Os presos que estão no Presídio Federal de Campo Grande e nas demais unidades administradas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) estão proibidos de receberem visitas que permitam contato pessoal há mais de um mês.
A medida foi tomada para tentar evitar a transmissão de ordens de presos de facções criminosas. A Polícia Federal investiga que o Primeiro Comando da Capital (PCC) definiu que servidores dos presídios federais da Capital, de Catanduvas (PR), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO) fossem mortos.
O Ministério Público Federal (MPF) averiguou, segundo o Uol, que a facção entende que o Redime Disciplinar Diferenciado (RDD), aplicado nessas unidades, é muito "duro".
Em oito meses, três agentes já foram assassinados tanto em Mossoró como no Paraná e como a situação de temor permanece passado mais de um mês, servidores no país fizeram protesto ontem (20) para reforçarem a necessidade de atuação das autoridades.
No Rio Grande do Norte, onde houve um assassinato, está preso Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar. Enquanto em Campo Grande, há integrantes de facção que atua no norte do Brasil. As outras duas mortes aconteceram em Catanduvas (Alex Belarmino Almeida Silva, em 2 de setembro de 2016) e em Cascavel (Melissa de Almeida Araújo, em 25 de maio de 2017), ambas cidades do Paraná.
Em nota de maio, o Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal em Mato Grosso do Sul (Sinafep-MS), informou que o isolamento de líderes de facções criminosas não permanecem tão isolados assim.
"Antes de criticarmos o sistema em si, é preciso indagar como bilhetes escritos por criminosos encarcerados no SPF chegam ao mundo exterior. A questão passa em se elencar normativos mais rígidos, impedindo que presos recolhidos ao Sistema Penitenciário Federal tenham contato físico com parentes ou qualquer tipo de pessoa que não sejam os agentes da lei.", escreveram.
MOSSORÓ
Por conta do alerta ainda permancer alto entre as autoridades, nesta terça-feira (18) o traficante Mácio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que está preso em Mossoró, perdeu o direito de receber visitas íntimas.
O desembargador do Tribunal Regional Federal Região 1 (TRF-1), Cândido Ribeiro, suspendeu a decisão que havia sido dada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal.
A última visita íntima que Marcinho VP recebeu foi da mulher, Márcia Gama dos Santos Nepomuceno. Das três horas que ficaram juntos, em uma não houve fiscalização de agentes.
A União foi quem acionou o TRF-1 para suspender o direito do traficante. "Entendi que a medida por hora mostra necessária e encontra-se fundamentada", escreveu o desembargador.
A Folhapress divulgou que o governo federal argumentou no recurso que o juiz de primeira instância havia ignorado o risco à segurança pública que gerou a suspensão das visitas íntimas.
PRISÃO
Na quarta-feira (19), a Polícia Federal prendeu duas pessoas, uma em Presidente Prudente (SP) e outra em Mossoró, sob suspeita de envolvimento na morte do agente penitenciário Henry Charles, que trabalhava na unidade do Rio Grande do Norte. Ele foi assassinado em 14 de abril.
Não há informações que agentes de Campo Grande sofreram algum atentado até o momento.