O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou oficialmente uma das promessas de sua campanha para deportar imigrantes ilegais conhecidos como "dreamers", que chegaram ao país com menos de 16 anos e têm hoje menos de 35, publicou nesta sexta-feira (16) o jornal americano "The New York Times".
De acordo com o jornal, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou que continuaria o programa Daca, de 2012, destinado a proteger esses imigrantes da deportação e fornecer a eles permissão de trabalho para que se encontrem em situação legal.
Em abril, Trump já havia dito à agência de notícias Associated Press que os "dreamers" poderiam "ficar tranquilos" pois não serão deportados.
Não estamos atrás dos 'dreamers', estamos atrás dos criminosos", afirmou à época.
A decisão deve desagradar eleitores de Trump, já que alguns consideram o programa como uma concessão ilegal de "anistia" aos imigrantes.
urante a sua campanha eleitoral, o presidente norte-americano foi fiel à retórica linha-dura contra os 11 milhões de imigrantes ilegais nos EUA e prometeu interromper "imediatamente" o Daca.
A decisão de continuar o programa Daca foi tomada quando a administração deu um fim à tentativa de expandir o programa também para os pais dos "dreamers" -proposta feita pelo ex-presidente Barack Obama, mas que nunca foi implementada.
MIGRANTES NOS EUA
Em março, Trump assinou decreto proibindo temporariamente a entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana e de refugiados, retirando o Iraque da lista das nações vetadas. O decreto foi posteriormente suspenso por juízes americanos, em grande revés ao presidente norte-americano.
O governo Trump, no entanto, pode ter estabelecido uma forma mais sutil de frear a entrada do grupo no país: reduzir a emissão de vistos.
Segundo dados do Departamento de Estado, em abril, o número de vistos de visitantes para pessoas nascidas em todos os países da lista -Síria, Libia, Somália, Sudão, Irã e Iêmen- caiu 21% em relação a março deste ano e 55% à média mensal de 2016.
O total de vistos de visitantes para todos os países também diminuiu, em abril, em relação a 2016 -mas 15%. Para brasileiros, caiu 4% em relação à média de 2016.