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Superlotação em hospitais deixa 175 pessoas sem vaga em Campo Grande

Os três hospitais da Capital estão no limite e pacientes aguardam leitos em UPAs, CRSs, no Centro Municipal Ortopédico, além de 40 do interior

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Restrições de atendimento devido à superlotação dos três hospitais de Campo Grande tem afetado diretamente a atuação de Unidades de Saúde 24 horas da Capital. 

Isso porque Santa Casa, Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian pediram que a Central de Regulação reduza o envio de pacientes para esses locais, devido à falta de vagas. 

O resultado é que na tarde de ontem, 175 pessoas estavam aguardando vagas em unidades hospitalares.

De acordo com o coordenador de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Yama Higa, a situação dos hospitais da Capital, que reduziram o atendimento a novos pacientes, reflete nas unidades de saúdes da cidade.

Com essa restrição, às 15h de ontem, 135 pessoas em Campo Grande esperavam por um leito em unidades hospitalares, além de mais 40 de municípios do interior de Mato Grosso do Sul referenciados para a Capital.

Desses pacientes de Campo Grande, 45 estavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 20 em Centros Regionais de Saúde (CRS), 35 no Centro Municipal de Ortopedia (Cenort) e 35 em hospitais e aguardando transferência para outros centros médicos.

“Isso causa problemas nas nossas unidades de saúde, falta leito, os médicos têm muitos pacientes para serem reavaliados e o atendimento as pessoas com problemas que não são de urgência acaba demorando mais que o normal”, conformou Higa.

A situação, ainda segundo o coordenador da Sesau, não foi restrita a ontem, já que na semana passada 215 pessoas acabaram na mesma situação em Campo Grande.  

“Ainda está sob controle, temos um número de leitos que consegue comportar essas pessoas nas UPAs e CRSs. Os hospitais têm essa prerrogativa de restringir quando chega no limite, o problema é só que está virando rotineiro”, avaliou.

Conforme o coordenador, além da ortopedia, que representa a maior parte dos atendimentos, principalmente na Santa Casa, outras comorbidades também tiveram um aumento na demanda.  

“Temos essa epidemia que não é de Covid-19, mas que é dos acidentes de trânsito, e agora que houve uma redução nos casos do novo coronavírus, muitas pessoas de outras doenças, que não estavam saindo de casa, já estão procurando atendimento”.

PACIENTES

Com restrições em atendimentos dos três hospitais, a lotação em UPAs consequentemente se tornou uma realidade. 

Em acompanhamento as Unidades do Coronel Antonino e Universitário foi possível ver grande número de pessoas esperando atendimento dos profissionais da saúde.  

Danuza de Barros relata seu desagrado com o serviço ofertado pela UPA Coronel Antonino. 

"Eu cheguei aqui era 10h40 e estou saindo agora 15h52, eu estou com dor no corpo, náusea, falta de apetite, muita fraqueza e fui atendida só agora, passei a manhã toda aqui, mas tem gente desde mais cedo sem atendimento", disse. 

"Não estão examinando a gente, só perguntam o que você tem e prescreve a receita, está lotado, inclusive uma mulher saiu batendo na porta de tão brava", completou".

O mesmo aconteceu com dona Maria de Lurdes, atendida depois de cinco longas horas esperando, a senhora relatou que estava estremamento frustrada com o atendimento, visto que nem examinada foi. 

A lotação da Unidade era vista por qualquer um que passa-se pela rua.

No caso de Emerson da Silva atendido na UPA Universitário, com as duas pernas fraturadas, ele relata ter encontrado uma grande fila de espera na Unidade Básica de Saúde, com muitas pessoas esperando o mesmo atendimento urgente que ele. 

De acordo com o jovem seu encaminhamento foi feito para o Centro Especializado Municipal (CEM) após horas de espera.

Atraso de salários é uma das causas de restrições na Santa Casa da Capital

Além da superlotação, a Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, também enfrenta frutos de uma desorganização do setor financeiro do hospital, já que há categorias que alegam estar com 4 meses de salários atrasados.  

Essa situação fez com que vários atendimentos fossem restringidos no local, como as cirurgias eletivas, já que os profissionais autônomos ou que atuam como Pessoa Jurídica (PJ) estão sem receber há vários meses.

Segundo um médico cardiologista, que atua como cirurgião cardíaco na unidade hospitalar, e preferiu não se identificar, os profissionais desse setor não receberam os salários de junho, julho, agosto e o de setembro, que venceu o dia 10 de outubro.

“Nós protocolamos um ofício na Santa Casa, no Ministério Público, na SES e na Sesau informando que, se até o dia 31 de outubro não recebermos todo o valor devido, vamos paralisar todo tipo de atividade, não só as eletivas”, afirmou.

Conforme o profissional, os médicos PJs e autônomos recebem por meio da produtividade, ou seja, recebem a cada cirurgia ou procedimento realizado e também pelos plantões tirados, entretanto, nenhum deles teria recebido pelo trabalho feito. 

“O único período que não teve atraso foi durante a intervenção, a partir do momento que devolveu para a Associação só aumentou os atrasos”, disse.

Outro problema foi apontado por um médico ortopedista, que prefere não se identificar. Segundo ele, a Santa Casa estava com o pagamento atrasado há quatro meses. “Há dez dias pagaram 2 meses. Hoje [ontem] voltará a ficar três meses em atraso”.

RESPOSTA

Em contato com a reportagem, o hospital informou que “o pagamento referente ao mês de junho nas duas categorias (PJ e autônomos) está quitado". Em relação aos meses de julho e agosto, 50% dos valores foram pagos, ficando em aberto o mês setembro". 

"Para o mês de outubro, o prazo de pagamento é até o final do mês. Vale ressaltar que o não pagamento integral existe face aos repasses contratuais em atraso pelo Poder Público, gerando um efeito cascata nos débitos mensais do hospital”, diz outro trecho.

O hospital afirmou que o município teria uma dívida de R$ 13.536.004,12 com a unidade, que seria referente a “diferenças nos valores que são devidos em contrato (pós-fixado) com o Sistema Único de Saúde (SUS)”. 

Por este motivo a unidade impetrou com uma ação contra a administração. O centro médico alega ainda que o governo do Estado também deve recursos à unidade.

Vem chuva por aí ...

Inmet emite alerta de tempestade enquanto frente fria se aproxima de Mato Grosso do Sul

Onda de calor começará a perder força a partir de amanhã, mas dados meteorológicos indicam, com queda de temperatura prevista até sexta-feira

18/03/2024 18h43

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo potencial para tempestades nas próximas 24 horas em cidades de Mato Grosso do Sul. Segundo o sistema meteorológico, uma frente fria que está atingindo o sul do país deve provocar chuvas, trazendo alívio para a onda de calor que tem castigado os sul-mato-grossenses há mais de uma semana

As temperaturas começarão a cair na sexta-feira (22), atingindo uma mínima de 22ºC em Campo Grande. A partir do próximo sábado (23) até o fim de março, os termômetros não devem ultrapassar os 30ºC, trazendo um alívio após a recente onda de calor    

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), são esperadas rajadas de vento entre 50 e 60 km/h

De acordo com os dados meteorológicos, as temperaturas na região sul do Estado devem registrar quedas, enquanto na região norte e no bolsão, a mínima esperada é de 24°C. Em Campo Grande, as mínimas esperadas estão entre 23°C, com máximas podendo chegar até 33°C


Quatro cidades de MS ultrapassam sensação térmica acima de 40ºC 

De acordo com dados do meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, quatro cidades de Mato Grosso do Sul registraram temperaturas acima de 37ºC, com sensação térmica ultrapassando os 42ºC.


Corumbá 38,4ºC, com sensação térmica 44,4ºC 
Três Lagoas 38,1ºC, com sensação térmica 44,1ºC 
Jardim 37,9ºC, com sensação térmica 43ºC
Bonito 37,3ºC, com sensação térmica 42ºC

Na tarde de hoje, Campo Grande registrou 34,2ºC às 14h, com sensação térmica de 39ºC. Amanhã, o sol continuará forte, porém, o tempo começará a sofrer mudanças devido à aproximação de uma frente fria que se aproxima de Mato Grosso do Sul nos próximos dias.    

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Tempus Veritatis

General de MS discutiu prisão de Alexandre de Morais, revela depoimento a Polícia Federal

Mensagem trocadas com militar reformado indicam que o general da reserva falou de "sair das quatro linhas" e prisão do Ministro Alexandre de Moraes em Goiás caso o golpe de Estado tivesse dado certo

18/03/2024 17h19

O general foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis, culminou com 25 investigados, convocados no dia 22 de fevereiro a prestar depoimentos Divulgação Redes Sociais

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A quebra de sigilo telemático das investigações relacionadas a tentativa de golpe de Estado, apontam que o general da Reserva Laércio Vergílio, de 69 anos, trocou mensagens com o militar reformado Ailton Gonçalves de Moraes Barros, cujo teor variava entre "momento de tomada de decisão" e inclusive áudios em que mencionou a uma eventual prisão do Ministro Alexandre de Morares. 

O general foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis, que culminou com 25 investigados, convocados no dia 22 de fevereiro a prestar depoimentos que ocorreram simultaneamente, para evitar qualquer forma de comunicação entre os interrogados.

Em frente a sede da Polícia Federal de Campo Grande, Vergílio chegou a conceder entrevistas e disse que estava doente em tratamento, como também negou qualquer participação na intentona golpista que corria pelos bastidores por parte de um núcleo de militares após Lula (PT) ter vencido as eleições presidenciais de 2022.

Ainda, conforme o depoimento, ao ser questionado sobre sua proximidade com o militar reformado Ailton Gonçalves Moraes de Barros, respondeu que serviram juntos na brigada de paraquedistas no Rio de Janeiro e também no 9º GAC, em Nioaque, no ano de 1999.

Apesar de ter dito que não falava há um ano com Ailton, não sabendo ao certo indicar quando foi a última vez que trocaram mensagens e se trataram de algum assunto que envolveu o golpe de Estado, Vergílio negou ter abordado qualquer tema que fora das "quatro linhas da Constituição".

E minimizou, dizendo tratar-se de conversas acerca de sua preocupação com a situação política no país, negando qualquer tentativa de golpe e sim, da possibilidade da implementação da Garantia da lei e da ordem (GLO). Para que desta forma Bolsonaro permanecesse no poder.

Já que nas trocas de mensagens, ele teria apontado o general Freire Gomes, o comandante do Exército, como "legalista" - por ter dito a Bolsonaro que o prenderia se ele seguisse adiante com a tentativa de romper com a democracia.

Portanto, a única maneira de conseguir o apoio que o presidente precisava teria que ocorrer por meio de amparos legais para dar andamento com à intentona golpista. 

Em outro trecho da conversa chega a dizer que o comandante do Exército "não resistiria a uma boa conversa de rapó". O assunto teria saído de um grupo de WhatsApp de coronéis e generais da reserva que Vergilio não soube dizer quem teria enviado a mensagem. 

"INDAGADO sobre o que quis dizer quando afirmou que o General FREIRE GOMES "não resistiria a uma boa conversa de rapó" respondeu QUE quando disse que FREIRE GOMES "não resistiria a uma boa conversa de rapó", quis dizer que FREIRE GOMES aceitaria e acataria um argumento embasado juridicamente na Constituição"

No celular de Ailton, a Polícia Federal ainda encontrou três áudios, sendo que no dia 15/12/2022 a seguinte mensagem foi enviada para Ailton, em que Vergílio comenta que se encontram no "limite longo da ZL" e arremata "vamos dar passagem perdida".

Os investigadores pediram que explicasse a linguagem militar usada da mensagem, o general contou que "Vamos dar passagem perdida" significa a necessidade de uma tomada de decisão imediata em relação a articulação dos militares envolvidos na trama golpista.

E acerca do termo "ZL" é um linguajar usado por paraquedistas que significa "Zona de lançamento". O que em linhas curtas significa que precisavam agir rapidamente.

Em outro áudio chegou a nortear o conceito da missão pedindo que Ailton passasse o áudio para o "Zero Uno" (apelido usado para se referir ao presidente Bolsonaro).

"O meu próximo áudio agora, assim, vai te dar o conceito da operação, entendeu? O conceito da operação. Que tem que ser executado. Num... num... num tem mais, assim: não, será, que não será, o que que vai... Foda-se! Agora, entendeu, é ação. Então, esse próximo áudio, também, além do ZERO UNO, aí tem que ser passado pra todo aquele pessoal que você passa sempre, entendeu? Então agora, negão, é... assim... a... Já estamos em guerra, né? Só que agora é a... assim... Temos que executar essas ações. Vou dar o conceito da operação. É... A execução eu não tô mais em condições de fazê-la, senão eu ia até aí pra comandar essa porra aí dessa operação que eu vou falar agora pra você"

Acerca da "operação especial" nega que tenha sido em referência a golpe de Estado e sim, a GLO até que a "ordem fosse reestabelecida". Neste ínterim, estaria a prisão do Ministro Alexandre de Moraes em áudio que seria enviado mais adiante.

A conversa prosseguiu e em uma quinta-feira, precisamente no dia 15 de dezembro, Vergílio enviou outro áudio dizendo que a pressão contra o comandante do Exército Freire Gomes devia persistir até que ele aderisse à intentona golpista e fizesse um depoimento à nação. 

No limite do jogo

Porém, apesar de tentar emplacar o discurso de que tudo deveria ser amparado juridicamente, chegou a afirmar que no caso de Freire Gomes não aderisse ao golpe do então presidente Jair Bolsonaro, o jogo deixaria de ser "dentro das quatro linhas" partindo para outras medidas.

"Então é... O que que nós temos que fazer? Então até sexta-feira, até amanhã à tarde, então, fazer um pronunciamento. Ou o FREIRE GOMES, ou BOLSONARO, né? De preferência o FREIRE GOMES. Aí será tudo dentro das quatro linhas. Não o sendo, vai ser fora das quatro linhas mesmo. Nós já estamos no limite longo da ZL. Não vamos ter mais como lançar. Vamos ter que dar passagem perdida. E aí?  Como é que vai ficar o Brasil? Entendeu? Como é que vai ficar a moral dos militares do glorioso Exército de Caxias?"

"Então a primeira coisa é essa, é... é... é... é... Pro... Esse pronunciamento, ou do FREIRE GOMES ou do BOLSONARO até amanhã à tarde. E também, até amanhã à tarde, todos os atos, todos os decretos da ordem de operações tem que já estarem prontos. E como é que tem que ser? Pô, é... Não é tão difícil. O outro lado tem a caneta. Nós temos a caneta e temos a força. O braço forte e a mão amiga. Qual é o problema? Entendeu? Quem é que tá jogando fora da... das quatro linhas? Somos nós?  Não, não somos. Então nósvamos ficar dentro das quatro linhas até tal ponto ou linha. Mas agora nós estamos o que? É... Já... É... Fadados a nem mais lançar. Vamos dar passagem perdida? Então, se preciso for, vai ser fora das quatro linhas".

Ao admitir sair "fora das quatro linhas" Vergílio entra na prisão do Ministro Alexandre de Moraes, que seria levado preso pelos Kids Pretos, em Goiás (GO).

"E aí nessa ordem de operações, na... na... nos decreto, na... assim... nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o ALEXANDRE DE MORAES no domingo, na casa dele, como ele faz com todo mundo. E aí, na segunda-feira, ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia da lei e da ordem, e botar as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o Presidente da República para agir, senão nunca mais nós vamos limpar o nome do glorioso Exército de Caxias. É isso aí".

Sobre a referência constante a ZL e "não ter mais como lançar" apontou que naquele momento, como se encontravam na segunda quinzena de dezembro e no início de janeiro, Bolsonaro teria que passar a faixa presidencial, ao ver dele, qualquer levante tardio seria golpe de Estado. 

Para o general, as conversas que teve com Ailton não passaram de transmissão de sua opinião como cidadão e militar reformado. Apesar de ter mencionado a prisão do Ministro, negou ter qualquer conhecimento que estava prevista para ocorrer no dia 18 de dezembro de 2022.

"Não sabe se o Comandante da Brigada de Operações Especiais, General de Brigada CARLOS ALBERTO RODRIGUES PIMENTEL, teria anuído com o respectivo plano de execução de plano  de execução de prisão do Ministro MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES; QUE nem mesmo sabe se ele tomou conhecimento dessa opinião que deu para um amigo em uma conversa particular; QUE nem mesmo conhece o Comandante da Brigada de Operações Especiais, General de Brigada CARLOS ALBERTO RODRIGUES PIMENTEL ou a Brigada".

Laércio Vergilio entrou para a reserva remunerada em 31/12/2000 como Coronel, de acordo com a lei vigente no período, recebeu a patente de General de Brigada, assim como soldo referente ao cargo.

Teve formação pela Academia Militar de Agulhas Negras, em Rezende no Rio de Janeiro, em 1976, passou também pela Formação de Oficiais de Carreira do Exército.

Conheceu Ailton quando serviu na brigada de parquedistas no Rio de Janeiro e depois em Nioaque (MS), no 9º GAC, em 1994.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo de todos os depoimentos prestados à Polícia Federal Operação Tempus Veritatis (Tempo da Verdade).

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