Correio B

De Coronel Sapucaia

Barbeira de MS quebra barreiras e roda o mundo levando conhecimento

Barbeira diz que apesar dos preconceitos, faz sucesso e é reconhecida por seu trabalho

NILCE LEMOS E DANIELLE VALENTIM

05/09/2015 - 13h30
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Sindi Devitte, 43 anos, nasceu em Coronel Sapucaia, estudou em Dourados e Campo Grande, mas saiu do Estado há 20 anos com destino a Londres, na Inglaterra, onde se destacou trabalhando em barbearia, uma profissão dominada por homens e extremamente competitiva. Com orgulho de ser sul-mato-grossense, ela percorre o mundo ensinando o que aprendeu nos últimos anos.

Quando Sindi estava fora do país, trabalhou em uma barbearia da universidade de Coventry, onde conhecia pessoas do mundo todo. Depois de 4 anos, ela resolveu montar seu próprio negócio e recebeu apoio do ex-patrão, que considerava Sindi sua melhor barbeira em 30 anos de profissão. A equipe que era muito unida e integrada a acompanhou e hoje trabalha com ela na barbearia própria.

Mesmo com o sucesso, Devitte conta que não é fácil ser barbeira porque sofre discriminação constantemente. “A discriminação é praticamente diária, primeiro por ser branca e trabalhar onde, o afro é predominante. Segundo por ser mulher e, por isso, existem dificuldades com os colegas e até mesmo algumas religiões que te deixam sempre de lado. Terceiro por ser imigrante, e acredito que em algumas áreas eu não entraria. Apesar de tudo isso, conquistei o respeito até mesmo da Federação Britânica de barbearia”, conta.

Sindi fez tanto sucesso como barbeira que começou a participar de eventos dando aulas e incentivando profissionais da área em várias partes do mundo.

“Fiz a história do cabelo em Paris onde vi os relatos de nossas tribos Bororó e aquilo me marcou muito. Decidi então que o Brasil sempre teria as novidades internacionais e mesmo morando longe, jamais deixarei de lutar por um país melhor. A única coisa que sei fazer é ser barbeira, então usando meu dom, vou abrir portas para meus colegas de profissão”.

Em seu primeiro evento internacional de barbearia no Brasil, em março passado, a intenção de Devitte era fazer a barbearia mundial prestar atenção na área, levando produtos, serviços e apoio a barbearia brasileira que, segundo ela, estava maltratada e sem equipamentos.

“O evento aconteceu no dia 15 de março e apesar das manifestações contra o governo terem prejudicado, a ação ainda foi um sucesso e quem compareceu se sentiu alegre por pertencer a uma cultura milenar”.

Este ano, a barbeira vai participar de outros eventos, desta vez em Liverpool, Londres, Florianópolis, São Paulo e Buenos Aires. Ela ainda sonha em fazer o primeiro evento de barbearia pantaneiro, a contar pela força de vontade da sul-mato-grossense, a conquista deve estar bem próxima.

CINEMA

Entre fé, crise e humanidade, Danny Boyle revisita seu apocalipse zumbi

Filme com Alfie Williams, Jodie Comer e Ralph Fiennes, "Extermínio: A Evolução" debate o futuro da criação artística em tempos de IA

19/06/2025 10h00

Alfie Williams, Jodie Comer e Ralph Fiennes em cena de

Alfie Williams, Jodie Comer e Ralph Fiennes em cena de "Extermínio: A Evolução", de Danny Boyle Divulgação

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Embora não tenham se passado os 28 anos sugeridos pelo título original, as mais de duas décadas entre o clássico “Extermínio”, de 2002, e seu retorno distópico foram marcadas por uma pandemia que aproximou o mundo real do universo criado por Danny Boyle.

Entre coincidências e situações verídicas que fortaleceram o projeto, “Extermínio: A Evolução” reforça o que tornou a empreitada original tão reconhecida: o humanismo presente em frente e atrás das câmeras.

Em meio às hordas de zumbis que hoje invadem os cinemas, o jovem Spike, papel do estreante Alfie Williams, tenta mostrar resiliência aos pais.

Habituado a uma Inglaterra em quarentena – e agora estranha à internet e à energia elétrica –, ele teme pela saúde da mãe, Ilsa, vivida por Jodie Comer, enquanto busca sobreviver às provações do pai, Jamie, personagem de Aaron Taylor-Johnson.

Ao descobrir que a cura de Ilsa pode estar além da ilha onde vive, o garoto ultrapassa a hierarquia local e parte em direção ao desconhecido. Apesar da escala épica desse pós-apocalipse, que promete ser o início de uma trilogia, a conexão entre os sobreviventes se mantém no centro.

Diante da falência de aspectos modernos, o filme caracteriza uma comunidade que retornou a alguns costumes da Idade Média. Brasões monárquicos estampam bandeiras imponentes e arcos e flechas são inscritos no vestuário masculino. Postos de madeira ficam espalhados pelas fronteiras, e a população passa as noites entre danças e bebedeiras.

Isoladas do resto do mundo – no universo de Boyle, os britânicos são os únicos condenados à quarentena junto ao vírus da raiva, que converte homens em infectados –, as relações parecem ter regredido a um grau anterior de pureza, quase ingênuo. Apesar da ameaça febril, a liberdade entre os personagens supera até mesmo aquela que tivemos durante o auge da Covid-19.

“Se tivéssemos feito esse filme logo após o original, acredito que eu e Danny teríamos um repertório limitado. Não teríamos passado pela pandemia ou testemunhado o Brexit [a retirada do Reino Unido da União Europeia], por exemplo. Embora algumas inspirações tenham sido inconscientes, nossa ideia seria completamente diferente”, afirma o roteirista Alex Garland, que colaborou com o diretor em “Extermínio” e diversos projetos.

Aos fatores que oxigenaram a produção, ele também adiciona o acréscimo recente de políticas populistas, que costumam apelar para a aproximação entre governantes e o seu povo. No processo, a tendência é de que a manutenção do que separa os dois grupos se revele um objetivo inicial.

Em “A Evolução”, o assunto é pincelado a partir de alegorias religiosas. Refletida em rituais, máscaras e superstições, a mitologia na vila de Spike exerce certo controle. A discussão, todavia, deve ser levada a fundo nos próximos capítulos. Neste primeiro, é mais importante que a simbologia resgate outra face humana: a capacidade de criar histórias e imagens.

“Lembro de uma pergunta que respondi certa vez: ‘Será que os robôs vão acreditar em Jesus?’ Por que eles acreditariam? É uma ideia que pode parecer completamente irracional e ridícula, então, eles não seriam capazes. Por que os humanos acreditam em Jesus? Eu acho que é porque eles acreditam que nós fazemos filmes”, diz Boyle, ao defender que a inteligência artificial (IA) jamais substituirá a criatividade.

Garland, por outro lado, já é mais pessimista. Numa indústria tomada por algoritmos para evitar fracassos de bilheteria, ele coloca o caso de Edward Snowden e a ascensão das big techs como prenúncios de possíveis catástrofes que foram completamente ignorados.

Talvez, por esse receio, os bastidores da produção – que também encena uma realidade assolada por cérebros uniformizados e apodrecidos – tenham substituído tecnologias comuns aos sets de filmagem.

Se o longa original usou câmeras digitais de baixa definição, a nova aposta teve cenas filmadas com iPhone – com direito a um truque que Boyle apelidou de “efeito Matrix pobre”. O celular permite a gravação em espaços muito fechados, ou mesmo se aproxima de rostos e seres rastejantes para realçar expressões e maquiagens. Tudo mira o artesanato e os dramas por trás do fim de mundo.

“Nada disso importaria se o fator humano não estivesse no centro do filme. Creio que essa humanidade ainda existe”, afirma Boyle. Em paralelo aos ritos coletivos do longa, ele questiona o repórter sobre seu gosto por futebol. O cineasta britânico parece se decepcionar com a resposta.

“O que será que a IA pode fazer com o esporte? Sinto que existe ali uma sabedoria civilizada, natural das competições esportivas, que cria uma sensação coletiva fenomenal”, diz ele. “Talvez o cinema seja assim também”.

Serviço: 

Quando estreia?
Hoje, nos cinemas.

Classificação: 18 anos.

Elenco: Alfie Williams, Jodie Comer e Ralph Fiennes.

Produção: Estados Unidos, Reino Unido, 2025.

Direção: Danny Boyle.

 

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Diálogo

Os vereadores de Campo Grande aprovaram projeto que autoriza a prefeitura... Leia na coluna de hoje

Confira a coluna desta quinta-feira (19/06)

19/06/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Lygia Fagundes Telles - escritora brasileira

Não cortaremos os pulsos, ao contrário, 
costuraremos com linha dupla 
todas as feridas abertas”.

FELPUDA

Os vereadores de Campo Grande aprovaram projeto que autoriza a prefeitura a instituir o programa Banho Solidário, com a finalidade de atender a população em situação de vulnerabilidade ou de rua. As pessoas teriam acesso a banhos por meio da instalação de chuveiros fixos ou itinerantes na cidade. O projeto possibilita a formalização de convênios ou parcerias com empresas privadas e organizações da sociedade civil. O interessante, para não dizer outra coisa, é que nenhuma das excelências fala em abrir mão de parte do salário para, quem sabe, contribuir com o projeto ou auxiliar a bancar as tais “organizações”.

Contra

A senadora Soraya Thronicke não ficou muito feliz com o resultado final da CPI das Bets. Ela pediu o indiciamento de 16 pessoas, mas o colegiado votou contra seu relatório.

Mais

Todo trabalho foi encerrado sem que houvesse nenhuma punição. De acordo com informações do Senado, é a primeira vez nos últimos 10 anos que uma CPI teve o relatório rejeitado por lá.

Diálogo

A estabilidade no fornecimento de algodão para a China e a capacidade de ampliar tanto a produção da fibra como a exportação de caroço e farelo foram os objetivos centrais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão na Missão Ásia, realizada com a Associação Mato-Grossense e a Associação Baiana de Produtores 
de Algodão. Uma comitiva brasileira esteve em Guanzhou (China) e Taipei (Taiwan) para série de agendas do Cotton Brazil, programa que promove o algodão brasileiro no exterior. O diretor de Relações Internacionais da associação brasileira, Marcelo Duarte, palestrou na plenária principal da China International Cotton Conference 2025 (CICC 2025), considerado um dos maiores eventos do setor de algodão da Ásia. 

DiálogoAna Carolina Pires de Rezende Coutinho

 

Diálogo Maythe Jahn e Paulo Borges

Bálsamo

A reunião que foi promovida pelo governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja com os deputados tucanos serviu para deixar o clima um tanto mais ameno no alvoroçado ninho. É que os parlamentares estavam agitados que só depois que a “quase” incorporação do Podemos ao partido não deu em nada. Os ânimos andavam um tanto quanto “esquentados”, mas, ao fim do encontro, ocorrido na segunda-feira, não se viam mais “asas batendo agitadas”.

Caiu

Depois de ser vetado totalmente por Lula, o projeto de lei que prevê indenização por dano moral e também pensão especial às vítimas do zika vírus foi retomado e o veto derrubado, na terça-feira, pelo Congresso Nacional. A promulgação será feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A proposta foi originalmente apresentada pela senadora Mara Gabrilli, em 2015, quando ela ainda era deputada federal. 

Valores

A redação aprovada pelo Congresso Nacional no fim de 2024 não estabelece um limite de idade para os beneficiários. O texto prevê indenização única por danos morais de R$ 50 mil e pensão paga mensalmente 
até o fim da vida de R$ 7.786,02, o que equivale ao teto do Regime Geral de Previdência Social. Ambos os valores serão corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – IPCA) e livres de Imposto de Renda.

ANIVERSARIANTES

Dra. Eloah Ribeiro Rondon,
Alex Sander Bachega, 
Ednéa Paschoaletto Gimenes, 
Laires Josué Locatelli, 
Desiree Janotto,
Dr. Augusto Ishy, 
Camyla Dias da Rocha Macedo,
Meire Tsuyako Kawasoko Taguti,
Suely Fusae Arashiro,
Julião Gaúna de Souza,
César Julião Gonçalves,
Ersilia Castrillon Cestari,
José Carlos Barros,
Ivone Bossay Corrêa,
Willian Carvalho dos Santos,
Érico de Oliveira Duarte,
Fernando Luiz Claudino de Oliveira,
Milton Lauro Schimidt,
Carlos Prado de Abreu,
Omar Zakaria Suleiman,
Nei Maciel Signorelli, 
Cleomar Ferreira de Oliveira,
Norberto Antonio Borro,
Luciana Mendes Saraiva de Abreu, Dra. Andréa de Siqueira Campos Lindenberg, 
Dr. Mário Akatsuka Júnior,
Ricardo Davet,
Juliana da Fonseca e Suzano, 
Leandro Aparecido da Silva,
Renato Carvalho Amorim,
Juliana Corrêa da Luz,
Valteci Ribeiro de Castro Júnior, 
Luiz Edson Pereira de Carvalho,
Marcelo Bichat Pinto de Arruda,
Leonardo Zenan França dos Santos,
Maria Isabella Oliveira Saldanha,
Vagner Gabriel Rosa 
do Nascimento,
José Geraldo Balejo Jara,
Marina Pereira de Azambuja,
Renata Fernandes Xavier,
Vagner Ribeiro, 
Luiz Carlos Brandão,
Mariinha Vilalba Duarte,
Antonio Arantes Netto,
Janete Souza Morais, 
Dra. Mara Regina Franchin 
Moreira Correia, 
Edna Batista Soares Gonçalves, 
Ivani Nascimento Rodrigues,
Tânia de Almeida Barbosa,
Antonia Moreira Miranda,
Juliana Gondim Brandão Alves,
Hugo Corrêa,
Maria Júlia Darzi,
Flora Uezato,
Maria Fernanda Juvelino,
José Geraldo de Bodas,
Maria Nilza Vieira Ferreira,
Alexandro Lopes da Silva,
Neila Aparecida Freitas Lopes,
Célia Regina Eleutério de Souza Ribeiro,
Evelyn Guesse Ascenço, 
Carlos Alberto Paes da Silva,
Roseli Soares de Oliveira,
Gislaine Nascimento Furtado Tosta,
Marina de Barros Pinheiro,
Pedro Henrique Avesani Spengler, Cassandra Szuberski,
Luzinete do Nascimento Araújo,
Carolina Greco Albres,
Maria Regina Dourisboure Neto, 
Lorena Vieira,
Silvia Elisa Parizi Merege,
Josilmar de Queiroz Blini Signori, 
Gustavo Nobrega Cordeiro,
Elize Regina Cardoso Fernandes,
Maria Elisa Cordeiro Lima,
Alayr Mascarenhas Corrêa,
Cláudia Batistoti,
André Luis de Moura Corso,
Elaine Cristina Arashiro Taira,
Laís Pereira Torres,
Vilane Teodoro da Silva Mastroyannis,
Camila Vieira Mello,
Armstrong do Amaral,
Maria Rosiane Alves,
Jorge Luiz Perin Cioccia,
Edgar Leal Loureiro,
Marlene Lisete Ritter Hans, 
José Inácio Dias Schwanz Júnior, Carlos Estevão Midon,
Eriberto Florentim Meza,
Sandra Mara Sagove Versali,
Lauro Takeshi Miyasato, 
Patricia Lorena de Oliveira,
Regina Paes de Mattos,
Alain Rafael Bottega,
Karini Ferreira Miranda Artigas,
Laerte Rogério Giglio,
Marilda Covre Lino Simão Martim,
Daniele Cardoso Nunes,
Fernanda Elias Junqueira,
Larissa Lissoni Nani,
João Carlos Nigro Veronezi,
Achilles da Palma e Mello Júnior,
Mário Nelson Lima Paiva,
Layla Cristina La Picirelli de Arruda,
Loisabete Ferreira Rodrigues.

*Colaborou Tatyane Gameiro

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