adilson trindade e lidiane kober
A semana será decisiva para a candidatura do vice-governador Murilo Zauith (DEM) ao Senado. O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), pretende se encontrar hoje com o governador André Puccinelli (PMDB) para sacramentar a indicação do vice-prefeito da Capital, Edil Albuquerque (PMDB), para a vaga de primeiro-suplente.
Esta é a última cartada de Nelsinho para ajudar Murilo a virar candidato a senador e fortalecer a aliança do PMDB com DEM e PSDB em Mato Grosso do Sul. Murilo se isolou depois do anúncio da indicação de Edil para seu parceiro de chapa. Ele deve, no entanto, se manifestar hoje em Campo Grande.
Nem o vice-prefeito conseguiu falar com Murilo. Os dois tinham encontro marcado ontem na Capital. “O Murilo está em Dourados e a conversa ficou para amanhã (hoje)”, comentou. Além disso, para a consolidação do acordo, segundo Edil, é necessário o aval do governador. “Quem está cuidando disto (aval) é o Nelsinho”, afirmou.
O prefeito acredita ter conquistado grande avanço no sábado, quando se reuniu com os vereadores da sua base aliada, para discutir alternativas a fim de atender as exigências de Murilo de contar com um suplente de peso político. Assim, Nelsinho espera fortalecer também a candidatura do governador André Puccinelli na região de Dourados.
No início da semana passada, Murilo sentia-se alijado do processo eleitoral com André sugerindo a sua retirada da disputa eleitoral para não prejudicar a candidatura do deputado federal Waldemir Moka (PMDB), que não conseguiu decolar mesmo com todo o apoio do governo. Hoje, há temor de Moka perder a eleição para o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), opositor ferrenho de André, na disputa para o Senado.
Novela sem fim
A indicação de Edil para ser o primeiro-suplente de Murilo saiu depois de seguidos fracassos em torno da discussão. Inicialmente, o democrata sugeriu o deputado estadual Carlos Marun (PMDB) ou o ex-secretário de Obras, Edson Giroto (PR), para estar ao seu lado na disputa. Os dois não abriram mão de seus projetos eleitorais. Em seguida, surgiu a ideia de indicar a primeira-dama da Capital, Maria Antonieta Trad (PMDB), porém, o deputado federal Waldemir Moka (PMDB) fez o convite antes. Depois, nasceu o plano de convidar o deputado federal Nelson Trad (PMDB) para ser seu suplente, mas, mais uma vez, a tentativa fracassou.
A insistência de Murilo em ter ao seu lado um nome forte da Capital leva em consideração o temor de não contar com o empenho dos peemedebistas na campanha. A preocupação inclui a suspeita de o partido trabalhar em prol da “dobradinha” de Moka com o senador Delcídio do Amaral (PT).