Todos os dias, 13 motoristas são flagrados sem carteira nacional de habilitação (CNH) em Campo Grande. De janeiro até sexta-feira, foram 2.887 casos, segundo o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran). Destes, 2.251 motoristas nunca emitiram CNH e 636 não a renovaram ou foram flagrados dirigindo em categoria para a qual não estavam habilitados. A média diária é um pouco menor que a do ano passado, quando foram registradas 15 ocorrências por dia, totalizando 5.654 casos em 12 meses.
Especialistas e autoridades ouvidas pelo Correio do Estado garantem que pelo menos 80% de todos os casos desse tipo de infração – dirigir sem habilitação – são realizados por motociclistas, que também são os alvos mais comuns das blitze da Polícia de Trânsito.
O comandante do BPTran, tenente-coronel José Amorim Longatto, explica que o erro começa na própria legislação de trânsito, que não proíbe a compra de veículos por pessoas que ainda não tiraram a CNH. “A primeira questão é cultural e também da lei. A pessoa primeiro compra o carro ou a moto e depois vai tirar a habilitação. Para ter arma, tem que comprovar ter feito curso et cetera, para comprar motosserra também; mas, para comprar carro, não”, avalia.
Além disso, o comandante afirma que a maioria das pessoas prioriza a compra de um meio de transporte à da carteira de habilitação. “E, se for pensar isso, nem vale a pena, porque a multa por dirigir inabilitado é de R$ 880 com veículo apreendido e, para tirar habilitação, é cerca de R$ 1,2 mil – ainda pode ser feito parcelamento. É uma prioridade equivocada.”
*Leia a reportagem, de Lucia Morel, na edição de hoje do jornal Correio do Estado.