Sob o título de “livro proibido”, o Correio do Estado, no Caderno Cidades de 24 de fevereiro, traz trechos de um livro adotado pela Escola Cenecista Oliva Enciso, em que ressalta palavrões e declarações preconceituosas contra prostitutas e estímulo à violência. Este livro indicado para o 6º ano, alunos de 10 anos, teve a aprovação de pais, segundo a coordenadoria da escola. Pergunto: o que é educar? E o conceito mais universal é “conduzir a criança e o jovem por um determinado caminho”. E sempre este caminho é estabelecido por princípios do que se entende de bem e de mal, conforme a época em que a educação se dá. A isto chamamos de filosofia adotada pela escola. Lógico, que cabe à escola e aos pais decidirem à luz de que princípios e valores querem conduzir suas crianças. Mas quer me parecer que, num momento histórico em que as famílias e mesmo os professores, tem dificuldades para esta condução, uma vez que os canais abertos e fechados de televisão trazem novelas e outros programas com temas tão contraditórios, mas veiculados em cores e glamour, contrapondo-se muitas vezes a seus próprios credos e conceitos, que vantagem para a criança, a escola promove, reforçando temas que, independente da família e da escola, ela já tem acesso? O tempo destinado à educação formal, o de responsabilidade da escola é tão curto. Por que não usá-lo de forma proativa, estimulando a criança a ver o universo como algo que deve ser visitado – quer fisicamente, quer pela leitura, ou internet? Apesar de não parecer, há muita coisa boa e bonita para se “mostrar” à criança. Há muitos temas para debates que as estimulem a querer sair de onde estão em busca de novos horizontes. Há muitos temas que podem servir de referência para que, mesmo não deixando de ver o anverso da medalha, podem elevar o espírito, podem fazer crescer os valores que a criança trás dentro de si. Por que utilizar deste precioso tempo com palavrões, deselegâncias, estímulos a preconceitos e violências? A infância passa tão depressa ...que tal se respeitássemos esta fase e a tratássemos com o carinho e cuidado que merece, deixando os temas adultos para mais tarde, pois eles virão, queiramos ou não.