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Unicef lança guia para ajudar crianças a manter o aprendizado

Com epidemia, 35 milhões de crianças e jovens ficaram longe das salas

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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou hoje (24) o guia Busca Ativa Escolar em Crises e Emergência, para apoiar estados e municípios na garantia do direito à educação de crianças e adolescentes durante a pandemia da covid-19.

Segundo o Unicef, diante da pandemia, as escolas precisaram ser fechadas, deixando cerca de 35 milhões de crianças e jovens longe das salas de aula. Foram criadas opções para a continuidade da aprendizagem em casa, mas nem todos estão conseguindo manter o processo de aprendizagem, principalmente os mais vulneráveis.

Para reverter esse quadro, mesmo enquanto as escolas ainda estão fisicamente fechadas, o Unicef afirma que é preciso ir atrás de cada um dos alunos e tomar as medidas necessárias para que consigam retomar os estudos. Esta é a proposta do Busca Ativa Escolar, estratégia lançada em 2017 e agora adaptada para situações de calamidade pública e emergências, como a pandemia da covid-19

O guia visa a ajudar as escolas no seu planejamento de reabertura ou de readequação de ações. Está dividido em três seções, com orientações para potencializar a busca ativa e enfrentar a crise, e orientações para o acolhimento e o cuidado dentro das escolas, divididos por etapa escolar. Além disso, traz conteúdos de referências que podem ser usados pelos municípios.

“Não há como definir uma data única de volta às aulas presenciais no país, que tem de ser decidida de acordo com a situação epidemiológica de cada estado e município. 

Mas a preparação das redes escolares para a reabertura de maneira segura deve ser prioridade absoluta em todo o país, assim como a busca ativa de quem não está conseguindo aprender com as escolas fechadas”, disse a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer.

De acordo com o Unicef, o fechamento das escolas gerou significativo impacto negativo na aprendizagem, na nutrição, pois muitas crianças dependem da merenda escolar, e na segurança dos jovens, em especial os mais vulneráveis.

Segundo a agência da ONU, mesmo com as opções de atividades para a continuidade das aprendizagens em casa, pelo menos 4,8 milhões de crianças e adolescentes em todo o Brasil não têm acesso à internet em casa, “além de outros milhões com acesso precário ou falta de equipamento, não podendo manter o vínculo com a escola durante todo o período de isolamento social”. Esses fatores, somado a questões econômicas, contribuem para a evasão.

“A exclusão escolar afeta os mais vulneráveis. Há 6,4 milhões de meninas e meninos que já estavam com dois ou mais anos de atraso escolar, e correm o risco de não conseguir mais voltar. E há, ainda, mais de 1,7 milhão que já estavam fora da escola antes da pandemia, e estão ficando cada vez mais longe dela”, afirmou o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra.

Reabertura com segurança

De acordo com o Unicef, além de encontrar as crianças que estão fora da escola, ou em risco de abandonar, é fundamental preparar as unidades para receber os estudantes em segurança, diminuindo os riscos de infecção pelo novo coronavírus.

Isso inclui adaptações no ambiente escolar que mantenham estudantes, famílias e profissionais de educação protegidos, como adaptações no transporte escolar, na ventilação das salas de aulas e no acesso à água e saneamento nas escolas, entre outros pontos.

Segundo a agência da ONU, há também que se investir em práticas pedagógicas e apoio psicossocial a educadores e profissionais para a retomada.

“Crianças e adolescentes são as vítimas ocultas da pandemia, sendo quem mais sofre com as consequências da crise em médio e longo prazos. É urgente que os governos priorizem crianças e adolescentes em seus planos de reabertura e invistam nas ações necessárias para a retomada das escolas. O Unicef chama cada estado e município a agir agora para garantir condições seguras de funcionamento das escolas e a analisar a situação da pandemia para definir o momento seguro de reabrir”, disse Florence Bauer.

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, destacou a centralidade da escola na vida do estudante, evidenciada nessa época de pandemia. 

“Tanto que os municípios de uma maneira geral têm procurado, de alguma forma, chegar até as casas, manter um vínculo, dar orientações às famílias para que continuem a avançar no processo de aprendizagem com a consciência de que aprendemos de uma forma diferente”, disse.

O guia é uma parceria do Unicef com a Undime, o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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