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CANAL 1 - FLÁVIO RICCO

Bastidores do "Hoje em Dia", da Record, têm lados em conflito

Bastidores do "Hoje em Dia", da Record, têm lados em conflito

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Bastidores do “Hoje em Dia”, da Record, têm lados em conflito

Há uma divisão muito clara, e das mais absurdas, nos interiores do “Hoje em Dia”, da Record, impossibilitando e até comprometendo um melhor desempenho do programa.

Segundo quem está lá, uma divisória com limites bem definidos na questão do trato e na forma de distribuir os afazeres e acomodar os seus integrantes.

De um lado, próximo à sala do diretor, a produção – responsável pelos quadros de entretenimento, e, do outro, os jornalistas. 

Pode parecer estranho ou até ridículo, mas no meio, como linha demarcatória, isolando um setor do outro, existe uma fileira de mesas e cadeiras vazias.

E uma divisão, dizem, desproporcional também no tratamento e às solicitações do programa, responsável por uma grande insatisfação, que embora muito presente, parece não sensibilizar os principais responsáveis.

Uma pena que assim seja. O “Hoje em Dia”, com o tempo, veio a se tornar um dos produtos mais importantes e rentáveis da grade da Record. Não pode se perder por falta de cuidado e má administração.

TV Tudo

Tenso também

O ambiente no “SBT Brasil” também não é dos mais tranquilos. Longe disso.

E a chefia de jornalismo parece ignorar os muitos problemas, principalmente as reclamações contra a maneira nada educada de algumas pessoas se relacionarem com as outras.

Escalado

O diretor Ivan Zettel foi o escolhido para tocar os trabalhos da novela que substituirá “Topíssima”, na Record, escrita por Cristianne Fridman.

A exemplo da atual produção do horário, será uma trama contemporânea.

Os pares

A Globo definiu assim os pares românticos de “Salve-se Quem Puder”, novela das sete do Daniel Ortiz, que estreia em janeiro, logo depois de “Bom Sucesso”.

Bianca Bin contracenará com Thiago Fragoso; Deborah Secco - João Baldasserini, e Juliana Paiva - Felipe Simas. Entre outras situações, haverá também um “fura olho” para cada um desses casais.

Boris de férias

Desde o começo da semana, Boris Casoy deixou a apresentação do “Rede TV News” para Augusto Xavier.

Em férias, ele vai aproveitar esses próximos 30 dias, para operar a catarata. Primeiro um olho, depois o outro.

E atenção

A DAZN entrou, e entrou forte, também na briga pelo campeonato inglês, diminuindo bem as pretensões de Band e Rede TV!.

A informação é que uma proposta irrecusável foi apresentada à ESPN, que tem os direitos no Brasil.

Jeito de trabalhar

É bem aquilo que já se falou por aí: o interesse da DAZN, nesta sua forma bem agressiva de se conduzir, é comprar tudo o que está disponível no mercado em se tratando de direitos.

E com o tempo também acabar com as poucas parcerias que ainda existem com a TV aberta. Mas trabalhar só com o seu streaming.

Nova temporada

A série “Terra Brasil”, uma produção da Medialand que percorre todo o nosso território para revelar belezas naturais pouco conhecidas, retorna à grade do Animal Planet, dia 9, às 23h05. Serão mais dez episódios.

E ano que vem, esta segunda temporada estará na Amazon Prime Vídeo.   

Teatro

Baseada em fatos reais, a peça “Absolvição” aborda a história de Daniele Toledo Prado, presa injustamente pela morte da filha de um ano, por overdose, em 2006.

Estreia sábado, no Complexo Cultural Funarte, em São Paulo, com Paola Rodrigues, Luciana Stipp, Renata Bozzy e Iza Neiva. Texto e direção de Teistan Aronovich.

Foto: Fábio Rocha / TV Globo

Reta final

As gravações da série “Onde Está Meu Coração” deverão ser encerradas no próximo dia 20 em São Paulo. Letícia Colin, que anunciou sábado sua primeira gravidez, vive a protagonista, Amanda, uma médica-residente que é dependente química.

O lançamento, ainda sem data, acontecerá na Globoplay, e depois na Globo.

Outro lado

Daniela Albuquerque, em contato com a coluna, informou que o seu programa não é gravado às quintas-feiras e nunca, diferentemente do que foi publicado, usou helicóptero para mandar o maquiador buscar seu vestido em casa.

E que, no desempenho do seu trabalho, jamais se valeu do seu nome ou de sua posição.  

Média 24 horas

O SBT comemora os resultados dos primeiros seis meses deste ano. De acordo com o Kantar/Ibope, a emissora de Silvio Santos registrou na Grande São Paulo o melhor desempenho no primeiro semestre dos últimos 13 anos – 6,4 pontos de média. A Record deu 5,5, e a Globo, 12,5.

Na mesma praça, o SBT garantiu ainda a vice-liderança pelo 27º mês consecutivo.

Bate – Rebate

•     “Malhação Toda Forma de Amar” igualou o recorde da temporada em São Paulo na exibição do capítulo de segunda-feira, 20 de média e 34% de participação...

•     ... No Rio, marcou 21 pontos, com 36%.

•     Anitta e Pedro Capó, astro porto-riquenho, farão o show de encerramento da Copa América, domingo, no Maracanã.

•     “A Dona do Pedaço” está centrando todas as suas ações em dois ou três núcleos...

•     ... Deixando outros completamente esquecidos por vários capítulos...

•     ... Isto, como sempre acontece, tem gerado reclamações.

•     “Amor de Mãe”, de Manuela Dias, próxima das 21h, terá alguns reaparecimentos na Globo...

•     ... Entre os principais, Isis Valverde e Chay Suede...

•     ... Ela desde “A Força do Querer”, exibida em 2017.

•     Com Fremantle ou sem Fremantle, Roberto Justus confirma segunda temporada de “O Aprendiz” na Band.

C´est fini

Record disparou o processo de formação de equipe para o “JR 24horas”. Vários profissionais já estão sendo entrevistados na sede da emissora em São Paulo.

Uma estreia prometida para depois dos Jogos Pan-Americanos.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

Sucesso de bilheteria

Indicado a três Oscars, "Ainda Estou Aqui" tem seis sessões diárias em Campo Grande

Os três cinemas da capital ainda contam com o sucesso de Fernanda Torres na programação

23/01/2025 12h00

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O sucesso "Ainda Estou Aqui", longa estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, foi indicado a três categorias do Oscar, prêmio mais importante do cinema mundial, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A obra, inspirada no livro de Marcelo Rubens Paiva e dirigida por Walter Salles, mostra a vida da família do ex-deputado Rubens Paiva, após seu desaparecimento durante a Ditadura Militar. Pai de cinco filhos, ele é levado por militares à paisana para prestar depoimento, e nunca mais é visto. O enredo acompanha Eunice Paiva, esposa interpretada por Fernanda Torres, em seu processo de busca pelo marido e por justiça, não apenas para sua família, mas também para as dos outros presos políticos que desapareceram durante a ditadura.

Em entrevista recente à CNN, Fernanda Torres, premiada com Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama pelo trabalho como Eunice Paiva, descreveu a obra como "um filme sobre memória".

"Muitas vezes falam: ‘O Brasil nunca fez isso’. E é verdade, o Brasil teve uma Ditadura Militar muito mais longa que acabou meio que se dissipando (...) o acordo desse fim de Ditadura foi uma anistia ampla geral e irrestrita para ambos os lados. Isso é difícil para quem teve parentes desaparecidos. Essa solução, por exemplo, jamais explicou pra família Paiva o que havia de fato acontecido com o pai deles. Eles nunca souberam, eles nunca tiveram o corpo", disse a atriz.

O sucesso de bilheterias foi indicado, nesta quinta-feira (23) a três categorias do Oscar: Melhor Filme (feito inédito do cinema brasileiro), Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz.

Em Campo Grande, o longa ainda está disponível em todos os cinemas, com seis sessões por dia, confira:

Cinemark:

No cinema localizado no Shopping Campo Grande, é possível assistir ao filme todos os dias, em quatro horários:

  • 12h20
  • 15h20
  • 18h20
  • 21h20

Cinépolis:

O cinema do Shopping Norte Sul Plaza tem a obra em cartaz todos os dias, às 20h.

UCI:

No cinema do Shopping Bosque dos Ipês, é possível assistir "Ainda Estou Aqui" todos os dias, às 21h.

Sinopse

Ainda Estou Aqui se passa no Brasil, em 1970 e é uma adaptação do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. Na trama, uma mulher casada com um importante político precisa mudar sua vida completamente depois que ele é exilado durante a ditadura. A dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido. Classificação indicativa 14 Anos. Contém drogas, linguagem imprópria, violência.

Emocionada

Após a notícia das indicações, a atriz, muito emocionada, comentou a indicação à maior premiação do cinema e agradeceu aos envolvidos no processo de feitura do longa. Assista:

Bilheteria e espectadores

Até o momento, o longa nacional já atraiu mais de 3,5 milhões de brasileiros ao cinema desde o lançamento, no dia 07 de novembro do ano passado. Recentemente, o filme chegou aos cinemas de outros países ao redor do mundo e com número impressionantes.

“No circuito internacional, o filme estreou liderando as bilheterias de Portugal e registrando as maiores médias de renda por sala do fim de semana nos Estados Unidos e na França“, destacou a assessoria de imprensa da obra.

Até o momento, o filme está em apenas cinco salas em Los Angeles e New York e liderou as bilheterias estadunidenses no quesito média de faturamento por sala. Previsão é que o número de salas aumente para 500 a partir de fevereiro nos EUA.

Entre os dias 16 e 19 de janeiro, ainda no "hype" da vitória histórica de Fernanda Torres no Globo de Ouro, "Ainda Estou Aqui" levou mais de 117 mil brasileiros ao cinema e arrecadou R$ 3,02 milhões somente nesses três dias.

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MÚSICA

Novo trabalho de Julio Borba faz a música de fronteira dialogar com outras tradições

O instrumentista se apresenta no Teatro do Mundo, neste sábado, mostrando por que se tornou o grande nome do violão de sete cordas em Mato Grosso do Sul da última década; confira o bate-papo afiado e e risonho que o músico levou com o Correio B

23/01/2025 10h00

Julio Borba:

Julio Borba: "Resolvi sustentar sozinho uma ideia, dialogar com meu inconsciente e trazer à tona um conceito estético singelo e intimista sobre a influência dos sonhos na criação musical" Foto: Gabriel Gabino

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O que quer dizer exatamente com o título do álbum?

Ao lançar para o mundo uma ideia, imaginei objetivamente as ferramentas que tinha em mãos para lutar pela minha autenticidade e proposta artística, e a conclusão foi simples: tenho apenas meu violão de sete cordas e meus poemas, são minhas armas, o meu fundamento diante da vida, a música, minha imaginação e as poesias que faço desde os meus 9 anos de idade. Agora, o que tem de especial neste trabalho é que as poesias são inspiradas em sonhos noturnos, os quais transcrevi e em seguida produzi sobre eles esses poemas.

Falando em poema, pode falar um pouco de sua relação com a poesia? Não a musical, mas aquela dos versos metrificados ou livres, que vem da literatura mesmo.

Quando tinha 9 anos, fiz um livro muito singelo, que hoje se perdeu nos mofos de uma casa abandonada, mas que na época foi muito importante para mim. Era como um diário. Nesse caderno, eu pude colocar as dores e angústias de uma criança inquieta, fazendo rimas, escrevendo palavrões e palavrinhas, falando da natureza e minha indignação diante das injustiças sociais. Minha tia fez um livro, mas depois eu me fechei para isso e fui para a música.

No meu doutorado na UFPR [Universidade Federal do Paraná], me reencontrei com Manoel de Barros [1916-2014], poeta que conheci na Educação Infantil, estudando no Colégio 26 de Agosto, no centro de Campo Grande, e que desenhou minha infância. Depois de ter lido dezenas de livros de literatura na vida adulta, encontro o “Memórias Inventadas” [que Barros lançou em 2008] e, ao perceber o amor dos arqueólogos em escovar ossos, tomei gosto por escovar palavras.

E o conceito do álbum? O que busca expressar com ele?

Esse álbum é inspirado em um livro sobre psicanálise, o qual me influenciou enormemente, por me fazer perceber que o inconsciente tem uma influência fundamental nos processos criativos dos artistas e, muitas vezes, não tem o devido reconhecimento quando tratamos da composição musical e a expressão artística em geral. Estou falando de “A Interpretação dos Sonhos”, de Sigmund Freud [1856-1939], de 1900, um livro fundamental nos estudos do inconsciente e que me proporcionou ferramentas para a produção estética deste trabalho.

Quando fiz a escolha de fazer música instrumental, percebi que a linguagem da música é diferente, somos capazes de realizar uma paisagem sonora com nossos instrumentos, inclusive realizar uma arquitetura das imagens e pensamentos oníricos que memorizamos de nossos sonhos noturnos.

Então, esse trabalho não só enfatiza a importância dos processos inconscientes dos sonhos, mas também mostra caminhos possíveis para produzir singularidades, novos materiais composicionais autênticos que são produzidos pela nossa imaginação.

A ideia de tradição e reinvenção do violão de sete cordas parece algo muito caro para você como instrumentista. De que modo isso atravessa o processo de realização de “Sete Cordas e Um Poema”?

Aqui nos deparamos com um desafio, dialogar com a tradição é um esforço que realizo já há mais de uma década, tocando, lendo os livros de autores latino-americanos e entrevistando diversos músicos de nosso contexto. Hoje me sinto preparado para representar essa complexa cultura do chamamé, polca paraguaia, a música caipira e a música brasileira, tanto a popular como a erudita, que nos atravessa.

Nesse álbum, me desafiei a construir um repertório de violão sete cordas solo, fenômeno que ainda não havia acontecido especificamente na cultura de Mato Grosso do Sul. Por isso, está sendo muito gratificante realizar esse trabalho. Sinto que estou plantando uma semente de possibilidades, para o violão em específico e para música instrumental em geral, para que as próximas gerações tenham um caminho aberto para a realização da grande potência artística que tem nossa região.

Como esse trabalho se posiciona no horizonte da sua discografia?

Por um lado, esse trabalho é uma continuação e, por outro, uma ruptura com tudo que estava realizando. Pelos seguintes motivos: nos dois primeiros álbuns [“Entroncamento”, 2020, e “Dois Irmãos”, 2022], tratei de realizar meu sonho de tocar, improvisar e gravar minhas composições em grupo.

Então, pude realizar experimentos tocando em formações clássicas da música popular, com contrabaixo, bateria, saxofone, acordeon e outros instrumentos, além da formação dos grupos de choro e também das cordas de orquestra.

Neste álbum que lanço agora, resolvi sustentar sozinho uma ideia, dialogar com meu inconsciente e trazer à tona um conceito estético simples, singelo e intimista sobre a influência dos sonhos na criação musical, para tentar contribuir para a história da música de Mato Grosso do Sul a partir do violão de sete cordas.

Em que medida o show “Sete Cordas e Um Poema” (2024) contribuiu para o resultado final do álbum?

Sim, esse trabalho é a consequência de uma série de shows que realizei ao longo de 2024. A princípio, era apenas um experimento, mas o trabalho foi ganhando corpo, comecei fazendo transcrições de sonhos e construindo suas trilhas sonoras, quando vi, já tinha um repertório suficiente para gravar um álbum.

Esse processo foi importante, pois, ao mesmo tempo que o trabalho se construía, tornava-se mais maduro, também pelas respostas do público, que em todos os concertos me deu feedbacks maravilhosos de encantamento e acolhimento das ideias e fantasias oníricas desses sonhos musicais.

Poderia falar brevemente sobre os temas gravados?

Foram gravadas oito faixas, entre elas, três com declamações de poesias derivadas de sonhos. São em sua maioria chamamés oníricos, influenciados pela cultura pantaneira, mas também pela tradição da música de concerto ocidental, principalmente pelo francês Claude Debussy [1862-1918].

Tentei construir uma narrativa de mergulho em uma paisagem sonora de sonhos para finalizar em uma mensagem de festa e prazer de viver. Por isso finalizo o álbum com uma polca paraguaia chamada “Melhoras”, uma releitura de uma música que compus para meu primeiro álbum, mas que agora sinto em seu momento mais maduro. 

Qual o desafio de gravar um disco de violão instrumental? Do ponto de vista da criação e performance e mais técnico mesmo, como captação, mixagem, etc.

Gravar um álbum solo talvez seja o maior desafio de um músico. Porque é necessário sustentar tudo, toda a arquitetura musical está em suas mãos, o músico, então, tem em si toda a responsabilidade pela performance da peça musical. O que pode causar uma grande aflição e angústia, em função de um perfeccionismo comum a todo artista, e também tem como consequência uma sensação de realização pessoal. Afinal de contas, nosso sucesso está em conseguir realizar algo, trazer à realidade um sonho, um produto sonoro que até então estava apenas na imaginação.

Mas também foi fundamental o trabalho de captação, mixagem e masterização do grande produtor musical Anderson Rocha e seu Estúdio 45, onde o álbum foi captado em um dia de gravação. 

Algum tema rendeu mais trabalho ou cuidado durante o registro?

A música que me causou mais desafios foi “Ninho de Escadas”, pois, apesar de não ser a mais difícil tecnicamente, foi no nível paisagístico a mais complexa, pois no sonho havia um zumbido incômodo, mas bem interessante sonoramente. Então, conseguimos traduzir esse som em música por meio da movimentação de um tubo de PVC flexível, que, ao girar, fazia um som parecido com uivos de animais na floresta, ou mesmo com o som de vento atravessando as montanhas e as árvores, um efeito bastante interessante.

E quanto à imagem da capa escolhida? O que te fascina na expressão de Humberto Espíndola?

Para mim, Humberto Espíndola é, sem dúvida, o maior artista da história de Mato Grosso do Sul. Por sua bela e complexa obra e também por seu impacto social, derivado de seu posicionamento artístico, e sua expressão avassaladora, com a construção do conceito de cultura bovina e sua crítica contra a ditadura militar de 1964.

Em 2022 ele fez uma obra para mim, e essa obra, a meu ver, sintetiza todo esse meu novo trabalho, pois traz em si características facilmente comparáveis a um sonho, em que temos zoomorfismos relacionados ao que Freud chama de condensação e com descolamentos espaciais só possíveis em obras de arte e em sonhos, como a inversão das mãos, a aproximação da Terra e do cosmos e o violão como instrumento que carrega o próprio universo dentro de si. Ou seja, metáforas capazes de dizer visualmente o que busquei trazer dos sonhos nas músicas desse novo álbum. 

Ninho de Escadas

Me lembro de um sonho
No meio do Pantanal
encontro um ninho de escadas
A terra tinha parido escadarias
que sumiam no céu
sem corrimão

Era gente que subia
Era gente que descia
numa elegância bonita de se ver
Ninguém se desencontrava, uai!

Lá no alto, parecia que todo mundo
estava caminhando para baixo
Mas sumia no horizonte
De certo caminhavam para cima
Não sei
Tudo se apagou
e acordei
 

(Julio Borba)

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