O vigia noturno Pedro Eudes de Moura, 61 anos, foi espancado e morto a tiros e facadas, na madrugada de ontem, na Vila Santa Luzia, próximo à saída para Rochedo, em Campo Grande. “Seu Pedro”, como era conhecido, já trabalhava há cinco anos fazendo ronda nas ruas do bairro e não tinha envolvimento com ações criminosas. O problema, segundo moradores da Rua Santo André – onde ocorreu o assassinato -, é que o vigilante “implicava” com usuários de drogas da região. A polícia trabalha com a possibilidade do homicídio ter ocorrido como forma retaliação ao comportamento do vigia. De acordo com a Polícia Militar (PM), o crime aconteceu por volta das 3 horas. Moura passava pela Rua Santo André quando foi abordado pelos agressores. Ele levou dez facadas no abdome e nas costas, alguns golpes com uma barra de ferro e dois tiros na cabeça. O corpo foi encontrado em frente da casa de número 330, que fica na Santo André entre as ruas Santa Madalena e Santa Mônica. Hermelinda Paulete dos Santos, 68 anos, moradora da residência 330, afirma não ter ouvido nada no momento em ocorreu o assassinato. “Estava dormindo e mesmo se tivesse ouvido eu não iria sair para acudir ninguém àquela hora da noite. Só vi o que tinha acontecido hoje cedo. É uma coisa muito triste, porque todo mundo conhecia o Seu Pedro, ele não fazia mal a ninguém”. Alguns dos moradores do local se dizem assustados com o acontecido e preferiram não comentar. Outros, também com receio de sofrer represálias dos assassinos, contaram o que viram e ouviram sem se identificar. “Fiquei chocada. Não é nada agradável a gente acordar e ver um corpo no meio da rua onde a gente mora”, disse a cabeleireira, que pediu para ter a identidade preservada. Perseguição Outro morador da Rua Santo André conta, sem dizer o nome, que há dias o vigia reclamava da perseguição de integrantes de uma gangue da Vila Dedé (que fica próximo ao Santa Luzia) contra ele. Dois rapazes já o teriam ameaçado. “Seu Pedro” cobrava R$ 25 de moradores e comerciantes do Santa Luzia para fazer o serviço de vigilante. Ele percorria a ruas do bairro de bicicleta e usava um apito para anunciar sua presença. No local do crime foram encontradas a barra de ferro e a faca que a polícia acredita terem sidos as armas usadas para agredir o vigia. Policiais também encontraram um revólver calibre 38, que pertencia à vítima, do qual a polícia suspeita que tenham sido disparados os tiros contra o vigilante.