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Moradores são contra

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Solurb usa rota do vento para tentar justificar local do novo aterro sanitário

Moradores da saída para Três Lagoas seguem se organizando e apontam 'pontos obscuros' que devem ser contrapostos em estudo paralelo

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O consórcio CG Solurb, responsável pela coleta e tratamento do lixo em Campo Grande, usou a rota do vento para tentar justificar a possível localização do novo aterro sanitário da cidade, que deve ser implantado na saída para Três Lagoas. A empresa nega que o empreendimento causará problemas ao meio-ambiente da região.

A situação, explicada em matéria do Correio do Estado, já vinha causando preocupação nos moradores, que se organizaram para contrapor a proposta do consórcio. O local pretendido para a construção do novo aterro sanitário fica próximo de mananciais de água, como do rio Guariroba e do córrego Lajeado, principais fontes de Campo Grande.

De acordo com a nota enviada à reportagem pela empresa, o aterro sanitário que será chamado Ereguaçu vai obedecer todas as normas ambientais, como impermeabilização do solo e captação e tratamento do biogás e do chorume. A licença prévia está em trâmite - fase de análise dos diversos impactos que o aterro pode causar.

Além disso, a Solurb frisa que todas as distâncias legais foram respeitadas e a direção dos ventos é contraria à cidade, o que evitaria a chegada do mau cheiro às áreas habitadas mais perto - condomínios de luxo com o Terras do Golfe, Shalom e o Dahma, além de bairros como Noroeste e Maria Aparecida Pedrossian.

O aterro deve ficar a 18,1 km do Damha, 11,7 km do Terras do Golfe e 14 km do Shalom, todos na saída para Três Lagoas. Ainda segundo o consórcio, hoje o Dahma fica mais perto do atual aterro, do que ficará do próximo, e os três condomínios estão na direção a favor do vento que passa pelo local e teoricamente levaria mau cheiro.

Por fim, a empresa destaca que diferentemente dos velhos lixões, os aterros atendem normas rígidas e não será mero local de descarte sem controle ambiental. Apesar dessa diferença, os aterros também são popularmente conhecidos como 'lixões' ou até mesmo 'novos lixões', já que seguem sendo o destino do lixo.

Estudo paralelo

Na tarde de segunda-feira (29), proprietários de áreas na saída para Três Lagoas e moradores dos condomínios ali perto se reuniram e fizeram uma visita ao local onde a Solurb pretende instalar o aterro. Lá, foram 'acompanhados' por um lobo-guará, evidencia de vida silvestre na região, além da fauna e complexo hidrográfico.

"Fizemos um levantamento geográfico para conhecer melhor o local e verificar as questões pertinentes. Nosso grupo tem vários técnicos, ambientalistas, engenheiros, mas definimos que vamos elaborar um estudo com a presença de um perito, de um instituto que faça essa pesquisa reunindo diversas especialidades", explica Charles Bernardi.

Charles é advogado e possui uma propriedade na região onde deve ser implantado o aterro. Ele reclama da falta de discussão sobre a escolha do local pela Solurb. "Como eles não discutiram para escolher o local que vai ser instalado esse empreendimento? Isso deveria ser discutido antes", frisa o advogado, que completa.

"Minha família preserva há 60 anos uma nascente na minha propriedade, então temos essa preocupação, para entendermos essa riqueza toda. Queremos mobilizar a sociedade, institutos, universidades, somar e buscar a melhor solução. Temos que fazer um estudo porque o apresentado pela Solurb teve diversos pontos obscuros", aponta Charles.

Quanto a isso, a CG Solurb afirma que repudia as críticas que estariam sendo feitas sem "embasamento técnico" contra o novo aterro por "associações de moradores de condomínios de luxo". Apesar disso, a empresa se prestou a disposição para dialogar sobre a questão e participar de audiência sobre o assunto - que estavam previstas para o futuro.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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