RIO
O número de mortos aumentou ontem para 138, após a chuva histórica que caiu sobre o Rio de Janeiro na segunda-feira e terça-feira, segundo boletim divulgado no início da noite, pela Coordenação do Corpo de Bombeiros. Todos foram vitimados por deslizamentos de terra decorrentes da chuva. Ainda há desaparecidos e esse número pode continuar a aumentar. Mais de 135 pessoas ficaram feridas. O Serviço de Meteorologia do Rio registrou nos dias 5 e 6 o maior índice pluviométrico da cidade desde que começou a medição, há mais de 40 anos: 288 mm.
A capital teve ontem um dia sem aulas e de transtornos no trânsito. Os alunos da rede estadual e municipal, no entanto, devem retornar às aulas hoje, segundo infomaram as secretarias de educação do muncípio e do Estado do Rio. O prefeito Eduardo Paes pediu que os moradores da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, não deixassem suas casas.
Em Niterói, município onde houve o maior número de vítimas devido aos deslizamentos de terra, as equipes de resgate, que contavam com 300 bombeiros, não conseguiam atender a todos os pedidos de socorro. Até as 17h, pelo menos seis pessoas continuavam soterradas na Travessa Beltrão, em Santa Rosa. Havia apenas três bombeiros no local. Duas escavadeiras haviam recem acabado de chegar. O resgate de moradores, assim como dos cinco corpos já retirados, foi feito por voluntários da própria comunidade.
Recursos
Após reunir-se com o ministro da Integração Nacional, João Santana, e com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), apresentou ontem um plano com 38 ações de emergência contra os estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram o Estado. Paes solicitou ao Governo federal investimentos na ordem de R$ 370 milhões.
Cerca de R$ 100 milhões são para obras emergenciais na cidade, sendo R$ 70 milhões para obras de geotecnia em vias e encostas e outros R$ 30 milhões para obras de dragagem em vários pontos da cidade. Outros R$ 270 milhões seriam usados para a execução de obras que evitem constantes inundações na praça da Bandeira, que faz a ligação do centro com a zona norte e é um conhecido ponto de alagamento.
Mais cedo, o prefeito de Niterói, Jorge Roberto da Silveira, havia solicitado cerca de R$ 14 milhões de apoio para a cidade, que registrou o maior número de mortos até ontem. O ministro João Santana disse que hoje deve ter uma resposta às solicitações.
Eduardo Paes anunciou que a prefeitura irá reassentar todos os moradores no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza, e da área do Laboriu, no alto da Rocinha. Segundo ele, estudos recentes da GeoRio apontam que todas as casas nesses locais devem ser retiradas, pois apresentam riscos de desabar em caso de chuva. O prazo para os reassentamentos ainda está sendo estudado, mas segundo Paes, é um processo irreversível.