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Com filhos autistas, pais investem em rifas para criar ambiente divertido para famílias

Com filhos autistas, pais investem em rifas para criar ambiente divertido para famílias

NAIANE MESQUITA

30/09/2019 - 07h22
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De longe, o espaço se assemelha a um parquinho convencional, mas, para Rosimeire, é a chance de os filhos Mateus e Tiago brincarem ao ar livre, sem preocupações ou julgamentos. Gêmeos, os meninos receberam o diagnóstico de autismo com apenas três anos de idade e agora, durante a pré-adolescência, sofrem com a falta de um ambiente destinado exclusivamente ao lazer. “Nós decidimos montar um espaço para os dois, em que eles pudessem se divertir; construímos os brinquedos, a tirolesa, o escorregador e a cama elástica”, afirma Rosimeire da Silva, 45 anos.   

O terreno foi fruto de uma doação e os brinquedos foram construídos aos poucos, conforme o dinheiro arrecadado em rifas. “Quando a criança com autismo está com três ou quatro anos de idade, a interação com as outras crianças e a sociedade é mais fácil. Dependendo do comportamento, pode ser visto como uma birra ou outra definição. Mas, por volta dos oito ou nove anos, esse comportamento diferente costuma soar estranho para as outras pessoas, pode até assustar quem não conhece ou não sabe”, explica Meire.

Para os pais, uma simples ida a um parquinho se transforma em uma série de preocupações. “A gota d’água para nós foi um dia em que eu levei os dois com oito anos para o parquinho do Parque das Nações Indígenas. Lá, o espaço é para crianças pequenas e eles estavam fazendo movimentos bruscos, fiquei preocupado de um deles, sem querer, machucar outra criança. Percebi que não dava mais para ocupar o espaço do mesmo jeito”, ressalta Eleandro de Almeira, 45 anos, pai dos meninos.

ADOLESCÊNCIA

Hoje, Mateus e Tiago estão com 12 anos de idade. Gêmeos idênticos, eles são altos, ativos e percorrem todo o espaço com facilidade. Basta uma sugestão para um deles pular com vigor na cama elástica. “Os autistas gostam muito de cama elástica, assim como de água, por isso incluí o chuveiro, mas o sonho mesmo é uma piscina”, garante Meire. Mateus aprendeu a ler recentemente. Já Tiago adora carros, basta ver uma chave para solicitar uma visita ao automóvel mais próximo. “Ele adora. Vê vídeos no YouTube e depois quer olhar se os carros daqui têm os mesmos acessórios dos que ele assiste no vídeo”, ri Meire.

Assim como outras mães de autistas, Meire deixou de olhar para si ao longo dos anos. Precisou enfrentar uma depressão e a perda de muitos quilos para compreender que só conseguiria ajudar os filhos se estivesse bem. Há um ano, resolveu retomar os estudos. Deixou a administração de lado e encarou o curso de Educação Física. 

 “Os cuidadores, principalmente as mães, vivem em função do filho com autismo. Eu ficava sem dormir, pesquisava sobre o assunto, emagreci muito e tive depressão. Recentemente, eu voltei a estudar”, explica.

Foi com base nas dificuldades que enfrentou e nos próximos desafios que os pais de Mateus e Tiago decidiram abrir o recanto de paz dos filhos. “Assim como nós, outras mães de filhos autistas mais velhos sentiam a mesma dificuldade. Não há um lugar para levar os filhos autistas, foi por isso que decidi abrir esse espaço não só para os meus filhos, mas para as outras crianças. Todos os brinquedos são para pessoas com idade acima de dez anos, justamente para que eles tenham o interesse”, esclarece.

Para abrigar as outras histórias que conhecia e acolher as famílias, Meire decidiu lançar o Integrar TEA, um local destinado a criar momentos de descontração e alegria entre os jovens e a família. 

“Nosso projeto é bem embrionário. Com esse espaço, algumas mães começaram a vir, eu falo mães, porque normalmente são mães, mas tem alguns pais. Eles chegam aqui com a mesma situação, a de não ter onde levar o filho de 15, 20 anos de idade”, diz.

A resposta rápida dos cuidadores surpreendeu o casal. “Mesmo sem divulgar muito, estou recebendo muitas mensagens de pessoas que querem vir, além de outros que já vieram. Normalmente, abrimos aqui aos sábados ou domingos e tem tido muitos adeptos. O problema é que a nossa estrutura é ainda um pouco precária. Temos apenas a sombra da árvore e o maior problema atualmente é a falta de um banheiro. Nosso objetivo é construir uma área gourmet, com uma cozinha, banheiro e área coberta, principalmente para esses períodos de chuva”, diz.

Nesse caminho, há outra rifa, mais uma das muitas que o casal encabeçou. “A rifa tem como prêmio R$ 2 mil, e o número custa R$ 20,00. O sorteio é no dia 12 de outubro, em uma festa para as crianças. Esse valor também foi uma doação e precisamos arrecadar muito para custear essas mudanças”, acredita.

NOVOS PROJETOS

Enquanto o banheiro não sai, Meire sonha com outros projetos. A faculdade de Educação Física trouxe o desejo de tornar o fim de semana um momento de descanso e lazer também para os cuidadores. “Nós temos dois projetos-pilotos: o da criança grande vir e sociabilizar com os próprios pais; e o segundo que a gente quer fazer é um projeto cuidando de quem cuida, trazendo profissionais especializados para atender os pais, como terapeutas e educadores físicos. As crianças podem vir também, mas terá monitores para eles”, sonha Meire.

Mais informações sobre a rifa e o projeto Integrar TEA pelo telefone (67) 99204-3895.

Cinema

Lilo & Stitch: Saiba quem são os dubladores do novo live-action

Com estreia prevista para maio, trailer do filme foi lançado na última quarta

14/03/2025 13h30

Lilo & Stitch

Lilo & Stitch Reprodução

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A Disney divulgou na última quarta-feira (12) o live-action de Lilo & Stitch, dirigido por Dean Fleischer Camp, e que está prestes a chegar aos cinemas em maio de 2025.

A nova adaptação promete manter a essência do clássico animado de 2002, com uma mistura de atores reais e elementos em CGI. 

Uma das características mais marcantes das animações no Brasil são as dublagens e esse é um ponto que o live-acrion apostou para garantir a nostalgia do público. O elenco de dubladores contará com algumas das vozes do filme de 2002.

Quem "empresta" a voz?

Lara Paciello, de apenas 6 anos, é a dubladora brasileira da personagem Lilo, interpretada originalmente pela atriz Maia Kealoha, de 8 anos. Na animação de 2002, Lilo era dublada por Bianca Salgueiro.

Já o alienígena Stitch vai garantir a familiaridade da história. No Brasil, seu dublador permanece o mesmo de 2002, tendo a voz de Márcio Simões. O mesmo ocorreu na versão original, com Chris Sanders dando continuidade ao seu trabalho.

A irmã mais velha de Lilo, Nani é interpretada por Sydney Agudong e dublada por Vic Brow. Na animação, a dublagem brasileira era por conta de Mareliz Rodrigues.

O papel de Dr. Jumba Jookiba, o criador de Stitch, é assumido por Zach Galifianakis. No Brasil, a voz do personagem fica por conta de José Leonardo, dublador conhecido por trabalhos como "Os Simpsons" e "Coragem, o cão covarde".

Pleakley, um agente alienígena que ajuda Lilo e Nani, será dublado por Yuri Chesman, conhecido pelas dublagens do ator estadunidense Taylor Lautner. Pleakley foi originalmente dublado no Brasil por Cláudio Galvan.

O assistente social que cuida de Lilo e Nani, Cobra Bubbles, é interpretado por Courtney B. Vance e dublado por Ronaldo Júlio.

Estreia

O filme está programado para estrear nos cinemas em 22 de maio de 2025. Ainda não há uma data confirmada para sua chegada ao Disney+, mas é provável que ocorra entre três a quatro meses após a estreia nos cinemas.

Confira o trailer:

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agenda cultural

Fim de semana conta com rock pesado, estreia nos cinemas e lançamento de livro

Expoente mundial do rock pesado, Angra volta a Campo Grande para show histórico neste sábado, com abertura das bandas Mind Evil e Shadows Legacy; e tem mais rock no Buteco do Miau, espetáculo infantil no Sesc Prosa e novo longa de Fernanda Montenegro

14/03/2025 10h30

Com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Marcelo Barbosa e Fabio Lione, a banda apresenta amanhã, no Clube Estoril, a turnê

Com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Marcelo Barbosa e Fabio Lione, a banda apresenta amanhã, no Clube Estoril, a turnê "Temple of Shadows 20th Anniversary Tour Interlude" Divulgação

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Depois de mais de uma década sem se apresentar na Capital, o que acabou motivando até uma petição pública tempos atrás, a banda Angra está de volta para uma apresentação que pode ser considerada histórica – é amanhã, no Clube Estoril.

Expoente mundial do heavy metal, especialmente do power metal (mais rápido e com influências da música clássica), com turnês concorridas, altas vendagens de seus álbuns e fãs ardorosos da América Latina ao Japão, onde conquistou o primeiro disco de ouro, o grupo chega por aqui em tom de despedida.

Ou quase: é que desde o anúncio da nova turnê, em 2024, a banda – leia-se o guitarrista Rafael Bittencourt, único integrante da formação original e chefão do Angra – informou que faria uma pausa sem data de retorno após mais essa excursão internacional.

Criado em 1991, em São Paulo (SP), por estudantes de música e virtuoses, o Angra experimentou crossover do metal com ritmos brasileiros antes mesmo que o Sepultura.

E revelou ao mundo ícones do gênero, como o vocalista André Matos (1971-2019), que foi da Viper antes do Angra e que, ao lado de Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria) – também ex-integrantes do grupo –, montou o Shaman; e o guitarrista Kiko Loureiro, que tocou no Megadeth (de 2015 a 2023), lançou videoaulas e segue em carreira solo.

Mais do que tudo isso, o Angra lançou 10 álbuns de estúdio muito elogiados, pela coesão conceitual, pela inspiração e pela fúria – e seus integrantes costumam ser bem potentes no palco.

Um dos álbuns poderosos, considerado por muitos o seu melhor trabalho, é “Temple of Shadows” (2004), que alimenta a turnê “Temple of Shadows 20th Anniversary Tour – Interlude”, prevista para rodar até agosto.
Como já fez com “Angels Cry” (1993), “Holy Land” (1996) e “Rebirth” (2001), discos que mereceram turnês de celebração 20 anos depois do lançamento, o Angra reapresenta, na atual excursão, o repertório de “Temple of Shadows” na íntegra. São 13 faixas de arrepiar e fazer bater a cabeça de qualquer mortal.

Quer dizer, a intro “Deus Le Volt!” e a apoteótica “Gate XIII”, que encerra o álbum, são mais contemplativas, uma vez que o Angra se encontra com mais força, digamos, com a sua porção sinfônica. Mas as outras faixas não são menos que pérolas do metal, isto é, de deixar qualquer headbanger de queixo caído.

Se você nunca ouviu o disco, que foi criado sob a inspiração da saga de um cavaleiro do século 11, extraído das Cruzadas medievais, vá diretamente a “Spread Your Fire”, a “Waiting Silence” ou a “Wishing Well”, por exemplo. Mas ali tudo vale muito a audição.

A formação que aporta em Campo Grande traz, além do mentor Rafael Bittencourt (guitarra base e teclado), Felipe Andreoli (baixo e teclado), Bruno Valverde (bateria), Marcelo Barbosa (guitarra solo) e o italiano Fabio Lione (vocais).

Os ingressos ainda disponíveis, via articket.com.br, custam R$ 110 (meia-entrada) e R$ 130 (ingresso social), ambos para a área VIP e mediante a entrega de 1 kg de alimento não perecível. A área premium já está esgotada.

A partir das 19h, com Mind Evil e Shadows Legacy, já vai ter som ao vivo rolando. O Angra entra em cena às 22h. Programão!
(Marcos Pierry)

MIAU ROCK

O rock autoral também vai rolar solto no Buteco do Miau. 

Três bandas locais se apresentam por lá na noite de hoje: Peixes Entrópicos, Ovelhas Elétricas e Dr. Soup. Das três, a mais veterana, com 10 anos de estrada, é a Peixes, que volta aos palcos depois de um tempo meio sumida.

“Convidamos as Ovelhas e a Dr. Soup porque também precisamos de energia nova nos palcos da cidade. É importante que as bandas e os artistas que atuam há mais tempo se atentem ao que acontece de novo e busquem formar parcerias”, opina João P. Abdo, contrabaixista da Peixes Entrópicos. Ingressos a R$ 15 com bilheteria somente no local (Av. José Nogueira Vieira, nº 1.303, Tiradentes).

A Peixes Entrópicos surgiu em 2015 com o estilo autodenominado “pop-sonhador-delicinha”, que é uma brincadeira envolvendo um dos estilos que norteia o som deles, o dream pop, bem como o nome de uma faixa do disco “Peixes Entrópicos”, de 2017.

A banda cria uma imersão sonora por meio de melodias que causam a sensação de profundidade e espacialidade, com letras a respeito dos conflitos relacionados à existência e o posicionamento das pessoas no mundo enquanto sujeitos.

Na ativa desde 2015, a banda – que completa 10 anos – já se apresentou nos principais redutos musicais e culturais de Campo Grande, inclusive dividindo o palco com importantes nomes da cena independente nacional, como Vitor Brauer e Gorduratrans.

Com um álbum homônimo lançado, disponível nas principais plataformas de música, a banda trabalha para novos lançamentos ainda neste ano. Atualmente, a Peixes é composta por Higor Müller (voz/guitarra), Leandro Bezerra (bateria), Gustavo Tonani (guitarra) e João P. Abdo (contrabaixo). Confira mais no perfil 
@entropeixes no Instagram.

MÊS DA MULHER

Dois eventos hoje, ambos às 19h, seguem marcando o Dia Internacional da Mulher. 

No Sesc Prosa (Rua Anhanduí, nº 200, Centro), Jackeline Mourão e Reginaldo Borges recebem o público para a sessão de lançamento do curta-metragem “Corre!”, dirigido pela dupla, a qual é conhecida pelo trabalho com dança contemporânea permeado por um intenso laboratório de experimentações em vídeo.

Com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Marcelo Barbosa e Fabio Lione, a banda apresenta amanhã, no Clube Estoril, a turnê "Temple of Shadows 20th Anniversary Tour  Interlude"Curta-metragem de Jackeline Mourão e Reginaldo Borges que traz no elenco, entre outros nomes, Renata Leoni (foto); hoje, 19h, no Sesc Prosa - Foto: Divulgação/Regi Borges

O filme propõe um mergulho no cotidiano das mulheres, “evidenciando desafios, preconceitos e as múltiplas formas de violência enfrentadas diariamente”. Segundo o material de divulgação da produção, “a obra propõe uma reflexão sobre empoderamento, resistência e a força criativa feminina diante das pressões sociais”.

Foi sensibilizada por abortos malsucedidos e outros episódios trágicos envolvendo a condição da mulher e a maternidade que a jornalista e psicanalista Eliene Smith escreveu “Não Quero Ser Mãe”.

O romance, com lançamento no Senac Hub Academy, apresenta “uma jornada íntima e visceral por meio dos olhos de uma jornalista que, ao conhecer Camila, uma adolescente grávida abandonada pelo namorado, mergulha em uma realidade brutalmente honesta e profundamente comovente”. O livro ganha publicação pela Life Editora.

“O Estado não fala tão abertamente sobre o tema, e a gente fala muito sobre doenças sexualmente transmissíveis, mas acaba desprezando a questão do planejamento reprodutivo, que deveria ser discutido dentro das escolas. Muitos pais também não falam dentro de casa com seus filhos. Então, por mais que estejamos em uma sociedade que parece estar tão bem informada, na verdade não está, e tudo isso me levou a querer debater o assunto, para que possamos trabalhar mecanismos de prevenção e discutir alternativas”, resume a autora.

TEATRO - "FALA BICHO"

Com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Marcelo Barbosa e Fabio Lione, a banda apresenta amanhã, no Clube Estoril, a turnê "Temple of Shadows 20th Anniversary Tour  Interlude"Foto: Divulgação

Espetáculo reunindo um narrador, um músico e uma acrobata da Cia Habilidoces, que, por meio da contação de histórias, dá vida a “personagens encantadores que habitam os contos populares e a literatura infantojuvenil brasileira”; amanhã, 16h, no Sesc Prosa.

CINEMA - "VITÓRIA"

Com Rafael Bittencourt, Felipe Andreoli, Bruno Valverde, Marcelo Barbosa e Fabio Lione, a banda apresenta amanhã, no Clube Estoril, a turnê "Temple of Shadows 20th Anniversary Tour  Interlude"Foto: Divulgação

Longa-metragem estrelado por Fernanda Montenegro, baseado na história de uma mulher que grava imagens do tráfico no Rio de Janeiro e entrega para a polícia.

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