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LIVRO

Biografia da mãe de Jesus, fala de virgindade e adultério

A biografia menciona o suposto adultério associado a Maria

FOLHAPRESS

05/10/2015 - 18h15
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Mesmo sendo virgem, Maria soube pelo anjo Gabriel que estava grávida. Daria à luz o Filho de Deus. Contou a novidade a seu companheiro, José, que, de primeira, não embarcou na história. Repudiou Maria.

Depois, o casal se reconciliou. E, a partir daí, a mãe do menino Jesus passou a ter relações sexuais com o marido carpinteiro. Eles tiveram quatro filhos: Tiago, José, Simão e Judas.

A sequência dos acontecimentos acima combina informações citadas na Bíblia a detalhes descritos em textos apócrifos, classificados como falsos pela Igreja Católica.

São fragmentos da narrativa apresentada pelo jornalista Rodrigo Alvarez em "Maria - A Biografia da Mulher que Gerou o Homem Mais Importante da História, Viveu um Inferno, Dividiu os Cristãos, Conquistou Meio Mundo e É Chamada de Mãe de Deus" (ed. Globo Livros, R$ 29,90).

Para reconstituir os passos da personagem em 206 páginas, o autor recorre aos evangelhos e outros textos bíblicos, documentos históricos (muitos do acervo do Vaticano), relatos não reconhecidos pela Igreja Católica e até mesmo pesquisas arqueológicas.

O resultado é um mosaico de versões, por vezes contraditórias, sobre a trajetória de Maria.

Sem deixar de destacar as dúvidas existentes em torno de cada situação retratada, Alvarez aborda temas que provocaram discussões teológicas ao longo de séculos como a virgindade ou lugar e data da morte de Maria.

"A decisão foi admitir sempre as fragilidades da história. Deixo claro quando não existem provas a respeito de uma informação", diz o escritor.

A biografia menciona o suposto adultério associado a Maria e citado no Talmude (livro sagrado da religião judaica), que contribuiu para acirrar as desavenças históricas entre cristãos e judeus.

O trecho relacionado à traição foi excluído do Talmude ainda no século 17.

"Foi um boato sem fundamento, mas que precisava ser contado neste contexto histórico", pondera Alvarez.

Ele ressalta que alguns detalhes jamais comprovados nas escrituras acabaram incorporados à tradição da religião.

"Os pais de Maria são conhecidos como Ana e Joaquim. São chamados assim há muitos séculos. Só que isso não está escrito em lugar nenhum. Não há nenhuma escritura ou texto sagrado que mencione os nomes Ana e Joaquim", diz o jornalista.

Alvarez trabalha como correspondente da TV Globo em Jerusalém desde 2013 e mora a dois quilômetros da casa considerada pelo Vaticano como o lugar onde Maria nasceu.

O caminho até a biografia passou pelo livro anterior de Alvarez, sobre Nossa Senhora Aparecida, publicado em setembro de 2014, com uma tiragem inicial de 15 mil exemplares.
Um ano depois, "Aparecida" é considerado best-seller: ostenta a marca de 180 mil exemplares vendidos.

Com o respaldo deste resultado, "Maria" chega nesta semana às livrarias com uma tiragem inicial de 100 mil cópias.

Outro número da biografia diz respeito ao papel secundário da mãe de Jesus nas escrituras. "Só existem seis falas atribuídas a Maria em toda a Bíblia", diz o autor.

A chave da história de Rodrigo Alvarez é explicar como, mais de 400 anos após a morte de Jesus, a virgem coadjuvante passou a ser exaltada como a Mãe de Deus.

HISTÓRIA

Livro conta como foi a participação de negros, mulheres e indígenas na Guerra do Paraguai

A UCDB recebe o público hoje para o lançamento de "A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna", de Adilso de Campos Garcia, e "Cultura e religiosidade: aspectos da tradici

19/05/2025 10h00

Maria Augusta de Castilho e Adilso de Campos Garcia, autores de um dos livros

Maria Augusta de Castilho e Adilso de Campos Garcia, autores de um dos livros Foto: Raquel de Souza

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Serão lançados hoje, a partir das 18h30min, dois livros da Life Editora com temáticas regionais e com objetos de estudo ligados à história de Mato Grosso do Sul: a Guerra do Paraguai e a Festa de Nossa Senhora da Abadia. O evento será realizado na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), onde também foram desenvolvidas as pesquisas.

“Um livro abre mais possibilidades para que as pessoas da sociedade possam conhecer o que foi pesquisado e desenvolver na juventude aquele sentimento de pertença do lugar em que se vive, que temos que valorizar, porque se não valorizarmos, quem vai valorizar?”, resume a professora doutora Maria Augusta de Castilho, orientadora e coautora das obras.

Nos repositórios das bibliotecas repousam ótimas pesquisas sobre os mais variados temas, mas muitas delas nunca serão conhecidas fora da comunidade acadêmica. É justamente tendo em mente a importância da divulgação científica que Maria Augusta incentiva seus orientandos a publicar os resultados dos trabalhos em forma de livros.

“A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna”, trabalho conduzido por Adilso de Campos Garcia, e “Cultura e religiosidade: 
aspectos da tradicional festa da fazenda em louvor à N. S. da Abadia no município de Figueirão – MS sob a perspectiva do desenvolvimento local”, do pesquisador Valdery Ferreira Zotelli, serão as obras lançadas nesta segunda-feira.

OUTRO OLHAR

“Apesar de a Guerra do Paraguai ser um tema muito debatido na academia, optamos por fazer uma tese abordando indígenas, negros e mulheres que tiveram participação fundamental, mas pouco estudada e pouco difundida”, explica Adilso.

Os indígenas tiveram importante papel de suporte ao Exército, enquanto os negros eram a maioria dos soldados e responsáveis pelo trabalho pesado, apesar do pouco reconhecimento, o que inclusive abriu caminho, posteriormente, para o movimento abolicionista.

Já as mulheres que foram para a guerra – conhecidas como vivandeiras – praticavam comércio, trabalhavam nos hospitais, davam suporte aos soldados e, inclusive, chegaram a pegar em armas, mas poucas tiveram seus nomes registrados na história oficial.

“Com relação às mulheres, há na realidade poucos livros que abordam a participação delas na Guerra do Paraguai, a historiografia memorialista e tradicional não enfoca muito essa participação, mas foi de fundamental importância. Várias vezes [elas] pegaram em armas, davam suporte com alimentação e água, trabalhavam como enfermeiras, inclusive montando a cavalo para resgate dos soldados”, detalha Adilso.

Foram cinco anos de pesquisa sobre o tema, e o autor passou por Bela Vista, Jardim, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Anastácio e Cuiabá.

“Há um destaque nesse livro que você não encontra em nenhum outro, que são os monumentos deixados ou feitos sobre a guerra e seus heróis”, complementa Maria Augusta.

CANHÃO

Em Jardim, por exemplo, há um museu sobre a Guerra do Paraguai, com visitações on-line e presenciais, e em Nioaque há em um canhão que retrata o simbolismo da guerra, além de vários outros espalhados por onde a guerra passou, mas a maioria das pessoas desconhece.

Adilso realizou uma pesquisa de campo e verificou que o sentimento de pertença da população das cidades onde estão situados esses monumentos é ínfimo e que o tema não é tão abordado nem mesmo sequer nas escolas.

“Valorizar a história e os personagens históricos faz com que você conheça o passado para ter uma valorização do presente, porque história é isso, quem não conhece sua história não sabe para onde vai”, afirma Maria Augusta.

RESISTÊNCIA

O outro livro que será lançado hoje aborda as festividades anuais em homenagem à Nossa Senhora da Abadia, realizadas na cidade de Figueirão. O autor, Valdery Zotelli, é morador do município e quis registrar um fenômeno cujas origens poderiam se perder no tempo.

“Este estudo se torna importante uma vez que os festeiros mais antigos estão com idade avançada e que seus depoimentos foram de grande valia ao se enfatizar a vida em comunidades rurais e o empenho de todos na organização e na participação na festa. O resgate das lembranças e da memória dos sujeitos que participaram e participam dos festejos nos espaços rurais deixa para as gerações futuras um registro da religiosidade dos habitantes do município e da região”, defende.

A festa da fazenda em louvor à Nossa Senhora da Abadia é realizada anualmente entre os dias 14 e 15 de agosto há mais de 93 anos, sendo resultado da união de fazendeiros, chacareiros e demais devotos de Figueirão e cidades vizinhas.

“Essa festa se destaca por se tratar de uma celebração não vinculada a uma instituição religiosa e que se constitui a partir da religiosidade popular. A celebração também se caracteriza como uma manifestação de caráter social e que envolve toda a comunidade rural do município, exercendo a função de manutenção da tradição religiosa, sendo carregada de símbolos e crenças, incorporando tanto características do sagrado quanto do profano”, adiciona Valdery.

SERVIÇO

O lançamento dos livros “A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna”, de Adilso de Campos Garcia, e “Cultura e religiosidade: aspectos da tradicional festa da fazenda em louvor à N. S. da Abadia no município de Figueirão – MS sob a perspectiva do desenvolvimento local”, de Valdery Ferreira Zotelli, publicados pela Life Editora, será realizado hoje, a partir das 18h30min, no pátio (mezanino) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), localizada na Av. Tamandaré, nº 6.000, no Jardim Seminário. O evento é gratuito e aberto ao público.

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DIÁLOGO

O sapientíssimo Professor Bom Senso deveria dar uma chegadinha na...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta segunda-feira (19)

19/05/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cacilda Becker - atriz brasileira
"Tenho confiança cega em mim, apesar das insuficiências, toco tudo para a frente. Sempre foi assim”.

FELPUDA

O sapientíssimo Professor Bom Senso deveria dar uma chegadinha na Câmara Municipal de Campo Grande e explicar para alguns vereadores que os interesses da população estão acima de qualquer, digamos, peraltice. Esse negócio de querer mudar regimento para atender a interesses momentâneos ou pedir vistas como forma de “dar o troco” uns nos outros demonstra que alguém está mais interessado em só “colocar fogo no parquinho”. O sapientíssimo poderia ensinar que por semana são realizadas duas sessões, cada uma com média de três horas de duração. São, portanto, seis horas de trabalho semanais em plenário. Multiplicadas por 4 (número de semanas no mês), o resultado é de 24 horas mensais. E ainda complementar: 24 horas representam UM dia. Assim sendo...

Diálogo

Apostas

No Senado, a Comissão de Esportes (Cesp) tem reunião marcada para esta quarta-feira, a partir das 10h30min, com cinco itens na pauta. 

Mais

Dois deles são projetos que regulamentam a publicidade das empresas e serviços de apostas esportivas. Um é o que restringe os horários das propagandas.

DiálogoGiorgia Tordini e Gilda Ambrosio - Foto: Divulgação
DiálogoTatiana Ujacov - Foto: Miguel Palácios

Palco

Há quem afirme que a prefeita Adriane Lopes, em que pese a louvável iniciativa de criar a Fundação Municipal de Cultura, aprovada na Câmara Municipal, deverá enfrentar muitos “incêndios” que poderão ocorrer com a sua implantação. Dizem que, a título de defender os interesses da classe artística, opositores não deverão dar trégua, com críticas, exigências e manifestações, principalmente com fins eleitoreiros. Na “bolsa de apostas” já se fala que o primeiro ato teria como palco a Câmara Municipal. Vai saber...

Atirando

O hoje servidor federal Fábio Trad acionou sua metralhadora giratória contra o que considera falta de oposição em MS ao governador. Com o nome lembrado como opção para disputar o governo pelo PT, fez insinuações consideradas deselegantes “às forças políticas” que podem, desde já, criar obstáculos. É que entre as tais “forças” há deputados estaduais e federais petistas na base aliada justamente do criticado governador Eduardo Riedel.

Esquecimento

Ao colocar os parlamentares do PT no mesmo balaio de “forças políticas” que estariam em silêncio, Fábio Trad talvez tenha se esquecido do esforço que certo deputado federal está fazendo para ser o segundo nome ao Senado no barco de Riedel e Azambuja, cujo partido, o PSDB, vai completar 12 anos no comando político-administrativo de MS. Nas críticas, parece ter se esquecido também dos cargos que o PT ocupa no governo que ele condena.

Aniversariantes

  • Helton Verão Lopes,
  • Elza Souza Lima Mansano, 
  • José Paulo Delmondes,
  • Nanci Nishiyama Balardin, 
  • Dr. Anízio Bispo dos Santos,
  • Adão Gonçalves Lemes Filho,
  • Carlos Roberto Ferreira de Moraes,
  • Ivair Pedro do Amaral,
  • Ferdinando José Urizar,
  • José Ferreira de Carvalho Filho,
  • Nilson Gonçalves de Oliveira,
  • Roberto Mitio Harada,
  • Valdir Caramalac de Almeida,
  • Luiz de Matos Carvalho da Cunha,
  • José Roberto de Almeida, 
  • Luís Fernando de Barros Fontolan,
  • Adelma Coelho Koyama,
  • Vilma Areco Gonçalves,
  • Milton Higashi,
  • Adriana Oliveira dos Santos 
  • de Queiroz,
  • Oscar Higa,
  • Ana Maria Rios de Figueiredo,
  • Dra. Ana Cristina Wanderley Xavier Giacomini,
  • Francisca Felisbela (Bela) de Barros, 
  • Dr. Eduardo Machado Rocha, 
  • Tânia Elizabete Vinholi Gonçalves,
  • Dr. Ovídio Pereira, 
  • Ruane Gomes, 
  • Maria Rebeca de Morais Abdala,
  • Laura Cavalieri,
  • Werther Catarinelli, 
  • Valdete Xarão Jorge,
  • Francisco Aguado,
  • Meire Mary Okabayashi,
  • Sônia Arantes,
  • Márcio de Souza Gualberto,
  • Jussara Kurrle Feller,
  • Dr. Erton Reis Fonseca,
  • Ivo Fidêncio Maia,
  • Valdemir Pacheco,
  • Miyashiro Kaná,
  • Felipe Kenji Alves Kurose,
  • José Leão Ribeiro,
  • Priscila Maciel de Souza, 
  • Daniele Paes de Abreu Raghiant,
  • Karla Roa,
  • Marcelo Campos Belo,
  • Lenir Garcia Gonçalves,
  • João Pedro Mendes Fontoura,
  • Flávio Salomão Cândia,
  • Antônio de Pádua Vasconcelos,
  • Edna Dias Pompeu,
  • Ismael José Nogueira,
  • Renato Jorge Ferreira,
  • Maria Raquel Gomes,
  • Eny de Godoy Alves,
  • Altamiro de Oliveira Dias,
  • Aurea Rodrigues,
  • Pedro Liberato da Rocha,
  • Marta Mariani de Macedo Monteiro,
  • Carla Cristina Assis,
  • Rubens Medeiros,
  • Aidê Santos Rosa,
  • Dilma Aparecida Rodrigues Leite,
  • Antônio Coelho de Oliveira,
  • Carlos Alberto Cristaldo Estigarribia,
  • Mônica Aparecida Anchieta Curado Both, 
  • Ivo de Souza Martins,
  • José Antônio Paulino,
  • Kátia Gea Sanches Garcia,
  • Fábia Campos Belo,
  • Cleuza Guimarães do Nascimento, 
  • Vera Lúcia de Almeida Ortiz,
  • Nilson Antonio Ribeiro,
  • Eraldo Dias de Castro,
  • Claudério Luiz Anton,
  • Gilson da Gama Jambeiro Filho,
  • Italo Saldivar Dueck,
  • Maria Tereza Rubia de Macedo,
  • Nelia Calves de Ávila Cintra,
  • Rosângela Gregório dos Santos,
  • Gissele Mougenot Pontes,
  • Claudinei da Silva,
  • Pedro Ramalho,
  • Celso Cavalheiro, 
  • Ariana Foletto Nunes,
  • Sérgio Luiz Ramos, 
  • Valdeci Eurames Barbosa, 
  • Dr. Reinaldo Oshiro, 
  • Carlos Alberto Spinelli Júnior,
  • Wagner Cavalcanti Garcia,
  • Christiane Possik Salamene, 
  • Elaine Cristina Silva Stuani, 
  • Natalia Ravagnani Santos, 
  • Juliana Alves de Lima Matera, 
  • Elizabete Bagordakis Pinto, 
  • Tatiane Romero,
  • Roberto Albuquerque Bertoni,
  • Karen Marcela Silva Legnaro Leone,
  • Mari Suse Finotti Ono,
  • June de Jesus Verissimo Gomes,
  • Lauro Moreira Scholer,
  • Adhemar Kendi Kashiyama,
  • Leandro Costa de Moraes Barros,
  • Luiz Henrique Almeida Zanin,
  • Itacir Molossi,
  • José Boris Davidoff Neto,
  • Ivo Gaspar Racker Bueno.

Colaborou Tatyane Gameiro

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