Os servidores administrativos da Educação de Mato Grosso do Sul pressionaram e a Assembléia Legislativa resolveu adiar para hoje a votação da proposta de reajuste salarial feita pelo Governo do Estado. Ontem – para quando estava pautada a apreciação do projeto –, cerca de 700 trabalhadores lotaram o plenário para impedir que fosse aprovado aumento de 7%. A categoria reivindica 22%. O deputado estadual Youssif Domingos (PMDB), líder do Governo no Legislativo estadual, descartou a possibilidade de o Executivo voltar atrás e revisar a proposta de reajuste. “Os outros não podem sair desta prejudicados e não há mais tempo hábil para revisão do que já está definido”.
Liderados pela Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), servidores vindos de todo o Estado provocaram tumulto na Assembleia durante a sessão. Eles levaram para o plenário faixas e cartazes, alguns deles ameaçaram atirar ovos caso o proposta do Governo fosse aprovada. Rosângela Siqueira, 35 anos, auxiliar-administrativo da escola estadual do município de Antônio João, veio até Campo Grande para protestar. “Mesmo se depois aprovarem os 7%, estamos aqui para dizer que não gostamos”.
Na semana passada, o governador André Puccinelli (PMDB) reuniu-se com servidores da Saúde, da Segurança Pública e demais categorias do funcionalismo público, quando ficou acordado o reajuste que varia entre 5% e 7%. Mas os trabalhadores administrativos da Educação afirmam que não foram ouvidos e não concordam com o percentual.
Para discutir o reajuste salarial dos servidores, segundo a assessoria de imprensa do Governo do Estado, participaram dos encontros com o governador integrantes do Sindicato dos Funcionários da Educação de Mato Grosso do Sul. “A Fetems não participou das negociações; esse reajuste está sendo imposto a 4,2 mil trabalhadores administrativos da Educação, que são federados. Não vamos deixar que aconteça. Viemos aqui para pressionar que dessem prazo para a gente conseguir falar com o governador”, afirmou o presidente da federação, Jaime Teixeira.
O sindicalista acredita que a retirada do projeto da pauta tenha “animado” os trabalhadores. “É uma possibilidade de abertura para uma negociação justa. Temos até amanhã (hoje) de manhã para isso”.
O presidente afirma que para os funcionários que recebem hoje R$ 500 de salário (mais R$ 10 de abono), acréscimo de 7% “não faz diferença”. “Vai ser um acréscimo de R$ 35 no salário. Isso não dá nem para comprar um cesta básica”.