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Variante do coronavírus aparece em 82% das amostras coletadas para estudo em Mato Grosso do Sul

A predominância da P1 explica o número elevado de casos nas últimas semanas e a maior necessidade de leitos de UTI

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Grupo de pesquisadores realizou estudos sobre a variante P1 na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Eles descobriram que o novo vírus atingia 82% das 38 amostras analisadas entre os dias 6 a 9 deste mês.

A equipe representada pelos pesquisadores Júlio Croda, Ana Rita Coimbra Motta-Castro e James Venturini, explicou que a P1 possui maior transmissibilidade, atinge a população mais jovem, apresenta uma evolução mais rápida e maior gravidade da doença, além de diminuir a efetividade das vacinas.

“Tivemos em nosso Estado a presença de muitas variantes, mas no último mês de março, foi muito grande a disseminação da P1”, salienta Coimbra.

Croda afirma que a variante não predomina só em Mato Grosso do Sul, mas em todos os estados brasileiros. A P1 explica, por exemplo, o número elevado de casos nas últimas semanas e a maior necessidade de leitos de UTI.

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“Com uma nova variante mais transmissível, temos mais pessoas que precisam de hospitalização e mais pessoas vão a óbito. Essa variante também acomete jovens, então aquela história, de antes, de que somente os idosos precisariam de leitos de UTI não é mais verdade. Hoje em dia, a maioria das pessoas que estão internadas são de jovens, principalmente por conta da P1, porque ela tem uma carga viral mais elevada”, relatou.

A variante surgiu em Manaus e foi identificada em Mato Grosso do Sul em fevereiro deste ano, segundo os pesquisadores. Com pouco mais de um mês de circulação, é a mais presente nas análises do vírus. 

A descoberta foi possível por meio de um trabalho que realizou o sequenciamento genético do coronavírus, a partir de amostras clínicas por meio de swab nasofaringeano.

A pesquisa “mapeamento genômico de Mato Grosso do Sul” teve como objetivo conhecer as variantes que mais circulam no Estado e, com isso, subsidiar as autoridades sanitárias na adoção de práticas e ações de combate à Covid-19.

Os resultados foram entregues durante reunião que aconteceu na tarde de quinta-feira (15) na Secretaria de Estado de Saúde (SES). O secretário estadual de Saúde Geraldo Resende estava presente e recebeu os dados que indicaram predominância da P1.

A realização do trabalho só se tornou possível depois que a UFMS adquiriu um sequenciador de nova geração. O aparelho deu autonomia para Mato Grosso do Sul, já que antes era necessário enviar amostras para outros Estados. 

Os insumos para a pesquisa foram disponibilizados pelo Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen-MS).

A secretária-adjunta estadual de Saúde, Crhstinne Maymone afirmou que o novo aparelho de sequenciamento de genoma vai possibilitar a “tomar as melhores decisões possíveis, com embasamento na ciência. O sequenciamento genômico é uma questão muito importante e daqui para frente vai fazer parte da nossa rotina”.

P1 em Mato Grosso do Sul

O primeiro caso da P1 no Estado foi confirmada pela SES no dia 3 março. O caso foi de um homem de 37 anos, que teve os primeiros sintomas no dia 2 de janeiro e testou positivo para o coronavírus no dia 8 do mesmo mês, pelo teste RT PCR. 

Ele ficou internado na UTI do hospital Santa Casa de Corumbá e era é do grupo de risco, com imunossupressão e obesidade, mas se recuperou depois de recuperação domiciliar.

No mesmo dia, também foi confirmado pela SES o primeiro caso da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM – P) no Estado.

O caso é da adolescente de 15 anos, de Campo Grande, que faleceu em outubro de 2020, quando o caso entrou em investigação. Ela não tinha doenças preexistentes.

Por não apresentar comorbidades, a SES iniciou a investigação da Sim-P assim que a paciente faleceu. De acordo com a Secretaria, inúmeros exames foram realizados - conforme protocolos do Ministério da Saúde e, após envio de todos os laudos e informações, houve parecer favorável pelo comitê de SIM-P Nacional.

Ainda não se sabe o motivo da síndrome só afetar apenas algumas crianças e adolescentes. Contudo, a Sim-P costuma aparecer de três a quatro semanas após o pico do coronavírus.

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Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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