Cidades

CONFLITO POR TERRAS

União, Famasul e governo de MS devem se reunir para acertar demarcação da Buriti

Ministério dos Povos Indígenas quer marcar para a semana que vem encontro que pode destravar terras em Sidrolândia

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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) planeja se reunir na semana que vem com representantes do governo do Estado de Mato Grosso do Sul e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) para destravar de vez a demarcação da Terra Indígena (TI) Buriti, localizada entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.

Nesta sexta-feira, a ministra Sonia Guajajara e o secretário-executivo do MPI, Luiz Eloy Terena, estiveram na terra indígena e, na ocasião, reuniram-se com lideranças terena para tratar sobre a negociação para solucionar a disputa pela posse da área de 17,2 mil hectares localizada entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.

Segundo Eloy Terena, nesse primeiro encontro com as lideranças, ficou estabelecido que o governo federal, por meio do MPI, poderia iniciar as negociações com os produtores rurais da região. Porém, antes de se reunir com os fazendeiros, o secretário-executivo afirmou que primeiro deve iniciar tratativas com a entidade que representa os proprietários de terras.

“A gente teve agora esse aval, e agora vamos procurar o outro lado. Vamos procurar a Famasul e, para isso, vamos contar com a ajuda do governo do Estado para isso. E a hora que estivermos com as coisas bem conversadas, a gente vai chamar para uma reunião. A gente quer fazer essas conversas iniciais já na próxima semana. Para nós [do MPI], isso é prioridade”, declarou Eloy Terena ao Correio do Estado.

A área de 17,2 mil hectares também inclui uma reserva, demarcada em 1928 pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e homologada pelo governo federal em 1991, na qual os terena foram alocados ao longo do século 20.

Hoje, a TI Buriti é formada por 16 aldeias, sendo nove em Dois Irmãos do Buriti e sete em Sidrolândia. Ao todo, vivem nela em torno de 6 mil indígenas da etnia terena.

Como já havia informado o Correio do Estado, o MPI planejou o início das tratativas no Fórum Territórios Ancestrais, que ocorreu em Aquidauana, para que haja um novo acordo indenizatório que possa pôr fim ao conflito entre indígenas e fazendeiros – entre eles está o ex-deputado Ricardo Bacha.
A tratativa se tornou possível após o governo federal e os fazendeiros da TI Ñande Ru Marangatu, localizada em Antônio João, terem entrado em acordo indenizatório de R$ 146 milhões. Desse total,

R$ 27,8 milhões já foram pagos. 
O acordo foi homologado em outubro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a terra deve ser oficialmente destinada aos indígenas na semana que vem, com evento que deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após esse acordo, segundo informações do advogado Newley Amarilla, que defende parte dos fazendeiros de Sidrolândia e é especialista em casos envolvendo conflito de interesses em terras indígenas, os produtores que têm propriedades na TI Buriti se propuseram a voltar à mesa de discussão.

INDÍGENAS

O Correio do Estado acompanhou a reunião entre o governo federal e as lideranças indígenas ocorrida na aldeia Córrego do Meio, em Sidrolândia. Segundo o coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Alberto Terena, a demarcação definitiva da TI Buriti trará tranquilidade aos indígenas.
“Por vários momentos, a gente vive sob pressão, porque nós temos terras que ainda não estamos nela. Então, a todo momento, as lideranças vivem essa pressão por não ter resolvido. Então, a partir do momento que se demarca a terra indígena, principalmente aqui, a nossa, vai dar esse alívio para seguir a implementação de políticas públicas voltadas para a comunidade”, afirmou.

Não é apenas o lado dos indígenas que fica feliz com a resolução por meio da indenização. De acordo com o pecuarista Josafá Pinto da Silva, ouvido pela reportagem, a resolução para a área traz não só segurança, mas também contribui para que as partes possam “tocar a sua vida”.

“Eu acho de extrema importância [a resolução da demarcação], pacifica esse imbróglio que já vem de bastante tempo, essa disputa entre indígenas e pessoal das fazendas. É importante que pacifique isso dentro da legalidade, que fique bom para todo mundo. Isso faz com que a área possa caminhar, que as pessoas indígenas possam em alguma coisa diferente, na sua agricultura. E que os agricultores possam adquirir outra área”, espera Silva.

A pacificação é de extrema importância, quando a ministra vem aqui ela acerta. É de extrema importância essa conduta dela em tentar resolver esse problema de questões indígenas em Mato Grosso do Sul”, completou o pecuarista.

Saiba

Em 2010, o Ministério da Justiça declarou e delimitou a Terra Indígena Buriti como de ocupação tradicional indígena, com a publicação de portaria declaratória reconhecendo a tradicionalidade da área. Porém, à época, fazendeiros se recusaram a sair da terra e conseguiram travar a conclusão do processo na Justiça. A situação resultou em conflito pela área em maio de 2013, quando uma retomada de terra realizada por indígenas terena ocupou quatro fazendas, incluindo uma propriedade do pecuarista e ex-deputado estadual Ricardo Bacha. Em ação de reintegração de posse feita pela Polícia Federal, o indígena Oziel Gabriel Terena foi morto durante confronto entre os indígenas e a polícia.

Estelionato

Choque recupera Jeep de professor assassinado

Veículo foi encontrado na região do bairro Vila Nasser, pouco distante do local do crime

13/12/2024 12h45

Roberto Figueiredo foi morto a facada na casa onde morava.

Roberto Figueiredo foi morto a facada na casa onde morava. Paulo Ribas/Correio do Estado

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Equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar recuperaram no fim da manhã desta sexta-feira (13) o Jeep Renegade, de cor preta, que havia sido roubado de Roberto Figueiredo, de 63 anos, ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, historiador e professor universitário morto a facadas dentro da própria casa, em Campo Grande.

O veículo, bem como o celular da vítima e uma televisão, havia sido subtraído da residência de Roberto logo após sua morte. O autor segue foragido, e o caso é investigado como latrocínio.

O que se sabe, até o momento, é que Roberto foi encontrado na sala da casa onde morava, pela irmã. Segundo ela, eles fariam uma viagem para São Paulo nesta sexta-feira (13). O corpo estava caído no chão, ensanguentado e sem vestimentas. Informações iniciais apontam que as lesões seriam resultado de facadas e pauladas. Não há sinais de arrombamento no imóvel, e o suspeito segue foragido. A dinâmica do crime, no entanto, ainda não foi informada pela polícia.

Perda para a cultura
sul-mato-grossense

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", era docente da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde atuava há 39 anos.

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Beto já atuou também como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Em nota, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul lamentou a morte de Beto: "Sua dedicação à educação, às artes e à valorização do patrimônio histórico inspirou gerações e será lembrada com profunda gratidão por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com ele".

Confira a nota na íntegra:

"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do professor Roberto Figueiredo, um nome de destaque na educação, cultura e preservação do patrimônio histórico de Mato Grosso do Sul.

Graduado em História, Roberto foi docente dedicado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) desde 1982 e do Colégio Salesiano Dom Bosco de Campo Grande. Na UCDB, além de exercer seu papel como educador, coordenava a Área de Cultura e Arte da Pró-Reitoria de Pastoral e Assuntos Comunitários e dirigia com maestria o grupo teatral Senta que o Leão é Manso, marcando profundamente o cenário artístico local. Entre seus feitos notáveis, dirigiu a adaptação de Marcelo Picolli para o clássico de William Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão, reafirmando sua paixão pelo teatro e seu compromisso com a arte.

Roberto também foi membro atuante do Conselho de Patrimônio do Município e, como gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), foi responsável por importantes processos de preservação de diversos patrimônios históricos, deixando um legado de respeito às memórias culturais do estado.

Sua dedicação à educação, às artes e à valorização do patrimônio histórico inspirou gerações e será lembrada com profunda gratidão por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com ele.

Neste momento de dor, a Universidade Católica Dom Bosco e a comunidade cultural de Mato Grosso do Sul se solidarizam com os familiares, amigos e alunos do professor Roberto, que deixa saudades e uma trajetória exemplar a ser celebrada."

A Universidade Católica Dom Bosco também lamentou a morte de Beto: "Foram 39 anos de UCDB dedicados à docência, defesa e construção da cultura e arte em nosso campus e muito além daqui. Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro, com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música, com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB".

Confira a nota na íntegra:

"A UCDB lamenta profundamente o falecimento do professor Roberto Figueiredo. Mais que um docente, Beto, foi e sempre será um verdadeiro ícone da Cultura e Arte da UCDB e do mundo.

Foram 39 anos de UCDB dedicados à docência, defesa e construção da cultura e arte em nosso campus e muito além daqui. Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro, com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música, com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB.

Roberto Figueiredo era um dos representantes docentes do Conselho Universitário (Consu) da UCDB.

Em sua trajetória, foi presidente da Fundação de Cultura da Capital e ocupou a superintendência de Cultura em Campo Grande.
A UCDB se solidariza à mãe e aos irmãos, aos milhares de acadêmicos que foram seus alunos, aos colegas colaboradores docentes e administrativos e reforça que o legado deixado pelo nosso Beto será sempre lembrado".

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INTERIOR

DOF apreende fuzis, droga e caminhonete avaliados em R$ 3,2 mi

Ação foi realizado no interior do estado e, mesmo após confiscarem todos esses materiais, ninguém foi preso; veículo é do RJ e foi furtado este ano

13/12/2024 12h15

DOF apreendeu dois fuzis AK-47, munições e maconha em Iguatemi

DOF apreendeu dois fuzis AK-47, munições e maconha em Iguatemi Foto: Divulgação/DOF

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O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) realizou uma ação em Iguatemi, município a 412 km de Campo Grande, e apreendeu fuzis, munições, 1,5 kg de maconha e uma caminhonete furtada no Rio de Janeiro (RJ).

Segundo informações oficiais, os policiais militares faziam um patrulhamento rotineiro na região urbana do município, durante a noite desta quinta-feira (12), quando receberam uma denúncia que um imóvel, no bairro Nova Esperança, estaria sendo utilizado como entreposto, ou seja, um armazém de depósito de mercadorias. 

Ao chegarem no local, os agentes encontraram dois fuzis AK-47, 337 munições calibre 7.62 e 1420 quilos de maconha, além de uma Toyota Hilux furtada este ano na capital carioca. Mesmo com a localização do depósito e o material confiscado, nenhum suspeito foi encontrado, mesmo com buscas na região.

Ao todo, os itens apreendidos estão avaliados em R$ 3,2 milhões e foram encaminhados à Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), em Dourados. A ação faz parte do Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

 

 

Alta na apreensão de drogas

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que as apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul registraram aumento de 30% em 2024.

Entre janeiro e novembro deste ano, o volume total de entorpecentes interceptados chegou a 525.163,6 quilos, contra 403.540,8 quilos no mesmo período de 2023.

A Superintendência de Inteligência de Segurança Pública e a Coordenadoria de Fiscalização e Controle, setores vinculados à Sejusp, apontam que o maior volume foi registrado no interior do Estado, com 471.060,6 quilos, enquanto a Capital somou 54.103,0 quilos.

O grande destaque deste ano foi a apreensão de maconha em Mato Grosso do Sul, que totalizou 499.755,4 quilos. A cocaína foi a segunda droga com maior volume de interceptações no Estado, com 11.623,1 quilos apreendidos, seguida de outras substâncias ilícitas em menor escala.

O levantamento também revela variação de 6% nas ocorrências relacionadas ao tráfico, levando em consideração o mesmo comparativo. Em 2024 foram registradas 3.759, contra 3.558 ocorrências registradas em 2023.

Saiba - dados

Segundo dados divulgados pelo DOF, de 1º de janeiro a 28 de agosto deste ano, os agentes militares apreenderam 32 armas, 1.529 munições e 85,5 toneladas de maconha, além de terem recuperado 598 veículos. Porém, esses números não são atualizados desde então, do qual, obviamente, esses dados devem ser maiores.

*Colaborou Alanis Netto

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