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Uruguai quer produzir e distribuir maconha

Uruguai quer produzir e distribuir maconha

terra

21/06/2012 - 06h00
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O governo uruguaio apresentará um projeto de lei para a "legalização controlada" da maconha, pelo qual o Estado vai produzir e distribuir a droga, visando combater o narcotráfico e a criminalidade, informaram as autoridades nesta quarta-feira.

"Pensamos que a proibição de certas drogas está criando mais problemas à sociedade que a própria droga (...) e com consequências desastrosas", disse em entrevista coletiva o ministro da Defesa, Eleuterio Fernández Huidobro, explicando que haverá "um controle severo do Estado sobre a produção e a distribuição" da maconha.

A decisão é inédita na América Latina.

A proposta foi apresentada entre uma série de medidas analisadas pelo governo do presidente de esquerda, José Mujica, com o objetivo de combater a violência no país. Estas medidas incluem o agravamento das penas sobre corrupção policial e tráfico de cocaína, além de maior rigor contra menores delinquentes.

Também estão previstos um fundo nacional para indenizar as vítimas de crimes violentos e um sistema especializado em denúncias de violência doméstica.

Atualmente, o Parlamento uruguaio analisa três projetos de lei, de distintos partidos, que prevêem a legalização do cultivo de maconha para consumo próprio, mas o governo teme que a medida seja utilizada pelo narcotráfico para transformar o país em um "centro de fabricação e distribuição internacional de drogas", disse o ministro Fernández Huidobro.

"Diante disto, nos inclinamos mais para o controle estrito do Estado sobre a distribuição e produção desta droga", explicou.

"Analisamos os tratados internacionais, as relações com nossos vizinhos e os temas diplomáticos que envolvem um passo desta natureza", destacou Fernández Huidobro.

Para justificar a decisão, o ministro citou o aumento de homicídios em acertos de contas entre delinquentes, que considerou "um sintoma claro do surgimento de certos fenômenos que antes não existiam no Uruguai".

Entre janeiro e maio de 2012, foram registrados 133 homicídios em todo o país, o que representa um aumento de 70% em relação aos 76 casos denunciados no mesmo período de 2011.

"Esta não é uma ideia original, é algo que estão discutindo" no mundo, que segue a "linha de (ex-chefe de governo espanhol) Felipe González", destacou Fernández Huidobro.

Segundo o ministro, "será política externa do Uruguai a luta pela legalização (da maconha) e pela eliminação da proibição iniciada em 1971 por uma decisão equivocada do presidente (Richard) Nixon, que provocou todo este desastre, declarando uma guerra vencida pelos narcos".

"Queremos (...) combater o tráfico e o consumo de cocaína, que é uma das drogas menos consumidas mas que tem efeitos inadmissíveis, e não é uma droga, é um veneno".

As 15 medidas anunciadas pelo governo foram reunidas em um amplo documento denominado "Estratégia pela vida e a convivência", no qual o governo atribui o aumento da violência "aos processos de exclusão (...) gerados a partir dos anos 70 durante a ditadura e que foram progressivamente consolidados nos anos 90".

Diretrizes

MPT cria regras para proteger trabalhadores contra o "calorão"

Uma das recomendações é o fornecimento de água potável fresca, bebidas isotônicas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados às novas condições climáticas

29/04/2025 17h00

medida sugerida é o fornecimento de água potável fresca, bebidas isotônicas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados às novas condições climáticas

medida sugerida é o fornecimento de água potável fresca, bebidas isotônicas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados às novas condições climáticas Foto: Reprodução

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Diante do aumento de eventos climáticos extremos, como calor intenso e seca prolongada, o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) expediu três recomendações direcionadas a empregadores, entidades sindicais e ao Poder Público.

Entre as principais diretrizes para empregadores, o MPT-MS destaca a necessidade de revisar os programas de saúde e segurança do trabalho, com foco nos impactos climáticos. A instituição recomenda a realização de avaliações quantitativas do calor nos períodos mais críticos, além da readequação dos horários de trabalho para evitar a exposição dos trabalhadores nos momentos de maior risco térmico.

As orientações foram divulgadas nesta terça-feira (29), após uma audiência coletiva realizada na última sexta-feira (25), que reuniu representantes de diversos setores para debater medidas de proteção à saúde dos trabalhadores diante das mudanças climáticas.

O órgão também orienta que as empresas ofereçam pausas regulares em ambientes climatizados e livres de poluição, contabilizando esses intervalos como tempo efetivo de trabalho. Outra medida sugerida é o fornecimento de água potável fresca, bebidas isotônicas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados às novas condições climáticas — como chapéus legionários, protetor solar e vestimentas específicas para altas temperaturas.

“O MPT-MS recomenda, ainda, que as empresas promovam a suspensão temporária das atividades em situações de risco grave e iminente, especialmente em casos de emergência climática ou exposição extrema, priorizando a proteção de trabalhadores com condições de saúde mais vulneráveis, como gestantes e pessoas com comorbidades”, reforça o órgão.

Para as entidades sindicais, o Ministério Público do Trabalho sugere a incorporação dessas diretrizes nos processos de negociação coletiva, de modo a garantir a efetividade das medidas propostas no cotidiano das categorias laborais.

Já ao Poder Público, o MPT orienta a criação e aprimoramento de sistemas de alerta para situações como baixa qualidade do ar e da água, ondas de calor e frio, além de risco de inundações. Esses sistemas devem garantir comunicação eficaz com os trabalhadores e gerar índices confiáveis sobre os efeitos climáticos na saúde ocupacional.

O documento também recomenda que os procedimentos de licenciamento ambiental e concessão de alvarás levem em consideração as condições de conforto térmico nos canteiros de obras e outros ambientes de trabalho.

As recomendações expedidas têm prazo indeterminado, e o MPT-MS poderá solicitar, a qualquer momento, informações sobre seu cumprimento pelas instituições notificadas.

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Investigação

Ex-diretores do INSS pegaram R$ 17 miilhoes de gestores das fraudes contra aposentados

As suspeitas sobre o envolvimento de dirigentes da autarquia com o esquema que teria provocado prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto

29/04/2025 16h37

Agência do INSS em Campo Grande; instituto permitiu descontos ilegais em benefícios de aposentados

Agência do INSS em Campo Grande; instituto permitiu descontos ilegais em benefícios de aposentados Gerson Oliveira

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Ex-servidores do alto escalão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) receberam mais de R$ 17 milhões de intermediários das associações suspeitas de fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas.

As suspeitas sobre o envolvimento de dirigentes da autarquia com o esquema que teria provocado prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.

Sob pressão da oposição, o governo Lula mantém no cargo o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A Polícia Federal identificou repasses a três dirigentes do INSS:

  • - André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
  • - Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação;
  • - Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS.

O dinheiro teria sido repassado por meio de empresas registradas no nome de familiares dos ex-diretores “sem motivo razoável conhecido para tanto”. Eles foram alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada.

“Observa-se a ação em conluio entre os investigados a fim de conferir aparente legalidade ao pagamento realizado pelos operadores financeiros e o recebimento de vantagens ilícitas por parte de servidores do INSS, abastecido pelo dinheiro proveniente dos descontos indevidos realizados pelas entidades associativas, em ação concertada”, afirma a Polícia Federal na representação que levou à operação.

Fluxo financeiro

Os repasses foram descobertos porque a Polícia Federal conseguiu reconstituir uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas que, segundo a investigação sobre as fraudes no INSS, operou a distribuição do dinheiro desviado por meio de associações.

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, citado no inquérito como “Careca do INSS”, é apontado como o principal operador do esquema. Ele é dono de dezenas de empresas com personalidade jurídica própria, usadas para blindar os sócios controladores, e até de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Defesa diz que ele vai comprovar inocência.

Segundo a PF, pessoas e empresas relacionadas ao “Careca do INSS”, receberam R$ 48,1 milhões diretamente de associações suspeitas, além de R$ 5,4 milhões de empresas ligadas a essas entidades, totalizando R$ 53,5 milhões.

Depois de identificar esses “intermediários”, a PF passou a analisar para quem eles enviaram dinheiro. Foi aí que os investigadores se depararam com empresas ligadas a familiares de chefões do INSS.

Segundo a investigação, Virgílio Antônio, que chefiou a Procuradoria Federal Especializada do INSS, recebeu R$11.997 602,70 por meio de empresas registradas no nome da mulher e da irmã.

André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, recebeu R$ 5.186.205,0041 por meio do filho e da nora.

O ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação, Alexandre Guimarães, ficou com R$ 313.205,29, indica a Operação Sem Desconto.

Segundo a investigação da Operação Sem Desconto, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANTÔNIO ANTUNES

Alberto Moreira e Flávio Schegerin, sócios do escritório Moreira e Schegerin Advogados, responsáveis pela defesa técnica de Antonio Antunes, esclarecem que não comentam processos em curso, principalmente os que tramitam em segredo de justiça. Reforçam, contudo, que as acusações apresentadas contra seu cliente não correspondem à realidade dos fatos.

A defesa confia plenamente que o tempo propiciará uma apuração adequada dos fatos, possibilitando uma atuação ampla e isenta por parte das instituições, em harmonia com o Estado Democrático de Direito. Estamos certos que ao longo do processo, a inocência de Antonio será devidamente comprovada.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem pediu manifestação de Virgílio Antônio e buscou contato com as demais defesas ate a publicação deste texto.

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