Cidades

INVESTIGAÇÃO

Tribunal vai apurar negociação de decisões

Folha que trata de suposta concessão de liminares apreendida na Operação Omertá cita o senador Nelson Trad Filho

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O Tribunal de Justiça vai encaminhar para apuração o conteúdo e a origem de um documento apócrifo encontrado na sexta-feira (27), durante cumprimento de mandado de prisão de Jamil Name e de busca e apreensão na casa dele, na Operação Omertá, ação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras). O documento cita o nome do senador Nelson Trad Filho (PSD) e trata de uma negociação financeira, de R$ 2,25 milhões, envolvendo concessão de liminar e julgamento de mérito de processo judicial. 

Nelson Trad Filho está com R$ 101 milhões bloqueados, por força de ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual. No documento que estava no quarto de Name, conforme consta nos relatórios dos policiais do Gaeco e do Garras, são mencionados dois processos. No primeiro, cujas decisões tiveram o preço fixado em R$ 2 milhões (R$ 1 milhão pela liminar e mais R$ 1 milhão pelo mérito), somente R$ 200 mil foram pagos, e em diversas parcelas. Ainda restaria R$ 1,8 milhão a pagar. Cada um dos cinco réus no processo, inclusive o político, arcaria com R$ 200 mil cada um. 

No segundo, uma outra ação de improbidade administrativa com cinco réus, e que envolve um ex-secretário do município, também teria sido concedida uma liminar de desbloqueio de bens, cujo valor foi de R$ 250 mil. Desta, nada foi pago. Ainda restariam R$ 2,05 milhões a pagar em todas as ações, conforme indica a folha. 

No processo em que Trad Filho teve R$ 101 milhões bloqueados pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, o senador ajuizou agravo de instrumento solicitando o desbloqueio. O desembargador relator, Marcelo Câmara Raslan, não suspendeu os efeitos da decisão de primeira instância, e manteve o bloqueio financeiro, em decisão do último dia 18 de setembro. 

Neste processo, além do senador Nelson Trad Filho, são réus os ex-secretários municipais Marcos Antônio Moura Cristaldo e João Antônio de Marco, além das empresas sócias da CG Solurb, LD Construções e Financial Construtora Industrial e seus respectivos proprietários: Lucas Potrich Dolzan, Luciano Potrich Dolzan, e Antônio Fernando de Araújo Garcia, além do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos e a irmã dele, ex-deputada e ex-mulher do senador e ex-prefeito, Maria Antonieta Amorim. 

OUTRO LADO

O senador Nelson Trad Filho informou por meio de sua assessoria que ele jamais participou de qualquer negociação com qualquer pessoa que seja. “A ilação não faz o menor sentido, uma vez que todas as decisões do desembargador foram, até o presente momento, contrárias aos recursos interpostos”. A assessoria do senador ainda informou que trata-se de um papel apócrifo e sem assinatura e, por isso, “sem sentido”.

“Ainda, somos favoráveis à abrir qualquer tipo de sigilo, seja processual, fiscal, telefônico, que envolve o senador para deixar absolutamente claro que não há nenhuma vinculação dele com o fato relacionado”, acrescentou o senador. “Tomaremos as medidas judiciais contra essa brutal tentativa de macular a reputação do senador Nelson Trad Filho”, afirma ao encerrar a nota. 

O Tribunal de Justiça informou que ainda aguarda os resultados da investigação: “O documento divulgado nesta quinta-feira (3), trata-se de documento apócrifo, que ainda não se sabe a origem. A apuração dos fatos, respeitados os direitos constitucionais de qualquer cidadão, será feita por órgão competente”. 

CHEQUES

Nesta mesma ocasião em que a planilha referente a compra de decisões no Tribunal de Justiça foi apreendida, a força-tarefa do Garras, Gaeco (que contou com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar) ainda encontrou cheque do Banco do Brasil em nome do ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, no valor de R$ 100 mil, outro cheque, do Bradesco, em nome de um ex-desembargador do Tribunal de Justiça, também no valor R$ 100 mil, e uma nota promissória no valor de R$ 150 mil. 

Na casa ainda foram apreendidos dinheiro em espécie e um instrumento inusitado: um taco de beisebol com a ponta enrolada com arame farpado. Policiais da força-tarefa acreditam tratar-se de um instrumento utilizado para tortura. 
Jamil Name e Jamil Name Filho estão presos, preventivamente, há uma semana. 

Saldão

Coletivo de brechós promove Black Saturday no Horto Florestal

Evento que celebra o consumo consciente reúne diversos expositores, com opções para amantes de moda sustentável

03/10/2024 20h40

Imagem Divulgação

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O Coletivo de Brechós retorna com mais uma edição que promete variedade de peças. Ao todo, serão mais de 40 expositores durante o evento, que ocorre no sábado (5), no Horto Florestal, em Campo Grande.

Desta vez, o coletivo, que ficou conhecido por disseminar a ideia de moda sustentável e economia colaborativa, inova mais uma vez ao lançar o Black Saturday, com preços de peças para todos os bolsos.

Os amantes de brechós terão a oportunidade de conhecer os produtos de mais de 40 expositores, ou seja, haverá vestuário para todos os gostos e a chance de renovar o look no armário.

Imagem Divulgação

Doação de mudas


Durante o evento, haverá distribuição de mudas de árvores frutíferas e de ipês. Os visitantes que forem prestigiar poderão levar uma para casa. Com isso, o coletivo espera conscientizar a população sobre a preservação ambiental.

Outro ponto a destacar é a característica dos envolvidos no evento, que estabeleceram o compromisso de incentivar o consumo responsável e sustentável, alinhando moda, meio ambiente e comunidade.

"Queremos mostrar que é possível consumir moda de maneira consciente, ao mesmo tempo em que incentivamos as pessoas a pensar no impacto positivo que elas podem ter no ambiente. A doação de mudas é um convite para que todos reflitam sobre o papel de cada um na construção de um futuro mais verde", destacou a coordenadora do Coletivo de Brechós, Val Reis.

Serviço:


Black Saturday do Coletivo de Brechós
Data: 05 de outubro
Horário: 8h às 16h
Local: Horto Florestal, Campo Grande
Atrações: Brechós com moda sustentável, doação de mudas de árvores frutíferas e ipês.
Entrada gratuita

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Golpe milionário

Fármácia de Campo Grande é enganada em fraude de R$ 440 mil

Homens de 29 e 41 anos foram presos em flagrante após adquirirem diversos medicamentos de uma farmácia em Campo Grande e fraudarem os pagamentos

03/10/2024 18h30

Entorpecentes e medicamentos foram encaminhados a Polícia Civil de Campo Grande

Entorpecentes e medicamentos foram encaminhados a Polícia Civil de Campo Grande Fotos/ Polícia Civil-MS

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Integrantes de uma organização criminosa foram presos em flagrante nesta terça-feira (1º) por realizarem compras fraudulentas de medicamentos por meio da simulação de pagamentos, gerando um prejuízo de R$ 441.124,93 em uma farmácia na região central de Campo Grande.

Segundo as investigações, no dia 16 de setembro, um dos integrantes da organização criminosa entrou em contato com a empresa, se identificando como médico e manifestando interesse em adquirir 20 unidades do medicamento Ozempic, que custa em média R$ 1,2 mil.

Ainda de acordo com a polícia, o suposto médico realizou mais sete compras. Outros contatos com a rede de farmácias ocorreram no dia 17 de setembro, quando foram adquiridas 60 unidades do mesmo medicamento. No dia 18, outras 35 unidades foram compradas e, no dia 20 de setembro, mais 90 unidades.

Segundo as investigações, os contatos com a rede de farmácias foram contínuos. No dia 23 de setembro, foram adquiridas 20 unidades, e no dia 24, outras 20. Todas as notas fiscais foram emitidas em nome do suposto médico.

Entorpecentes e medicamentos foram encaminhados a Polícia Civil de Campo Grande Fotos: Polícia Civil-MS

O setor de televendas da empresa recebeu, em seguida, o contato de um segundo indivíduo, que também se identificou como médico. Ele realizou duas compras: uma carga de 50 unidades do mesmo medicamento no dia 18 de setembro e outros 90 exemplares no dia 22 de setembro.

Os pagamentos foram realizados via link, e a administradora de crédito aprovou todas as compras com sinal positivo de liberação para a farmácia, razão pela qual a venda foi efetivada e a mercadoria retirada por uma pessoa indicada pelo adquirente. No entanto, no dia 29 de setembro, a rede de cartões entrou em contato com a empresa da vítima, informando que todos os pagamentos haviam sido contestados pelos titulares dos cartões e cancelados.

Contatos foram realizados com os médicos titulares dos cartões informados nas compras, que disseram não ter sido eles os responsáveis pelas aquisições dos medicamentos e que já haviam registrado um Boletim de Ocorrência, pois, segundo eles, seus nomes estavam sendo utilizados de forma indevida para a prática de crimes.

Diante de mais casos de estelionato, a vítima procurou a Polícia Civil e informou, no registro da ocorrência, que teve um prejuízo de R$ 500 mil.

Diante das informações, a Polícia Civil iniciou uma investigação para identificar os criminosos.

Localização dos suspeitos 

Entorpecentes e medicamentos foram encaminhados a Polícia Civil de Campo Grande Divulgação/ Polícia Civil 

Após semanas de investigações e análise de dados, os policiais descobriram que os suspeitos mantinham os remédios bem refrigerados até a destinação final. Um dos integrantes, de 41 anos, foi localizado na posse do veículo utilizado para transportar os medicamentos. Ele confessou ter recebido, em três ocasiões diferentes, mercadorias acondicionadas em caixas de isopor e esclareceu que sua função era manter o conteúdo armazenado em geladeira por poucas horas, informando que seu companheiro, de 29 anos, foi quem passou o “trabalho”.

Os investigadores concluíram que o homem de 41 anos guardava as mercadorias em seu local de trabalho, onde foi localizada uma geladeira utilizada para armazenar os remédios. Ao ser questionado, ele respondeu que entregou a outra pessoa para dar a destinação, mostrando em seu aparelho celular as conversas mantidas com o companheiro. Além disso, levou os policiais até o local onde residiam para comprovar que não estava na posse da mercadoria.

No local, os policiais encontraram maconha e cocaína, além de utensílios utilizados para a comercialização das drogas.

Ambos os autores possuíam mandados de prisão em aberto. Eles foram autuados em flagrante pelos crimes de associação criminosa destinada à prática de estelionato, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, cujas penas somadas podem alcançar até 28 anos de reclusão.

A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, e as investigações prosseguiram para identificar os demais integrantes da associação, bem como para recuperar o dinheiro e/ou os medicamentos desviados da vítima, que já haviam sido vendidos pelos autores.

 

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