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Vendas de carros de luxo desabam 41% em 2012

Vendas de carros de luxo desabam 41% em 2012

ig

12/08/2012 - 04h00
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Se antes o Brasil era considerado uma alternativa aos saturados mercados europeu, norte-americano e asiático, agora deixou de ser atraente para as marcas de automóveis de alto luxo. A alta abrupta do IPI para importados adotada pelo governo para segurar a avalanche de veículos chineses e coreanos importados acabou atingindo em cheio o segmento mais sofisticado também.

Para completar a tragédia, o câmbio inverteu a trajetória de queda, encarecendo ainda mais o custo dos automóveis que vêm do Exterior. O resultado é que as vendas de modelos acima de R$ 300 mil das marcas “premium” caíram nada menos que 41%, segundo levantamento feito pelo iG com dados da Abeiva e Anfavea.

Há um ano era possível comprar um BMW 550i, um dos sedãs de luxo mais famosos do mercado, por R$ 396 mil. Hoje esse mesmo modelo custa R$ 500 mil, alta de 26%. O conhecido utilitário esportivo Cayenne, da Porsche, é outro veículo com expressivo aumento. Na versão mais em conta, V6 3,6 litros, o preço pulou de R$ 269 mil em 2011 para R$ 339 mil neste ano, um reajuste idêntico ao do BMW. A situação motivou a importadora Sttutgart a oferecer o SUV em condições semelhantes às de carros mais baratos, com entrada mais 12 parcelas fixas sem juros.

“O repasse seria muito maior se não tivéssemos absorvido parte desse aumento”, disse ao iG um executivo do setor. Na época do aumento do IPI houve quem dissesse que apenas o consumidor comum sentiria no bolso a diferença a mais “afinal, o rico não se importa em pagar R$ 50 mil, R$ 100 mil a mais”, mas na prática isso não se confirmou: “o cliente abastado sabe bem o valor do dinheiro”, completou o mesmo profissional.

Blindada contra a crise

Entre as marcas de luxo, a mais afetada foi a inglesa Aston Martin, que viu suas vendas caírem de 20 unidades no 1º semestre de 2011 para apenas cinco carros neste ano. Com mais volume, Porsche e Land Rover vieram a seguir, com queda de mais de 60%. A montadora alemã, que agora é parte do grupo Volkswagen, atribuiu o problema não só ao IPI e câmbio, mas também "à renovação da linha. Os modelos 911 e Boxster mudaram e não estiveram disponíveis no início deste ano”, explicou o assessor da marca, Luiz Alberto Pandini.

A marca inglesa, hoje propriedade dos indianos da Tata, só se salvou porque a chegada do modelo Evoque mais do que compensou as perdas em outros modelos. A montadora, no entanto, confirma os motivos do sumiço dos clientes de suas lojas: “O aumento do IPI em 30 pontos percentuais, em conjunto com a cotação do dólar frente ao real, que saltou de R$1,65 em meados do ano passado para cerca de R$ 2,05 neste ano, afetou todos os segmentos de veículos importados, desde aqueles com preços mais populares, até os superluxuosos. A medida de aumento do IPI foi exagerada e prejudicou o mercado e o consumidor brasileiro, que tem cada vez menos acesso a veículos de alta tecnologia, segurança e design”, argumentou Flavio Padovan, diretor geral da Land Rover e Jaguar e também presidente da Abeiva, a entidade que reúne as empresas importadoras.

Curiosamente, uma das marcas mais desejadas do mundo viu seus números crescerem nesse período. A Ferrari teve o êxito de emplacar 30 unidades de seus esportivos em 2012, seis a mais que em 2011, situação semelhante à da rival Lamborghini, que também é representada pelo grupo Via Italia no Brasil e ampliou suas vendas em 33%.

Marca Vendas 1º semestre 2011 Vendas 1º semestre 2012 %
Aston Martin 20 5 -75%
Audi* 142 162 14%
Bentley - 4 -
BMW* 544 441 -19%
Ferrari 24 30 25%
Jaguar 38 21 -45%
Lamborghini 9 12 33%
Land Rover* 584 228 -61%
Maserati 13 11 -15%
Mercedes-Benz* 769 477 -38%
Porsche 594 216 -64%
Total 2.737 1.607 -41%

* Apenas modelos com preço acima de R$ 300 mil

Mercado marginal

Apesar de ter entrado no mapa das grandes grifes mundiais, o Brasil ainda responde por uma parcela minúscula das vendas globais de algumas marcas. Mesmo ostentando o 4º maior mercado de automóveis do mundo, nosso país foi o destino de menos de 1% das Ferraris vendidas em 2011. Na Audi, que possui um portfólio bem mais acessível, essa participação é ainda mais inexpressiva – apenas 0,4%.

Mesmo com números decepcionantes, o País é considerado um dos mercados mais promissores no mundo a ponto de motivar empresas como BMW, Land Rover e Mercedes-Benz a estudar a fabricação de alguns modelos em território nacional. No entanto, a falta de regras por parte do governo tem sido apontada como a principal causa para desmotivar o crescimento desse mercado: “Estamos esperançosos de que o Governo edite uma medida para aliviar esta carga tributária, permitindo que o mercado volte ao normal”, afirmou Padovan.

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Casa de ex-prefeito de Campo Grande vai a leilão para pagar dívida de pensão

Alcides Bernal deixou de pagar pensão quando foi cassado, em 2014, e dívida ultrapassa R$ 112 mil a filho que mora no Tocantins

20/06/2025 17h33

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, terá uma casa levada a leilão devido a uma dívida de pensão que ultrapassa o valor de R$ 112 mil. A sentença é da 1ª Vara da Família e Sucessões de Palmas (TO), onde mora o filho do ex-prefeito.

De acordo com os autos do processo, na época em que ainda era prefeito, Bernal e o filho celebraram acordo em processo que tramitou em Campo Grande, onde ficou estabelecido que seria descontado o valor de três salários mínimos diretamente de seus subsídios de prefeito, inclusive o 13º salário, e seriam depositados na conta do filho.

O acordo foi homologado por sentença que transitou em julgado. No entanto, Bernal foi cassado em 2014 e, sem o desconto em conta, ele deixou de cumprir a obrigação com o filho.

“Por ocasião de sua cassação, por pura liberalidade, por humanidade e generosidade do Exequente, mesmo sofrendo as agruras da falta de pagamento da pensão (contraindo dívidas para continuar se mantendo), pensando que o seu pai, até lhe seria grato, por deixar passar um tempo razoável para se recompor, deixou passar alguns meses, contudo, após esse tempo, o Exequente começou a tentar contato, para tentar uma composição amigável com o Executado, não conseguindo nem uma resposta”, diz a ação.

Também conforme a ação, o filho tentou várias formas de contato, por meio de ligações em celular pessoal e na prefeitura, assim como por meio de conhecidos e amigos próximos, que também tentaram contato via ligação e pessoalmente com Bernal, mas sem sucesso. 

Assim, foi protocolizada nova petição, para execução dos débitos que haviam sido deferidos para desconto em folha, totalizando 36 meses pendentes, contando com dois 13º salários, que não foram pagos de janeiro a abril de 2013 e de abril de 2014 até setembro de 2016.

O montante devido, com juros de mora e atualização monetária e capitalização simples, até o mês de setembro de 2016, é de R$ 112.252.23.

Na ação, é citado também que o pagamento da pensão alimentícia é a obrigação mínima de Bernal, já que, segundo os autos, há abandono afetivo desde o nascimento de seu filho.

O filho relata que está passando por necessidades financeiras e que a ajuda do pai, que não está sendo paga, está fazendo falta. Dentre as dificuldades citadas, está o fato de que o rapaz tem "inúmeros gastos diários" e que parou de estudar por falta de recursos financeiros.

Desta forma, foi pedido a intimação para que Bernal efetuasse o pagamento do débito pendente no prazo de três dias e, caso não realizasse a quitação, que fossem penhorados bens, quanto bastassem para o adimplemento da da dívida.

Sem o pagamento, o imóvel a ser leiloado é uma casa localizada no Jardim Paulista, em Campo Grande, que se encontra penhorada, com a devida intimação do devedor. Na ação, não consta quando será realizado o leilão.

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Justiça bloqueia R$ 40 milhões de família que provocou "muralha de fogo" em MS

Segundo investigação, pai e filhos são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas na região pantaneira

20/06/2025 17h00

"Muralha de fogo", em Corumbá, em 2024 Foto: Divulgação

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 A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40,7 milhões em bens de uma família acusada de provocar incêndios criminosos para criação ilegal de pasto em Corumbá, região do Pantanal sul-mato-grossense. A ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), envolve o pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como “Carlinhos Boi”, e seus três filhos, que, segundo a investigação, são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas, incluindo a chamada “muralha de fogo” que viralizou nas redes sociais em junho de 2024 durante a tradicional Festa de São João.

O incêndio teve como ponto de ignição propriedades utilizadas pela família, como a Fazenda Pira-Retã e o Sítio São Domingos, área inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP) às margens do Rio Paraguai, nas proximidades de um ponto de captação de água que abastece a cidade de Corumbá.

De acordo com laudos da Polícia Federal, a ocupação irregular e as construções precárias no local impedem a regeneração da vegetação nativa e geram lançamento de esgoto e lixo diretamente no solo, aumentando o risco de contaminação do rio.

O MPF aponta que a família Martins utilizava irregularmente o cadastro da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro-MS) para movimentar e criar bovinos em áreas pertencentes à União, na região conhecida como “Retiro Tamengo”. As terras, além de públicas, incluem áreas privadas sem cercas delimitando os perímetros, o que favorecia a ocupação ilegal.

O objetivo da ação civil pública é obter a desocupação imediata das áreas invadidas, com a retirada dos bovinos, demolição das construções irregulares e recuperação ambiental do espaço por meio da implantação de um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Também foi solicitado o pagamento de indenizações pelos danos ambientais, restituição dos lucros obtidos ilegalmente e compensação por danos morais coletivos.

A propriedade já havia sido alvo de fiscalização pela Polícia Militar Ambiental em 2013, quando foram constatadas construções ilegais e a degradação ambiental do local. Agora, com as novas provas e a reincidência da prática, o caso avança na 1ª Vara Federal de Corumbá, vinculada ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O processo segue em tramitação na esfera federal, e os acusados poderão apresentar defesa nas próximas etapas judiciais.

"Muralha de fogo"

Terra do Banho de São João, considerada a maior festa junina do Centro-Oeste, Corumbá foi o município que mais queima em todo o Brasil em 2024. O triste extremo, entre a festa e os incêndios que devastam o Pantanal, foi registrado pela corumbaense Elisa Márcio, e compartilhado em uma rede social, em junho do ano passado.

Segundo o Painel Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a região pantaneira registrou mais de 14 mil focos de incêndio. 

Além disso, conforme noticiado anteriormente, a população do município sofre com a fumaça que vem das queimadas, que associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tornam o cenário ainda mais crítico.

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