Correio B

Correio B+

Cinema B+: Stick Um Silencioso Golpe de Redenção

Owen Wilson retorna nesta dramédia esportiva sobre trauma, mentoria e segundas chances dentro e fora do campo de golfe.

Continue lendo...

A série Stick, que estreou na Apple TV+ em 4 de junho de 2025, marca o retorno de Owen Wilson à televisão em um papel principal, desta vez como Pryce “Stick” Cahill, um ex-jogador profissional de golfe cuja carreira desmoronou por questões pessoais e emocionais.

A trama acompanha sua tentativa de redenção ao se tornar o improvável mentor de Santi Wheeler (Peter Dager), um jovem e talentoso golfista com seus próprios demônios interiores. A série é uma dramédia esportiva com forte apelo emocional, ambientada no universo aparentemente calmo, mas cheio de pressões, dos campeonatos amadores de golfe nos Estados Unidos.

Apesar das comparações inevitáveis com Ted Lasso, Stick segue seu próprio caminho ao evitar o sentimentalismo exagerado e optar por um tom mais melancólico e contido, centrado nas relações humanas e nas feridas mal cicatrizadas que seus protagonistas carregam. Para ser honesta, se Stick fosse sequer perto de Ted Lasso, seria uma boa série. Mas não é.

Criada por Jason Keller (roteirista de Ford v Ferrari) e dirigida nos episódios iniciais por Jonathan Dayton e Valerie Faris (dupla por trás de Pequena Miss Sunshine), a série aposta em uma linguagem visual que valoriza a vastidão dos campos de golfe como metáfora para o isolamento emocional dos personagens.

Há uma estética deliberadamente ensolarada, mas rarefeita, que contrasta com a escuridão interna dos protagonistas. Em termos de bastidores, a produção foi marcada por uma curiosa mistura de espontaneidade e rigor técnico. 

Owen Wilson participou ativamente do processo de criação do personagem, chegando a improvisar algumas das falas mais marcantes da série. Além disso, o ator passou por um treinamento intenso com consultores de golfe para parecer crível no papel de ex-profissional — ainda que a proposta nunca tenha sido fazer da série uma vitrine para o esporte, e sim um estudo de personagens.

Peter Dager, em seu primeiro grande papel na televisão, é uma das grandes revelações da série. Sua química com Wilson é construída de forma gradual e verossímil, sem recorrer a clichês fáceis de “pai e filho substituto”.

O elenco de apoio também chama atenção: Judy Greer interpreta a ex-esposa de Stick com uma mistura de dureza e compaixão, enquanto Marc Maron vive um treinador decadente e amargurado, talvez o papel mais amargo de sua carreira. Lilli Kay e Mariana Treviño completam o núcleo dramático com subtramas que exploram os bastidores do circuito esportivo amador — como assédio, expectativas familiares e exploração da imagem pública.

Do ponto de vista narrativo, Stick não foge de uma estrutura bastante tradicional: temos a jornada do herói caído que tenta se reerguer ao ajudar outra pessoa. O diferencial está na recusa em romantizar essa trajetória. Tanto Stick quanto Santi são personagens feridos, e o roteiro, muitas vezes, os mostra tomando decisões erradas ou sendo cruéis entre si.

Essa crueza emocional é ao mesmo tempo um mérito e uma limitação. Embora a série busque autenticidade, há momentos em que o excesso de traumas e conflitos passados pesa demais na balança. A crítica da Vulture chamou atenção para isso ao destacar que a série parece “presa ao trauma” — uma armadilha comum em séries contemporâneas que tentam equilibrar drama e leveza, mas às vezes tropeçam no tom. Para mim, o que está cansativo é justamente a maneira de Wilson de falar: sua assinatura, mas arrastado quando é o principal.

Cinema B+: Stick – Um Silencioso Golpe de Redenção - Divulgação

Em termos de recepção, Stick dividiu opiniões. Enquanto a Time Magazine a descreveu como uma evolução natural do modelo Ted Lasso, menos dependente de carisma e mais focada na verdade emocional dos personagens, outras publicações como a Washington Post apontaram que a previsibilidade da trama e o ritmo por vezes arrastado poderiam afastar parte do público.

Ainda assim, a série conquistou atenção não apenas pelo nome de Owen Wilson, mas também por apresentar uma faceta rara na televisão americana: o golfe como pano de fundo para histórias de redenção e afeto masculino não romantizado.

Outro ponto interessante nos bastidores é a escolha do jovem Peter Dager. O ator foi descoberto em testes abertos e escalado após uma série de audições presenciais e remotas. Sua performance tem sido considerada uma das mais autênticas da temporada.

Houve também uma consultoria esportiva rigorosa, com a participação de profissionais reais do circuito amador, para evitar erros técnicos nos detalhes — desde o grip do taco até as regras internas de torneios regionais.

Stick pode não ser revolucionária, mas oferece uma abordagem sóbria e delicada sobre vínculos, luto e segundas chances, com um protagonista carismático em sua fase mais introspectiva. É uma produção que exige paciência, mas recompensa o espectador com pequenos gestos de humanidade, sem grandes arroubos nem viradas artificiais.

No fim, talvez seja isso que a série proponha: que nem toda reviravolta precisa ser grandiosa — às vezes, é só uma caminhada silenciosa em direção a um green bem cuidado, com o sol no rosto e a sombra dos erros passados ainda projetada no chão.

100 ANOS

Festival do Sobá terá show gratuito de Marcos e Belutti na Feira Central

Feira Central comemora 100 anos e terá programação especial de aniversário, de 6 a 10 de agosto, em Campo Grande

14/07/2025 18h15

Marcos e Belutti farão o show de abertura do Festival do Sobá

Marcos e Belutti farão o show de abertura do Festival do Sobá Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O tradicional Festival do Sobá, que está na 18ª edição, será realizado de 6 a 10 de agosto e terá programação especial neste ano, pois integra a programação comemorativa dos 100 anos da Feira Central de Campo Grande. Um dos destaques será o show da dupla Marcos e Belutti, com entrada gratuita, na abertura do evento.

Com 15 anos de carreira, a dupla Marcos e Belutti é referência no cenário sertanejo contemporâneo. Donos de hits como “Domingo de Manhã”, “Aquele 1%” e “Eu Era”, já se apresentaram nos principais palcos do País.

Em Campo Grande, o show será no dia 6 de agosto, a partir das 20h.

Além da dupla, a programação do festival contará com uma série de atrações que valorizam a música e a cultura regional, o empreendedorismo local e a gastronomia japonesa-brasileira.

Um segundo artista nacional será anunciado nos próximos dias.

A presidente da Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande (Afecetur), Alvira Appel, disse que a escolha de Marcos e Belutti para abrir a programação é uma forma de reconhecimento ao público do local.

"Escolhemos a dupla por serem artistas que dialogam com a diversidade do nosso público, já fizeram parte de grandes festivais e somam milhões de fãs pelo Brasil. É um presente para a nossa feira e para a nossa cidade", destaca.

Como parte da programação do centenário da feira, o Festival do Sobá 2025 promete ser um dos maiores já realizados, com entrada gratuita durante todos os dias do evento.

O Festival do Sobá é promovido pela Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande (Afecetur), com apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Turismo de MS (Fundtur) e da Fundação de Cultura de MS(FCMS), além do SESC MS e Sebrae MS.

Marcos e Belutti farão o show de abertura do Festival do Sobá

Recorde

Show de João Gomes concentra 50 mil pessoas em Campo Grande

MS Ao Vivo bateu recorde de público no último domingo

14/07/2025 10h30

João Gomes no MS Ao Vivo

João Gomes no MS Ao Vivo Ricardo Gomes / Divulgação

Continue Lendo...

A última edição do MS Ao Vivo, realizada na noite de ontem (13), reuniu mais de 50 mil pessoas no Parque das Nações Indígenas, segundo levantamento da Polícia Militar. O responsável pelo novo recorde do evento foi o cantor pernambucano João Gomes.

Até então, o maior público havia sido registrado em maio, no show da cantora Luísa Sonza, quando 40 mil pessoas compareceram ao evento.

"Para mim é um privilégio, estou muito feliz de estar aqui hoje, acho que eu não consigo esconder esse sentimento, ver essa galera toda aqui, que veio para curtir o nosso show, que veio para viver essa experiência", disse João Gomes pouco antes de subir ao palco.

A abertura do show ficou por conta do o sanfoneiro e multi-instrumentista campo-grandense Gabriel Chiad, que tem no pernambucano uma de suas maiores inspirações no forró.

“Galera está quente aqui, né? O MS ao Vivo, a energia da galera é pra cima, todo mundo feliz, curtindo um forrozão hoje aqui. Hoje a gente tocou um pouco de tudo, porque brasileiro é isso, brasileiro gosta de tudo”.

Eduardo Mendes, diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, destacou que a presença de João Gomes foi muito pedida pelo público.

“Nós temos muitos nordestinos em Campo Grande, a gente soltou uma enquete. E na enquete foi muito evidente que a população queria o João Gomes aqui em Campo Grande, então nada melhor do que tê-lo aqui. E eu acho que uma iniciativa interessante também foi hoje o Chiad, uma prata da casa de Mato Grosso do Sul, um menino voltado para o forró que é fã do João Gomes e hoje está podendo ter um show de forró para tanta gente como a gente está aqui no Parque das Nações Indígenas. Eu acredito que hoje a gente deva ser mais uma vez recorde de público, como na Luísa Sonza. Eu acho que cada vez mais estamos acertando no gosto das pessoas do nosso estado na questão musical”.

Um exemplo da presença nordestina em MS é Manoel Alex da Silva, que mora há cerca de um ano em Mato Grosso do Sul por conta do trabalho. Ele veio de Moreilândia, Pernambuco, que fica próximo de Serrita, a terra natal do João Gomes.

“Eu fiquei sabendo do show por um amigo. É minha primeira vez no MS ao Vivo, eu acho importante pra gente que não é daqui se ver mais incluído, né? Porque trazer artistas do nosso estado, aí a gente que mora aqui pode prestigiar”.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).