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Verba bilionária para presídios pode ser insuficiente

Verba bilionária para presídios pode ser insuficiente

G1

20/09/2015 - 09h57
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Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que obriga o governo a liberar uma quantia bilionária para a construção e reforma de presídios pode ser insuficiente para melhorar a situação dos presos, disseram especialistas que acompanham o assunto.

Para eles, ainda falta vontade política, priorização e capacidade de gestão a fim de garantir condições dignas para a população carcerária.

No último dia 9 de setembro, o STF determinou que o governo federal libere todo o saldo do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), atualmente de R$ 2,4 bilhões, segundo o Ministério da Justiça.

O dinheiro, proveniente de taxas pagas em ações na Justiça e parte das apostas em loterias federais, vem se acumulando há 15 anos sem total destinação para melhoria das penitenciárias e cadeias no país.

Apesar da cifra, todos os anos o governo reserva menos recursos ao orçamento do fundo, que, mesmo assim, não é inteiramente gasto na área (veja na tabela ao lado).

Até junho deste ano, por exemplo, o governo desembolsou menos que 10% do disponível: R$ 46,4 milhões dos R$ 541,8 milhões autorizados no Orçamento de 2015, segundo levantamento realizado pela ONG Contas Abertas, que monitora os gastos públicos com dados oficiais.

Além de bloqueios frequentes do próprio governo federal para fazer caixa, boa parte do dinheiro não é gasto por problemas enfrentados pelos estados.

Um levantamento feito pelo Ministério da Justiça a pedido do G1 no ano passado mostrou que, de 2004 a 2013, 15 estados e o Distrito Federal deixaram de usar R$ 187 milhões liberados pelo governo federal.

Entre os diversos motivos alegados, destacam-se a falta de recursos dos próprios estados para completar as obras, cancelamentos por atrasos, inadequação de projetos, problemas em licitações, suspeitas de irregularidades e trocas no comando dos governos estaduais. Uma reclamação frequente são as exigências e a burocracia da União para soltar o dinheiro.

"Os estados têm dificuldades, falta vontade política para formular políticas públicas para usar aqueles recursos, presos não são prioridade. Há uma outra questão que é o excesso de burocracia do Ministério da Justiça", explica o advogado Daniel Samento, que representou o PSOL, autor da ação com o pedido de desbloqueio do Funpen.

No ano passado, segundo dados do Ministério da Justiça, dos R$ 253,1 milhões disponibilizados aos estados, foram gastos R$ 146,8 milhões foram gastos, dos quais a maior parte (R$ 134,5 milhões) foram para pagamentos de obras contratadas em anos anteriores.

Mudança de postura
Com a recente decisão do STF de aumentar os recursos a serem disponibilizados, os governos terão de mudar a postura para garantir as melhoras, diz o jurista.

"Em vez de pegar e bloquear, é preciso que as partes sentem para que, por exemplo, a União busque de alguma maneira capacitar os estados a formular projetos adequados. Mas, por outro lado, que a União seja mais flexível em relação a essas burocracias", afirma.

Outra forma de efetivar a aplicação dos recursos, lembra Sarmento, é a possibilidade de o próprio Judiciário obrigar estados a construir presídios, conforme outra decisão recente do STF, proferida em agosto a pedido do Ministério Público no Rio Grande do Sul.

Professor e pesquisador da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, o também jurista Rubens Glezer afirma que a decisão do STF na ação sobre o Funpen ainda poderá avançar mais, quando os ministros julgarem outros pedidos feitos pelo PSOL, ainda não analisados. Trata-se de obrigar governos federal e estaduais a formularem planos amplos para melhorar todo o sistema penitenciário, sob supervisão do Judiciário.

"O Judiciário deveria exigir políticas públicas estruturais comprometidas com prazos e projetos", diz Glezer. Ele também defende a atuação mais incisiva do Judiciário por entender que políticos quase sempre ignoram quando disputam cargos no Legislativo e no Executivo.

"Nós sabemos que a pauta carcerária não traz votos. Propagandas políticas de modo geral não sinalizam interesse em defender os direitos dos presos porque no discurso geral se tem a ideia de que cuidar do direito dos presos num país como o nosso é um descaso para as pessoas que seguem as leis. E o que se perde de vista é que as pessoas presas precisam voltar depois e ser reintegradas à sociedade", afirma.

Como solução para o efetivo uso dos recursos agora disponíveis, Gil Castello Branco, diretor da ONG Contas Abertas, chama a atenção para a melhoria da capacidade de gestão, medida que também pode receber investimentos do Funpen.

"O governo vai precisar se reestruturar, fazer seminário, organizar eventos, ensinar, mostrar como os estados podem obter e efetivamente fazer com esses recursos. É preciso que o governo, que já convive com essa dificuldade há várias décadas, tenha capacidade de identificar as dificuldades que os estados têm e auxiliá-los".

Procurado pelo para informar os planos que tem para aplicar o dinheiro, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça e que administra o Funpen, disse que só irá se manifestar sobre o assunto depois de notificado da decisão do STF.

MINHA CASA MINHA VIDA

Lula anuncia programa de crédito para reforma de casas

No pronunciamento, o presidente da república não deu detalhes de como irá acontecer o programa ou sobre seu cronograma.

20/05/2025 17h15

Lula anuncia programa de crédito para reforma de casas

Lula anuncia programa de crédito para reforma de casas Divulgação/CNM

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O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, na manhã desta terça-feira (19) a intenção do governo federal de lançar um programa de crédito para reforma de casas.

O anúncio aconteceu na solenidade de abertura da 26ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a maior mobilização municipalista em número de autoridades do mundo. 

Sem dar muitos detalhes, Lula destacou novos recursos para a execução de uma nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções.

De acordo com o presidente, a medida tem como objetivo suprir o déficit habitacional que, segundo avaliação do governo, chega a 7 milhões de moradias e, conforme seu discurso, representa uma demanda dos prefeitos de todo o país. 

Além disso, informou que o governo federal vai oferecer acesso ao crédito para o cidadão interessado em realizar a reforma da sua casa. Essa é uma das medidas idealizadas pelo Planalto para aumentar a popularidade do presidente. 

"O que está em jogo é a necessidade dos moradores dessas casas. Vamos anunciar logo, além do Programa Minha Casa, Minha Vida, uma política de crédito de reforma da casa. A gente vai fazer esse programa por ser uma necessidade das pessoas. O cidadão que quiser reformar a sua casa, fazer uma garagem, fazer um quarto, fazer um banheiro, ele tem o direito de pegar um crédito com juros mais baratos possíveis", afirmou Lula, sem explicar como funcionaria o programa e seu cronograma. 

Saúde

Na área da Saúde, o Lula sinalizou a intenção de disponibilizar mais serviços àqueles que necessitam de atendimento na área pública da saúde. Para isso, o governo vai lançar mais uma etapa do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), uma iniciativa do Ministério da Saúde que pretende dar acesso facilitado a consultas e exames especializados no Serviço Único de Saúde (SUS). 

A proposta deverá atender a população que necessita de acompanhamento mais detalhado pelos profissionais de saúde, tendo como foco a realização de exames médicos. Segundo o chefe do Estado, o avanço do programa só será possível com o apoio dos prefeitos. 

"A gente não vai conseguir fazer isso sem as prefeituras", pontou. 
 

XXVI MARCHA A BRASÍLIA

Comitiva de 40 prefeitos e prefeitas de MS marcam presença em 26ª Marcha a Brasília

Edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios tem como tema Autonomia Municipal

20/05/2025 16h45

Comitiva de 40 prefeitos e prefeitas de MS marcam presença em 26ª Marcha a Brasília

Comitiva de 40 prefeitos e prefeitas de MS marcam presença em 26ª Marcha a Brasília Divulgação/Assomassul

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Uma comitiva de 40 prefeitos e prefeitas de Mato Grosso do Sul chegou ontem (19) a Brasília para participar da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. De hoje (20) até o dia 22, milhares de gestores públicos de todo o país se reúnem no evento promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) no evento que tem como tema central “Autonomia Municipal: a Força que Transforma o Brasil”. 

Uma das principais pautas reivindicadas por Mato Grosso do Sul — e por gestores de todo o país — é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, conhecida como PEC da Sustentabilidade Fiscal.

A PEC propõe ampliar de 60 para 300 meses o prazo de parcelamento das dívidas previdenciárias dos municípios junto aos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).

Se aprovada, a PEC reduzirá R$700 bilhões de contribuição para os municípios, garantindo mais equilíbrio fiscal e condições para investir em saúde, educação e infraestrutura.

A CNM defende três emendas para o aprimoramento do texto que, atualmente, está em análise na Câmara dos Deputados: 

  • Substituição do indexador da dívida Selic por IPCA;
  • extensão automática da Reforma da Previdência da União aos municípios;
  • um novo modelo de precatórios que traga benefícios a mais cidades.

Em reunião com os presidentes das associações estaduais e a diretoria nacional, o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) e  prefeito de Itaquiraí e Thalles Tomazelli reforçou o objetivo da presença do estado no evento. 

“Estamos aqui com uma presença forte de Mato Grosso do Sul, unindo esforços para defender a bandeira municipalista e garantir avanços concretos para os nossos municípios. A PEC 66 é uma das prioridades, mas também queremos visibilidade para outras pautas que impactam diretamente a gestão local”, afirmou Tomazelli.

Nesta terça feira (20), os gestores participaram de palestras com o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin. Também palestraram o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski sobre “Emendas Parlamentares: Alertas e Orientações”, palestras sobre o “Movimento Mulheres Municipalistas” com nomes como a Presidente Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, do Supremo Tribunal Militar e a Deputada Soraya Santos. Além destas, também serão ministradas palestras sobre “Sustentabilidade Fiscal e Previdenciária dos Municípios - Importância da PEC 66/2023” e “Mobilização Municipalista”. 

Na quarta-feira (21), o evento contará com a participação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o senador Eduardo Braga, além do deputado Arthur Lira falando sobre os Desafios da Gestão Municipal. Será abordado também o Panorama da Educação Municipal com o secretário-executivo do MEC, Leonardo Barchini e demais convidados . Também serão abordados temas como as responsabilidades do SUS nos municípios e o Federalismo Climático e Prevenção de Desastres. 

Finalizando o evento, no dia 22, a programação gira em torno de palestras sobre Políticas de Habitação e Saneamento das Cidades e Governanças, com a participação da Ministra Gleisi Hoffmann no encerramento. 

De acordo com a Assomassul, além de Thomas Tomazeli, entre os nomes que estão presentes na Marcha estão Marcelo Pé, prefeito de Antônio João; Edinho Cassuci, prefeito de Anaurilândia; Júlio Buguelo, prefeito de Glória de Dourados; Eduardo Campos, prefeito de Ponta Porã; Maria Clarice, prefeita de Sonora; Rodrigo Sacuno, prefeito de Naviraí; José Natan, prefeito de Aparecida do Taboado; Márcia Amaral, prefeita de Brasilândia; e Henrique Budke, prefeito de Terenos. 
 

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