A tentativa de assalto contra o Banco do Brasil de Itaquiraí, na última sexta-feira, quando marginais usaram dinamites para romper o caixa eletrônico, chama novamente a atenção da polícia para o comércio clandestino desse tipo de explosivo. A constatação é de que, geralmente, o produto é comprado ilegalmente no Paraguai e trazido para o Brasil, onde tem sido usado em assaltos a equipamentos eletrônicos de bancos.
Na quarta-feira, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu em Anastácio, 3,5 quilos de dinamites em um veículo Mercedes Benz com placa de São Paulo. O motorista alegou que levava os explosivos para utilização em serviços de mineração e que eles foram comprados em território nacional. O produto foi encaminhado ao grupamento do Exército de Aquidauana, inclusive, para verificação da legalidade da documentação apresentada, que pode ser falsificada.
Outros casos
Em outubro passado, E.B.J., 29 anos, foi preso em Campo Grande com dinamites. Ele foi responsabilizado pela tentativa de roubo em um dos caixas eletrônicos da agência do HSBC localizada na Avenida Bandeirantes, dois dias antes da prisão. Segundo policiais que investigaram o caso, E.B.J. teve ajuda de R.M.C., 25 anos, preso em Goiânia (GO).
O criminoso de Goiânia esteve em Campo Grande e teria feito levantamentos na parte externa da agência, mas desistiu do furto, alegando não ser especialista em explosivos, e que algo poderia dar errado. No entanto, E.B.J. decidiu arriscar: lançou a dinamite no local de saída de dinheiro; o artefato explodiu, mas a máquina não ejetou as cédulas.
Já no mês de novembro, a Polícia Militar apreendeu 35 bananas de dinamite na bagagem do passageiro A.S.F., de 30 anos. O flagrante aconteceu no Terminal Rodoviário Antônio Mendes Canale, em Campo Grande.
De acordo com a polícia, as dinamites que vêm sendo apreendidas em Mato Grosso do Sul, principalmente em rodovias, têm origem nacional e também estrangeira. No entanto, ainda não há um levantamento quantitativo de apreensões realizadas no Estado.
A comercialização desses artefatos vindos de fora do País é alimentada principalmente pelo Paraguai, onde a aquisição é feita com facilidade, frequentemente nas ruas, sem qualquer fiscalização.
A utilização desses produtos contrabandeados ou desviados é prioritariamente para furtos a caixas eletrônicos. Outras utilizações são ataques contra prédios, ou força policial, em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro.