Um dos grandes problemas para a população do Haiti, após o terremoto de 7 graus na escala Richter do último dia 12, é encontrar um lugar para dormir. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, 1 milhão de pessoas – um em cada nove habitantes do país – precisa encontrar abrigo. A questão é que não há barracas nem prédios desocupados seguros para abrigá-las. Pode levar semanas até que os especialistas busquem locais adequados para a instalação de acampamentos para os refugiados, revelou a Organização Internacional para Migração, uma agência intergovernamental. “Nós também precisamos de barracas. Há falta de barracas”, disse Vincent Houver, o chefe da missão no Haiti da agência sediada em Genebra. O Governo do Haiti estima que 700 mil estejam se abrigando sob lençóis, placas de madeira ou plástico em áreas abertas de Porto Príncipe, cidade de 2 milhões de habitantes, e quer que eles se abriguem melhor, em outra partes, com parentes ou outras pessoas. Vítimas Mais de 150 mil vítimas do terremoto foram enterradas pelo Governo, disse uma funcionária no domingo, mas ela disse que a contagem não inclui os corpos que ainda estão sob os escombros e os enterrados ou cremados por parentes, ou ainda os mortos em áreas remotas. “Ninguém sabe quantos corpos estão sob os escombros”, disse a ministra de Comunicações, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue. Esse número tende a confirmar a estimativa de 200 mil mortos divulgada na semana passada pela Comissão Europeia, citando fontes do Governo haitiano. O número final certamente vai colocar o terremoto do Haiti entre as mais mortíferas catástrofes naturais dos últimos tempos, que incluem o ciclone em Bangladesh, em 1970, que teria matado 300 mil pessoas; o terremoto no nordeste da China, em 1974, que matou pelo menos 242 mil; e o tsunami no Oceano Índico, em 2004, com 226 mil mortos.