“Famosa” por postar em suas redes sociais uma foto segurando em uma das mãos uma pistola e na outra uma imagem da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, a jornalista bolsonarista Juliana Gaioso Pontes voltou a ser nomeada para a prefeitura de Campo Grande.
O nome da jornalista, junto com quase uma centena de outras nomeações, saiu em edição extra do diário oficial da prefeitura de Campo Grande publicada no fim da tarde desta sexta-feira (14)
No ano passado ela já ocupava cargo de confiança na prefeitura da Capital, mas foi exonerada para disputar uma vaga para vereadora pelo PP, mesmo partido da prefeita. Nas urnas, porém, seu desempenho não foi dos melhores, obtendo apenas 562 votos. Outros 169 concorrentes ficaram à sua frente.
Mas, apesar do mau desempenho, a jornalista que em dezembro de 2022 recebeu em sua casa uma “visita” da Polícia Federal por conta de seu suposto envolvimento nos atos antidemocráticos depois da derrota de Jair Bolsonaro para a presidência, foi nomeada para um dos mais altos cargos da administração, ficando atrás apenas de secretários e diretores de autarquias e fundação.
Ela foi nomeada para “exercer o cargo em comissão de Assessor-Executivo I, símbolo DCA-2, na Secretaria Especial da Casa Civil”, que lhe garantirá salário da ordem de R$ 13 mil mensais, remuneração bem superior à grande maioria dos jornalistas que prestam serviço na assessoria da prefeitura, que recebem menos da metade deste valor.
O cargo é o mesmo do qual fora exonerada em julho do ano passado. Nesta secretaria, a jornalista que à Justiça Eleitoral informou ter grau superior incompleto, será subalterna da secretária Thelma Nogueira Lopes, que por sua vez é cunhada da prefeita Adriane Lopes.
Antes de ter disputado vaga para a Câmara de Vereadores, Juliana já havia se candidatado a deputada federal pelo PRTB, em 2022. Naquela disputa, teve um desempenho um pouco melhor, recebendo 2.042 votos.
O primeiro colocado naquele ano foi o também bolsonarista Marcos Pollon, com 103.111 votos, defensor do armamentismo, assim como ela.
Mas a foto que lhe deu “notoriedade” nacional como “terrorista de direita”, como foi apelidada à época, é da eleição de 2020, quando também tentou uma vaga para vereadora, daquela vez pelo PSL, partido pelo qual se elegera Bolsonaro.
Naquela disputa foi melhor do que em 2024, conseguindo 744 votos. Além da “santinha” e da pistola, a foto ganhou destaque por conta de uma série de armas e munições estampadas na camiseta que vestia.
Ela também já foi assessora da senadora Soraya Thronicke e ocupou cargo político na Câmara de Campo Grande. Em dezembro de 2022 a Polícia Federal apreendeu seu celular durante operações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O serviço secreto da polícia estadual apontou Juliana como uma das organizadoras do acampamento que durante semanas ficou em frente ao comando do Exército em Campo Grande. À época, ela se defendeu dizendo que somente fazia cobertura jornalística no local.