Correio B

SÃO PAULO

Conheça a história de superação de um dos maiores leitores do país

Ex-vigia de faculdade de São Paulo lê um livro a cada três dias

Continue lendo...

Há diversas razões para uma pessoa não ler um livro. Falta tempo, quase não sobra nada para o lazer. Essa é a maior razão apontada pelos leitores na quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. O dado é antigo, mas não caduco. Cinco mil pessoas foram ouvidas em 2015, último censo realizado pelo Ibope a pedido do Instituto Pró-Livro. 

De acordo com a pesquisa, 32% dos leitores não têm tempo para ler. Essa é a principal razão para o divórcio com a leitura. A partir daí, os motivos vão se somando. Até que para 2% a questão é geográfica. As bibliotecas ficam longe de casa. O preço do livro também não ajuda. É caro para outros 2% dos entrevistados. Ler é para quem dispõe de tempo, de estrutura para se deslocar até uma biblioteca ou livraria e obviamente, de um ambiente tranquilo, com uma boa poltrona para desfrutar de um livro do jeito que ele merece.

Sidnei Rodrigues de Andrade não tem nada disso. E mesmo assim leu, de janeiro a outubro deste ano, 124 livros. Uma média de um livro a cada três dias. Com 41 anos de idade, Sidnei trabalha numa faculdade onde foi contratado como vigia e acaba de ser promovido a auxiliar da biblioteca de livros didáticos. 

Além da jornada de oito horas, ele se desloca de ônibus. São dois, o que faz com que tenha menos tempo livre ainda. Mora praticamente na divisa com Diadema, Grande São Paulo. A casa tem três cômodos. A rua é uma ladeira que fica no centro de um triângulo. Em cada uma das pontas tem uma favela. Uma na frente do portão, outra atrás do quarto onde mora e a terceira do lado. Além de conviver com o tráfico de drogas, tem o funk, que não foi feito para ser ouvido em volume baixo.

É neste cenário barulhento que Sidnei divide a vida com a literatura. Ambos moram de forma simples. Não tem sofá na casa nem luminária no quarto. A mãe, Ana Luíza, na genialidade dos arranjos, mandou trocar uma telha por outra de plástico, formando uma claraboia bem na altura em que se põe o travesseio.

Dona Ana Luíza morreu de câncer há sete anos. Ela era empregada doméstica e Sidnei enfrentou a morte da mãe lendo. Precisava entender e superar a dor. Sidnei diz que através das palavras dos escritores, consegue enxergar coisas que a vida não explica e os livros pareciam conversar com ele. Na longa e boa entrevista que deu à TV Brasil, disponível no EBC Play ou no canal da emissora no YouTube, para uma série sobre o livro, Sidnei diz que o livro “é uma terapia”. “Uma coisa que me acalma, me deixa mais tranquilo. Ele me provoca, me deixa mais consciente, mais humano”.

Foi graças ao incentivo dos pais que Sidnei superou o analfabetismo. Até os 9 anos de idade, ele não sabia ler e escrever. As letras eram desenhos incompreensíveis. Para incentivar, o pai trazia, embrulhado no jornal, histórias em quadrinho. “Quando eu comecei a ler eu lia um livro a cada ano”, ele diz com a alegria de um vencedor. Hoje lê, em média, 100 páginas por dia. “Me dá uma hora, só uma hora que pra mim já é suficiente”.

Biblioteca

Antes de dona Ana falecer, Sidnei pediu à mãe que lhe desse uma cômoda. Deu as duas prateleiras com pouco mais de um metro de comprimento, uma nova função. Viraram o que chama de “primeira matriz da biblioteca”. Um lugar para guardar de forma organizada os livros de que tanto gosta. Vinte por ano, depois sessenta.

Sem espaço, pediu à mãe um guarda-roupa. Sidnei tem mais livro que qualquer outra coisa em casa. Quem abre a porta não encontra um único cabide. Nem uma peça de roupa. Como se quisesse nos dizer que, sem o conhecimento, o homem está nu.

Hoje são cerca de 500 livros na biblioteca particular que montou. Entre eles, estão Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (Sidnei leu três vezes até entender o que dizia o autor), Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, além de outros autores e autoras que fazem a vida ficar melhor.

Sidnei é, de fato, casado com a literatura. Ele abraça os livros toda vez que cita um. “Esse eu não troco por nada”, diz do livro infantil que teve a honra de ser o primeiro a ser lido por ele. Maneco, Caneco, Chapéu de Funil, de Luiz Camargo, conta a história de vários objetos cansados de não fazer nada e que saem para uma aventura. Para Sidnei, “uma espécie de Dom Quixote, um sonhador que quer construir um mundo melhor”. É uma das aquisições mais importantes da biblioteca. “Levei dez anos para ter o exemplar.”

Dono de uma voz potente e com 1,90 metro de altura, Sidnei não passa desavisadamente por onde anda. Sorri com facilidade e carrega para onde vai três ou quatro livros na mochila. Para enfrentar a solidão, se aparecer. Aproveitar o tempo se der e fazer novos amigos entre os personagens. Não quero ser rico, diz ele, cuja ambição é de conhecimento. Quer fazer mestrado, doutorado, pós-doutorado e, quando estiver no ápice, ser bibliotecário de algum lugar onde o livro faça toda a diferença. Como fez para ele.

Correio B+

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda

Especialista esclarece os fatores que causam a redução capilar e qual o método mais indicado

22/03/2025 16h00

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda Divulgação/Pinterest

Continue Lendo...

A perda de cabelo é uma preocupação frequente entre os homens e pode impactar não apenas a aparência, mas também a autoestima, gerando insegurança e afetando as relações pessoais. Mas será que esse problema é inevitável?

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), aproximadamente 42 milhões de brasileiros sofrem com a calvície, e, dentro desse número, cerca de 25% são jovens entre 20 e 25 anos. 

Perder alguns fios de cabelo diariamente é algo normal e faz parte do ciclo natural de crescimento e renovação capilar — cerca de 50 a 100 cem por dia, segundo o Ministério da Saúde.

No entanto, quando há muita queda de cabelo, isso acende um sinal de alerta e merece atenção.

Esse processo pode ser uma perda transitória ou definitiva, dos cabelos ou dos pelos, podendo ocorrer de forma local, regional ou total.

Pensando nisso, para esclarecer melhor essa questão, a especialista da rede, Dra. Maria Carolina Nassif, com especialização em tricologia, explica ao Correio B+ os principais aspectos desse processo:

Principais fatores:

“Essa condição tem forte influência genética e está associada à ação da di-hidrotestosterona (DHT), hormônio que compromete os folículos pilosos, encurtando o ciclo de crescimento dos fios e provocando o afinamento progressivo”, explica a profissional.

Além da herança familiar, outros elementos podem acelerar o problema. “O estresse intenso pode desencadear o eflúvio telógeno, um quadro que acarreta diminuição difusa. Além disso, desequilíbrios hormonais, deficiência de nutrientes e uma alimentação inadequada afetam”, destaca.

Como tratar e prevenir e tratamento:

“Nos estágios mais avançados da alopecia androgenética, também conhecida como calvície, nem sempre apenas com o uso de medicamentos funciona. Nesses casos, o transplante capilar é a melhor alternativa, por ser a técnica mais segura e duradoura”, afirma a tricologista.

Ela também reforça a importância dos cuidados diários. “Manter uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e evitar hábitos prejudiciais, como banhos muito quentes e o uso excessivo de produtos, como shampoos com sulfatos, sprays fixadores com álcool, alisantes e tinturas frequentes, podem danificar o couro cabeludo, são medidas necessárias para preservar a vitalidade dos cabelos” orienta.

Por fim, buscar por um acompanhamento médico é ideal. “Cada pessoa tem um tipo de fio e um histórico genético diferente. O ideal é procurar uma clínica especializada para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado”, conclui a médica.

 

Correio B+

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação

Empresária e especialista com 16 anos de experiência no turismo, oferece dicas essenciais para garantir conforto e segurança às gestantes durante o voo.

22/03/2025 14h00

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação Foto - Pinterest

Continue Lendo...

Viajar de avião durante a gestação exige cuidados específicos para garantir o conforto e a segurança tanto da futura mãe quanto do bebê. Com um planejamento adequado e algumas medidas simples, é possível desfrutar da viagem com tranquilidade e bem-estar.

Para ajudar as gestantes nesse processo, o B+ conversou com Suelen Miura, empresária e agente de viagens com mais de 16 anos de experiência, compartilha dicas essenciais para uma jornada segura e confortável.

"Seguindo algumas recomendações, a gestante pode viajar com mais segurança, aproveitando cada momento do voo com serenidade. O mais importante é respeitar os limites do corpo, garantindo que tanto a mãe quanto o bebê estejam bem cuidados ao longo de toda a viagem", explica.

Confira as principais orientações:

A empresária também destaca a importância de consultar sempre o seu médico e verificar se ele autoriza a viagem, garantindo que esteja tudo bem com a gestante e com o bebê. Até a 28ª semana de gestação, não é necessário apresentar atestado para viajar. Portanto, se o médico liberar, está tudo certo para seguir viagem.

Hidratação é fundamental

Manter-se bem hidratada é uma das principais recomendações de Suelen para gestantes que vão viajar de avião. "O ar seco da cabine pode causar desconforto e até agravar o inchaço, por isso é essencial beber bastante água durante o voo", orienta.

Além disso, ela alerta que alimentos e bebidas específicas podem intensificar esses efeitos. "Evitar cafeína e alimentos excessivamente salgados faz diferença, pois ambos podem contribuir para a retenção de líquidos e aumentar o desconforto", acrescenta. Essas precauções simples ajudam a manter o equilíbrio do organismo, proporcionando uma experiência mais tranquila.

Movimentação regular e uso de meias de compressão

Em voos longos, movimentar-se regularmente é essencial para melhorar a circulação sanguínea e prevenir desconfortos como câimbras e inchaços. O ideal é levantar-se a cada duas horas para caminhar pelo corredor.

Para proteção extra, o uso de meias de compressão é altamente recomendado, pois elas ajudam a reduzir o risco de trombose, especialmente em viagens prolongadas. Como Suelen Miura enfatiza, "essas medidas simples e eficazes garantem mais conforto e segurança durante a viagem."

Alimentação equilibrada

Uma alimentação equilibrada também desempenha papel fundamental no bem-estar da gestante. Evitar longos períodos sem comer é essencial para manter os níveis de energia e prevenir enjoos ou mal-estar.

Suelen recomenda levar snacks saudáveis, como frutas secas, oleaginosas e barrinhas naturais, para garantir uma alimentação prática e nutritiva ao longo do voo. "Fazer pequenas refeições ajuda a manter o equilíbrio, evitando quedas de glicose que podem causar tontura ou fadiga", explica.

Planejamento para uma viagem tranquila

Além dos cuidados durante o voo, o planejamento de toda a viagem é crucial. A gestação impõe novas necessidades e limitações, tornando necessário um ajuste no roteiro. É essencial moderar as atividades no destino e garantir momentos de descanso para assegurar uma experiência mais confortável e segura.

"Garantir períodos de descanso e organizar o itinerário de forma eficiente ajuda a tornar a viagem mais tranquila e prazerosa, sem comprometer o bem-estar da futura mamãe", conclui Suelen Miura.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).