa

Cidades

Brasil está na contramão da meta da OMS para extinção da tuberculose

Estudo mostra que tendência do país é ter aumento de casos

07/02/2025 23h00

Foto: Eduardo Gomes/ Fiocruz

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Estudo desenvolvido pelo Instituto Gonzalo Muniz, braço da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, aponta que as atuais políticas públicas em curso no Brasil não serão suficientes para que o país atinja as metas fixadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) voltadas para a eliminação da tuberculose. Ao contrário, a tendência atual é de um aumento na incidência da doença.

A pesquisa foi feita a partir de análises baseadas em dados de registros da doença no período que vai de janeiro de 2018 a dezembro de 2023. Os resultados foram reunidos em um artigo publicado na última edição da revista científica The Lancet Regional Health – Americas. Nesta sexta-feira (7), o portal da Fiocruz publicou uma nota com as principais conclusões.

Em 2023, o Brasil registrou 39,8 casos de tuberculose por 100 mil habitantes. As projeções do estudo indicam que, até 2030, a incidência será ainda maior: 42,1 por 100 mil pessoas.

O cenário brasileiro está na contramão da meta de eliminação da doença na região das Américas em 2035. A expectativa da OMS é reduzir a incidência em 50% no ano de 2025 e 80% em 2030, em comparação com as taxas de 2015. Se o Brasil estivesse na direção almejada, deveria ter chegado em 2023 com 6,7 casos por 100 mil habitantes.

Os pesquisadores não questionam o valor das políticas públicas atuais, mas apontam a necessidade de se criar estratégias integradas e elencam desafios que devem ser enfrentados. Entre eles está o acesso limitado à saúde, a não adesão ao tratamento e a limitação de recursos para ações inovadoras no controle da doença na última década. Também são mencionados os impactos da pandemia da covid-19. Os serviços de saúde voltados para o controle da tuberculose foram bastante afetados.

"Caso houvesse aumento da cobertura de terapia diretamente observada (DOT), de adesão ao tratamento preventivo (TPT) e da investigação de contato, combinado com esforços para reduzir casos de tuberculose entre populações vulneráveis, a incidência poderia ser reduzida a 18,5 casos por 100 mil, embora ainda seja um número acima das metas da OMS. Com essas intervenções, foram observadas reduções de 25,1% na incidência projetada até 2025 e 56,1% até 2030, destacando o potencial de estratégias integradas", registra a nota divulgada pela Fiocruz.

No artigo, os pesquisadores ressaltam também a necessidade de aprimorar os programas de controle da tuberculose em ambientes prisionais, por meio da melhoria da triagem e acesso ao TPT. Outra recomendação envolve a melhora da cogestão de casos de coinfecção com HIV e diabetes, com aumento de testes e início do tratamento.

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Cidades

Supremo analisa regras internacionais sobre sequestro de crianças

Corte avalia normas que permitem entrega de filho a pai estrangeiro

07/02/2025 20h00

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal MARCELLO CASAL JR/ AGÊNCIA BRASIL

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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira (6) a análise da validade de regras relativas ao crime de sequestro internacional de crianças. As normas estão previstas na Convenção de Haia, ratificada pelo Brasil em 2000.

No Brasil, as regras da convenção são alvo de questionamentos por permitirem entrega de crianças e adolescentes a pais que vivem no exterior mesmo após denúncias de violência doméstica. A situação envolve principalmente mulheres que retornam ao Brasil com os filhos para fugir de episódios de violência e que são acusadas pelos ex-companheiros de sequestro internacional de crianças.

A Corte iniciou a apreciação de uma ação protocolada pelo PSOL em julho do ano passado. O partido pretende explicitar a interpretação de que casos de suspeita ou evidência de violência doméstica podem barrar a entrega de crianças ao pai estrangeiro.

A convenção já prevê que os países não são obrigados a entregar as crianças que voltam ao Brasil. Conforme o Artigo 13, B, a entrega pode ser impedida nos casos de risco grave de a criança, no seu retorno, "ficar sujeita a perigos de ordem física ou psíquica, ou, de qualquer outro modo, ficar numa situação intolerável".

O processo também discute se violência precisa ser comprovada ou basta a apresentação de indícios para impedir a entrega da criança.

Durante as sustentações, a deputada Luciene Cavalcanti (PSOL-SP), advogada principal da ação, afirmou que a violência doméstica deve ser uma situação impeditiva para entrega de crianças ao pai estrangeiro acusado de agressão.

"Essas mulheres sequer são ouvidas, sequer ficam sabendo que corre um processo em outro país. Temos casos em que, mesmo comprovando a violência doméstica, o artigo que repatria é aplicado. É uma situação dramática. Mães em fuga de lares com violência doméstica e familiar não são sequestradoras e criminosas", afirmou.

A deputada Soraia Santos (PL-RJ), representante da Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados, também reforçou que as mulheres brasileiras não podem ser tratadas como sequestradoras de crianças.

Soraia Santos também defendeu que a comprovação da violência contra a mulher pode dificultar a situação das mães. Ela entende que somente a apresentação de indícios de violência é suficiente para impedir a entrega da criança.

"Como comprovar se, mesmo quando ela [mulher], coloca o pé em uma embaixada brasileira, que é solo brasileiro, não há um protocolo para ela registrar?", indagou.

A sessão foi dedicada somente às sustentações orais das partes. Os votos dos ministros serão proferidos em uma sessão que será marcada posteriormente. O caso também é discutido em uma ação protocolada pelo extinto partido DEM.

A advogada Maria Berenice Dias, representante do Instituto Brasileiro de Direito de Família, argumentou as leis brasileiras determinam que a palavra da mulher basta para registrar a acusação de violência doméstica. "Como comprovar [a violência] em um país estrangeiro, como pedir uma medida de proteção contra alguém daquele país? Não adianta fazer queixa na embaixada ou no consulado brasileiro porque eles não podem fazer nada. Temos que ver isso sob o olhar da nossa legislação", completou.

Mães de Haia 

Em 2023, o país acompanhou o caso da brasileira Raquel Cantarelli. Ela foi alvo de uma operação da Policia Federal após a Justiça Federal do Rio de Janeiro determinar a entrega das duas filhas ao ex-marido, que mora na Irlanda. Raquel veio para o Brasil com a duas filhas, nascidas naquele país, após denunciar o ex-marido por cárcere privado e crime sexual contra uma das filhas. 

Outros casos semelhantes ao de Raquel foram registrados. Os episódios são conhecidos como "Mães de Haia".

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