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Volta às aulas deve ser definida na quarta-feira

Entidades se reúnem para discutir retorno nas redes pública e privada

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Uma reunião no Ministério Público Estadual (MPE) na quarta-feira (24) decidirá se será prorrogado ou não o decreto municipal que proíbe as aulas nas redes pública e particular de Campo Grande, de acordo com o prefeito da cidade, Marcos Trad (PSD). O documento em vigor mantém a suspensão das atividades presenciais até o dia 30 de junho deste ano, em virtude da pandemia da Covid-19.

Segundo Trad, apesar de o grupo montado por órgãos reguladores e entidades que representam os segmentos da educação estar focado nas escolas particulares, também deverá ser definida a situação da Rede Municipal de Ensino (Reme).

“Vamos analisar a situação para ver a possibilidade de volta das escolas particulares e públicas. Estarão presentes a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], Câmara Municipal e o MPE. Vamos ouvir a todos e deliberar. Os números mudam todos os dias, vamos analisar o cenário até lá”, declarou o prefeito.

A suspensão das aulas na Reme foi decretada no dia 16 de março e passou a valer dois dias depois, no dia 18 daquele mês. Já são três meses de aulas virtuais, já que o conteúdo passou a ser disponibilizado pelos professores por meio de vídeos. Há também a possibilidade de os estudantes buscarem os conteúdos nas escolas onde estudam todas as semanas.

No caso das escolas particulares, as aulas foram suspensas no dia 23 de março, após decreto do governo do Estado do dia 17 do mesmo mês determinar a suspensão na rede estadual e também na rede paga. As instituições particulares também têm oferecido aulas virtuais para seus estudantes.

No caso dessas escoas, encontro anterior havia pré-definido o dia 1º de julho como possível retorno das atividades presenciais, entretanto, essa volta será confirmada nesta quarta-feira, durante essa reunião. A princípio o retorno seria das séries iniciais, a educação infantil, que compreende os estudantes de 6 meses a 7 anos.

Sobre um possível retorno dos estudantes, o vereador Valdir Gomes (PSD), presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, afirmou que vê esse movimento com preocupação, por acreditar que as crianças não cumprirão todas as regras de distanciamento social orientadas pelos órgãos de saúde.

“Criança não vai segurar máscara; nós adultos já tiramos. Criança toca uma na outra... É muito complicado falar que é uma boa voltar agora, quando estamos tento um aumento da curva de infectados e não tem medicamento para dar. Não está pegando só idoso, a maioria das pessoas doentes é de jovens”, declarou Gomes.

Na opinião do parlamentar, o melhor seria uma nova prorrogação do decreto que estabeleceu a paralisação das aulas presenciais. “Imagina se um monte de criança pega esse vírus? As escolas não vão conseguir controlar os alunos. Como mantém distanciamento em uma sala de 40 alunos? Vai ter toda a estrutura? Minha avaliação é de que tem que esperar até o dia 15 de julho. É preferível perdeu um ano do que perder uma vida. É bem complicado porque de um lado tem as escolas particulares que estão perdendo alunos, mas estamos falando de vida, e criança você não controla”.

Apesar de o prefeito ter falado que a reunião também traria a deliberação sobre as instituições públicas, a promotora Ana Cristina Carneiro Dias, que participa das tratativas desde o início, afirmou que o grupo estava focado nas instituições privadas, mas que a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes Ortelhado, havia informado na reunião anterior que o município ainda estava tentando adquirir equipamento de proteção individual (EPI) para se falar em retorno. “Pelo que temos acompanhado, as escolas públicas não voltam agora e não tem previsão disso, mas nosso foco tem sido as particulares. Até porque a secretária nos disse que estava na expectativa da compra de EPI para as escolas, e duvido que isso já tenha ocorrido”, avaliou.

Sobre sua opinião a respeito do retorno presencial das escolas particulares, a promotora preferiu não emitir posicionamento ainda. “Não quero jogar um balde de água fria no que ainda não foi analisado. Os dados têm mudado constantemente e temos que avaliar o cenário que nos for passado na quarta-feira”, disse. 

PERDAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Em função da paralisação das aulas presenciais, as escolas particulares de Campo Grande estimam que 2 mil alunos da educação infantil, que não é obrigatória, tenham sido perdidos pelas instituições. Isso porque muitos pais precisaram recorrer a outras pessoas para tomarem conta dos filhos, já que a maioria das atividades comerciais estão autorizadas a funcionar.

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Barroso diz que legalização de drogas leves é tendência mundial

Em palestra, ministro também falou de aborto e união homoafetiva

22/04/2024 21h00

Reprodução: Rovena Rosa/Agência Brasil

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (22) em palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que no mundo democrático existem duas posturas possíveis para a questão das drogas ilícitas: uma, a da repressão, e outra, que vem ganhando corpo em todo o mundo, que é a da legalização das drogas mais leves. Segundo ele, a segunda acontece pela constatação de que a guerra contra as drogas fracassou e o modelo repressivo não conseguiu diminuir o poder do tráfico nem o consumo.

“A discussão que está no Supremo é a quantidade. A legislação brasileira não pune com prisão o usuário de drogas, o que faz muito bem, porque punir o usuário é um equívoco completo. Se ele estiver fora de controle, você vai tratar como dependente químico. Colocá-lo na cadeia é colocar mais um agente para o crime organizado. Nada, na minha visão, justificaria a prisão pelo porte pessoal para consumo. E o legislador acabou com a prisão do porte pessoal para o consumo, mas manteve a criminalização do tráfico”, disse.

Ele observou que se um jovem for pego com 40 gramas de maconha na zona sul do Rio de Janeiro, por exemplo, é considerado um portador para consumo próprio; porém se o outro jovem, geralmente negro, for pego com a mesma quantidade na periferia do Rio de Janeiro, é preso como traficante.

“Portanto, a mesma quantidade é tratada com pesos diferentes pela polícia, e o que o Supremo está discutindo não é descriminalização, não é a não prisão, porque isso já foi decidido. O que o Supremo está decidindo é qual a quantidade que vai distinguir traficante de usuário para que essa escolha não seja feita pela polícia por critérios discriminatórios”, explicou.

Outra questão abordada na palestra é a das uniões homossexuais. Para Barroso, a homossexualidade é um fato da vida que gera consequências jurídicas. “A ordem jurídica não dispunha sobre as relações entre pessoas homossexuais, que eu prefiro chamar de relações homoafetivas, porque uma relação de projeto de vida não é puramente sexual e no projeto afetivo existem as reuniões homoafetivas”, disse.

Nesse caso, segundo Barroso, era necessário definir quem tem o direito de herdar o que é construído ao longo de uma relação, se é a família de sangue ou é o companheiro ou companheira com quem a pessoa viveu por anos. “Alguém tinha que decidir isso, e o Supremo decidiu, na minha opinião, com acerto, que deve tratar como você trata as uniões estáveis convencionais. São os mesmos direitos sucessórios, previdenciários. Eu tenho o maior respeito pelo sentimento religioso das pessoas e a Bíblia expressa condenação ao homossexualismo, porém no mundo laico eu preciso ter uma solução jurídica para isso”.

De acordo com Barroso, caso contrário essas pessoas ficariam em um limbo jurídico, sem saber exatamente o que fazer. “E aí vem o casamento. Nós não achamos que o casamento é uma coisa boa, que diminui a promiscuidade, estreita as relações afetivas? Por que nós vamos excluir essas pessoas da prosperidade de terem um casamento? Essa é a minha posição, mas eu tenho o maior respeito pelas posições contra apostas”, ressaltou.

Com relação ao aborto,o ministro classificou a questão como a mais difícil do mundo, e uma coisa ruim, lembrando que o papel do Estado é evitar que aconteça, proporcionando educação sexual, distribuindo contraceptivos e amparando a mulher que queira ter o filho e esteja em condições adversas. “É perfeitamente legítimo a alguém ser contra, pregar contra e não fazer. Porém, tudo isso é diferente de achar que a mulher que viva o infortúnio de ter que fazer vá para a prisão. Nenhum país democrático e desenvolvido do mundo criminaliza, nem os mais católicos".

O ministro Barroso reforçou que prender a mulher que resolve interromper a gravidez não é uma boa política pública, e que a criminalização impede que as mulheres pobres tenham acesso aos serviços públicos de saúde que podem ser prestados. Ele reconheceu ser difícil para a sociedade chegar a um consenso sobre o tema, que é eticamente divisível, já que o momento do nascimento, do surgimento da vida, é uma questão de fé e de convicção.

“Tem gente que acha que desde o momento inicial da concepção com duas células já há vida. Tem gente que acha que é quando se forma o sistema nervoso, tem gente que acha que quando começa a formação da consciência. Existem muitas visões de mundo quando você trata de matéria em desacordo moral. É razoável que pessoas esclarecidas e bem intencionadas pensem de maneira diferente. O papel do Estado não é escolher um lado, e sim permitir que cada um viva a sua crença, a sua convicção", ponderou.

Questionado sobre os rumos que a inteligência artificial está tomando, Barroso respondeu que está preocupado e ao mesmo tempo animado, já que ela tem imensas potencialidades para fazer o mundo melhor e de tomar decisões melhor do que os seres humanos em alguns casos.

"A inteligência artificial é a transferência de capacidades humanas para computadores, feitas por softwares. Essas capacidades envolvem tarefas cognitivas e tomada de decisões. Como a inteligência artificial é capaz de armazenar uma quantidade de informações muito maior do que o cérebro humano e processadas em muito maior velocidade e muitas áreas, ela vai ser mais eficiente do que a capacidade humana", avaliou.

Ele citou como exemplo a medicina, campo no qual a IA já vem sendo usada em cirurgias e diagnósticos, e com melhor qualidade. Segundo ele, o uso dessa tecnologia automatizará tarefas que levam pessoas a neuroses causadas por tarefas repetitivas. Além disso, poderá evitar a exposição dos humanos a atividades de alto risco, como desarmar uma mina ou passar um cabo no fundo do oceano, por exemplo.

"Eu acho que tem muita coisa boa com a inteligência artificial, mas tem muitos riscos, como a discriminação, a privacidade, e o maior é a singularidade, que a IA adquira consciência. Porque se ela adquirir consciência de si própria e passar a ter vontade própria são as máquinas que vão dominar a condição humana e não vice versa porque elas têm muita muito maior capacidade de processamento de informação com muito mais velocidade", afirmou.

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Pedidos de isenção da taxa do Enem podem ser feitos até sexta-feira

Solicitações devem ser feitas pela Página do Participante

22/04/2024 20h00

Reprodução: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Termina na próxima sexta-feira (26) o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.

Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano  do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também encerra em 26 de abril.

O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do Exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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