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Três meses após decreto, população ainda se recusa a usar máscara em Campo Grande

Apesar dos casos de coronavírus e das exigências da prefeitura para o funcionamento do comércio, empresários ainda têm dificuldade de convencer a população

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A máscara e o álcool em gel se tornaram itens indispensáveis para o funcionamento de estabelecimentos comerciais em Mato Grosso do Sul.

 Porém, mesmo após três meses da publicação dos últimos decretos regulamentando as medidas de biossegurança ainda há cliente que se recusa a usar máscara, criando uma saia justa entre os comerciantes, que podem receber multa de até R$ 15 mil pelo descumprimento das orientações.

A microempresária Jéssica Espínola, proprietária do Orgânicos da Jé, reabriu o estabelecimento há duas semanas para atendimento ao público e já se deparou com um cliente negacionista. 

“Bem quando reabrimos, um cliente se negou a usar máscara dizendo que era desnecessário. Eu insisti dizendo que era obrigatório e que além de ser meu trabalho aqui também é a minha casa”, conta.

Obrigatoriedade

A máscara é um item de segurança obrigatório em todo o Estado de Mato Grosso do Sul, regulamentado por meio de decreto publicado em junho deste ano. 

Em Campo Grande, também foi determinado o uso do item de segurança em todos os espaços públicos e privados, ou seja, não tem como o empresário fugir da exigência.  

Para evitar o desconhecimento do decreto, o estabelecimento deve afixar cartazes informativos sobre a obrigatoriedade e a forma adequada de uso da máscara. 

Caso algum desses itens seja desrespeitado, o local corre o risco de perder o alvará de funcionamento como punição.  

Aqueles que se negarem a utilizar o equipamento de proteção individual (EPI) poderão sofrer sanções da administração municipal, conforme a Lei Complementar nº 148, que instituiu o Código Sanitário Municipal, no qual estão previstas advertência e multa, que pode variar de R$ 100 (para casos leves) até R$ 15 mil (para gravíssimos).  

Para as áreas de alimentação, como restaurantes, cafés, bares, praças de alimentação e similares, “a utilização de máscaras não será exigida durante o consumo de alimentos e bebidas”.  

Para Jéssica, além de seguir o decreto, a máscara é importante para proteger os funcionários e o proprietário do estabelecimento, que depende da saúde para continuar a trabalhar. 

“Eu priorizo a vida, tanto a minha e de meus familiares quanto a dos meus clientes, não tem como permitir algo que vá nos prejudicar depois”, acredita. 

Abordagem delicada

O cuidado na abordagem com os clientes tem sido uma das preocupações dos proprietários de lojas desde a publicação do uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos comerciais.  

No Brasil, por exemplo, foram registrados diversos desentendimentos e agressões físicas iniciados pela obrigação do uso de item de segurança.

Especialista em consumo e clientes secretos, a paulistana Stella Kochen Susskind revela que o assunto de consumidores negacionistas pede delicadeza. 

“Em vez de ser rude no primeiro momento, vamos abordar de maneira delicada esse cliente e tentar contornar a situação; tudo para não gerar nenhum ruído entre empresa e cliente e deixar ambos satisfeitos e seguros”, explica.

Stella cita como exemplo a postura adotada por uma empresa norte-americana em que um dos funcionários foi escalado para ser o “embaixador da saúde”, treinado especialmente para orientar os consumidores.

“Com uma comunicação eficiente, seguindo os protocolos básicos, avisos esclarecedores, informações baseadas em dados concretos, aos poucos, vamos modificando o comportamento desse cliente negacionista, sempre com gentileza, educação e empatia”, pontua.

Sobre episódios singulares, a especialista em consumidor finaliza: “caso a abordagem cautelosa não resolva, chamar a polícia é o último dos casos”.

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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