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Socialização

É impossível ser feliz sozinho

É impossível ser feliz sozinho

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11/04/2011 - 04h30
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“A dor da solidão é uma ferida profundamente perturbadora”, afirma o pesquisador John Cacioppo, professor de psicologia da Universidade de Chicago e um dos mais renomados pesquisadores sobre solidão dos Estados Unidos. A afirmação consta no livro Solidão, recém lançado pela Editora Record, que traz um amplo estudo sobre um ‘estado’ que causa temor em muita gente: ‘o sentir-se sozinho’. “A solidão remete à angústia da separação e faz parte do ser humano temer o desamparo”, comenta a psicóloga do Hospital Samaritano de São Paulo, Luana Viscardi.

Segundo o livro, o isolamento social tem um impacto na saúde comparável ao efeito da pressão sanguínea alta, da falta de exercícios, da obesidade e do cigarro. O estudo que deu origem ao livro utilizou exames de ressonância magnética para estudar as conexões entre isolamento social e atividade cerebral. E o resultado é que, em pessoas mais sociáveis, uma região do cérebro conhecida como estriato ventral ficou muito mais ativa quando elas observavam imagens de pessoas em situações agradáveis.

O mesmo não ocorreu nos cérebros de pessoas solitárias. Vale destacar que o estriato ventral é uma região importante para o cérebro, em especial para o aprendizado, ativada por estímulos que os especialistas chamam de recompensas primárias (como a comida) e recompensas secundárias (como o dinheiro). A convivência social e o amor também podem ativar a região.

A dor da solidão é psíquica
 

Exagero? Que nada! Para Margareth dos Reis, Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e psicóloga do Instituto H. Ellis, de São Paulo, a sensação de vazio provocada pela solidão pode desenvolver sintomas sérios. “Depressão, compulsão por comida e alcoolismo podem entrar nessa lista”, confirma Margareth. Já Luana explica que a dor da solidão não é física, e sim psíquica. “Mas, ao se sentir sozinha, a pessoa pode ser levada à angústia e daí ter reações físicas como tontura, sudorese e coração acelerado”, completa.

Para tratar o problema, em casos mais amenos, o acompanhamento psicológico pode ajudar. Se o individuo já estiver em um nível mais crônico, apresentando um quadro depressivo, por exemplo, pode necessitar de medicamentos. Isso porque, de acordo com a pesquisa apresentada no livro, os seres humanos são muito mais entrelaçados e interdependentes – em termos fisiológicos e psicológicos – do que se supõe. “O ser humano precisa do contato social, pois isso é benéfico para ele perceber seu potencial, aprender, crescer e trocar experiências”, diz Margareth.

Dificuldade de interagir
 

No entanto, cada vez mais a conectividade está sob risco. “Há uma enorme oferta de atividades, porém existe uma superficialidade nos relacionamentos”, alerta Margareth. Para ela, quem vive nas grandes metrópoles sofre ainda mais com isso. “As pessoas não conseguem se identificar com as outras, estão sempre reclamando de falta de tempo, vivem na correria e usam isso para justificar a dificuldade de interagir”, acrescenta a psicóloga. Além disso, segundo ela, existem as redes sociais na Internet que conquistam cada vez mais seguidores e, muitas vezes, criam uma ilusão. “Há pessoas que têm uma rede de contato extensa, mas não têm intimidade com ninguém. Se quiser uma companhia para ir ao cinema, por exemplo, não consegue contar com alguém desta lista virtual”, condena Margareth.

Em contrapartida, Luana defende que não dá apenas para enxergar os contatos virtuais de forma negativa. “Tudo depende da forma como cada um utiliza essa ferramenta. Enquanto alguns se fecham neste mundo ilusório, outros usam isso para ampliar trocas e reencontrar verdadeiras amizades.” A superficialidade também está fora do virtual. “Nas grandes cidades, por exemplo, estão todos centrados no trabalho e, após o expediente, nem sempre ocorre esta troca”, destaca Luana.

A versão positiva
 

John Cacioppo explica em seu estudo que, para um ser da nossa espécie, a saúde e o bem-estar requerem que o indivíduo esteja satisfeito e seguro em seus laços com outras pessoas. Seria uma forma de ‘não se sentir só’. E Margareth acrescenta que um indivíduo solitário não pode se deixar cair nessa rotina empobrecida, de isolamento e confinamento de vida. “Se não reagir logo, a pessoa pode ficar depressiva e indisposta para reverter o caso”, avalia. “Nada substitui a presença de alguém, o contato”, afirma Margareth.

Embora a solidão esteja sempre atrelada a um sentimento negativo, ela também apresenta sua versão positiva. Pelo menos é o que defendem os especialistas. “Se fechar para balanço ou ter um momento de recolhimento é muito positivo para qualquer pessoa”, diz Margareth. Para Luana, este pode até ser um processo doloroso, porém de enorme importância para o crescimento pessoal. “Isso apenas não pode se tornar constante”, lembra Margareth.

Segundo a obra, “quase todos sentem as pontadas da solidão em algum momento”. E este sentimento pode ser algo breve e superficial, como ser o último escolhido para uma brincadeira – ou algo agudo e severo -, como a perda de um ente querido. “Este tipo de solidão faz parte da vida de qualquer pessoa”, avalia Margareth.
 

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Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra Gracie

"Tive a ideia do livro: "Viver como uma Campeã", ainda na época que competia".

15/09/2024 21h30

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra Gracie

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra Gracie Foto: Divulgação

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Kyra Gracie vem da família de lutadores de jiu-jitsu mais importante do mundo, família que difundiu o esporte no Brasil e fora dele também, tendo se tornado referência mundial com seu estilo próprio de luta nas artes marciais, que sagrou inúmeros campeões em variados torneios.

Atualmente Kyra Gracie é faixa preta 4º grau de Jiu-Jitsu e faixa preta de Judô.. Foi pentacampeã mundial do esporte e atualmente se dedica ao lado empresarial e a carreira de apresentadora. 

É a primeira mulher de sua família a conquistar uma faixa preta em jiu-jitsu e a competir ativamente no esporte. Devido aos diversos campeonatos nos quais participou, morou durante três anos em Nova Iorque e dois anos em Los Angeles, e desde 2010 voltou a residir no Rio de Janeiro, onde trabalhou como comentarista esportiva e apresentadora nos canais Globo, Sportv e Combate. Em 3 de agosto de 2018 fundou sua própria academia de artes marciais, a Gracie Kore.

Kyra foi a atleta mais jovem a conquistar o Mundial Sem Kimonos, no ADCC, aos dezenove anos. Ela é considerada por muitos como a melhor mulher lutadora da história do Jiu-Jitsu, nunca tendo perdido para uma adversária com mesma faixa e mesmo peso. Sempre treina com homens e diz que eles são mais "frescos" porque desistem ao primeiro machucado.

“No começo, eles [família] me apoiaram porque acharam que era brincadeira. Quando viram que era sério, disseram que era para eu deixar a luta com os homens. Mas bati o pé e continuei. Depois que comecei a competir e a me destacar, eles deram o braço a torcer e passaram a me apoiar”, explica.

Com o objetivo de aumentar o número de mulheres no jiu-jitsu, Kyra lançou o quimono rosa em 2006. Hoje o quimono rosa tomou conta das aulas no mundo todo e em diversas artes marciais, além do jiu-jitsu, como no caratê.

“Para mim, só existem duas opções - ou você engole o mundo, ou o mundo engole você". É assim que Kyra Gracie, lutadora multicampeã, começa seu livro de memórias e reflexões: Viver Como uma Campeã. O lançamento da editora Agir apresenta ao público os bastidores da trajetória que a levou ao sucesso no esporte, nos negócios e na construção da felicidade de sua família.

O livro revisita os desafios e obstáculos que ela encontrou ao longo do caminho, e traz para as leitoras e leitores as ferramentas que a fizeram despertar a força interior para vencer, tanto nos tatames quanto na vida. 

Oito vezes campeã mundial de Jiu-Jitsu e detentora do feito de ser a primeira e única mulher a unificar os títulos do Hall da Fama das maiores organizações internacionais de Jiu-Jitsu, Kyra expressa ao longo das páginas poderosas de seu livro ideias acerca da transformação de nossas mentalidades, abarcando todas as áreas da vida de uma mulher, incluindo o campo profissional e a vida amorosa.

Além disso, ela conta como superou obstáculos, enfrentou desafios, subverteu estruturas de poder e se reinventou diversas vezes, nos inspirando em um diálogo franco e corajoso. 

Da união com seu marido, o ator e também empresário Malvino Salvador nasceram as meninas Ayra Gracie e Kyara Gracie Salvador, e também o menino Rayan, o primeiro menino do ator e da lutadora, nascido em 2021.

Kyra esteve em São Paulo na bienal de SP para lançar “Um Golpe de Equilíbrio”, o segundo da série de livros infantis que escreveu com o Malvino e com a jornalista Agatha Lemos.O primeiro foi “Um Golpe de Respeito” e vem muito mais na sequência! O objetivo é oferecer ferramentas para que as crianças possam juntamente com seus pais trabalhar a autoconfiança e a inteligência emocional.

Kyra é Capa do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala com exclusividade sobre literatura, empreendedorismo e novos projetos.

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra GracieA lutadora Kyra Gracie é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Gabriel Farhat - Diagramação - Denis Felipe

CE - Kyra, o que te inspirou a escrever o  livro “Viver como uma Campeã”? Como foi o processo de escrita? Enfrentou algum desafio? E como você acredita que ele possa impactar seus leitores?
KG - 
Tive a ideia do livro “Viver como uma Campeã” ainda na época em que competia, quando comecei a escrever um diário onde colocava todos os meus sentimentos antes, durante e depois das competições. Mesmo sendo muito vitoriosa no tatame, não me sentia assim na minha vida fora dele. Tinha, por exemplo, muita dificuldade em me posicionar, era muito tímida e pouca autoconfiança nas minhas atitudes.

E comecei a perceber que na verdade eu fui moldada pelo meio que eu vivia, pelas experiências que eu tive, dentro do meio muito masculino e majoritariamente machista. E a partir do momento que eu entendi isso, vi que precisava me transformar de dentro pra fora. Foi aí a grande virada de chave.

Para isso, precisei usar ferramentas de autoconhecimento e de inteligência emocional, trabalhar essa força interior, e isso me colocou como uma mulher campeã em outras áreas da vida. Consegui enfim me colocar em um relacionamento saudável e realizar o sonho de ter a minha família. E é dessa forma que eu desejo que as leitoras sejam impactadas através do livro. Para isso, potencializo o que eu já faço com as minhas alunas, que é passar essas ferramentas para que elas apliquem para a vida.

CE - Esse foi seu segundo livro, após o infantil “Um Golpe de Respeito”. Pretende escrever mais livros? 
KG - 
Sim! Em setembro lançaremos na bienal de SP “Um Golpe de Equilíbrio”, o segundo da série de livros infantis que escrevi com o Malvino e com a jornalista Agatha Lemos.O primeiro foi “Um Golpe de Respeito” e vem muito mais na sequência! O objetivo é oferecer ferramentas para que as crianças possam juntamente com seus pais trabalhar a autoconfiança e a inteligência emocional.

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra GracieKyra e o marido Malvino Salvador - Divulgação

CE - Você pode compartilhar um pouco sobre a filosofia e os valores que você ensina na Gracie Kore? E quais os projetos futuros com relação à academia?
KG -
 A Gracie Kore oferece aulas para homens, mulheres e crianças. O objetivo principal é proporcionar experiências e incentivar uma vida saudável. Usamos a metodologia da minha família, mostrando sempre aos alunos a importância da disciplina, perseverança, respeito, confiança em si mesmo, força mental, liderança e valores que se tornaram pilares da filosofia do jiu-jitsu.

CE - Como você equilibra sua carreira como empresária, professora, palestrante e escritora com a administração da Gracie Kore? 
KG -
 Não é nada fácil, mas muito prazeroso quando temos a oportunidade de fazer o que realmente gostamos. Conto com o Malvino e uma equipe maravilhosa na Gracie Kore e faço questão de ministrar aulas, gosto desse contato direto com os alunos. E sinto uma grande emoção a cada palestra que sou convidada para realizar. É um prazer poder compartilhar conhecimento, insights e inspiração com pessoas que estão em busca de crescimento e desenvolvimento profissional. Isso é algo muito especial.

CE - Você oferece um curso de defesa pessoal feminina na Gracie Kore. O que te motivou a criar esse curso e quais são os principais objetivos que você deseja alcançar com ele? 
KG - 
Muitas pessoas acham que a defesa pessoal é para aprender a brigar e a peitar agressores, mas não. O principal objetivo é fazer a mulher sair ilesa, evitar o conflito, se empoderar e ter autoconfiança. Para isso, utilizamos exemplos práticos de como sair de situações corriqueiras que nós mulheres passamos ao longo da vida. Qual mulher nunca acelerou o passo em uma rua deserta ou em um estacionamento? Ou não foi puxada pelo braço por um homem em uma boate? É diferente estar alerta e estar tensa. E é isso que procuramos passar para nossas alunas. 

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra Gracie            Kyra com sua família - Divulgação

CE - Malvino recebeu a tão almejada faixa-preta. Conte um pouco sobre a evolução dele no jiu-jítsu. O apoiou na decisão  de voltar a competir depois de mais de 20 anos? 
KG - 
Não se conquista uma faixa preta de jiu-jitsu com facilidade, existe um processo de evolução dentro e fora do tatame que é necessário para evoluir. Malvino foi muito regrado, assíduo e se dedicou muito para conquistar a faixa preta. Após graduado, ele vai lutar mais campeonatos e vai fazer o processo de formação de professores da Gracie Kore para poder dar aulas.

CE - Como você e o Malvino dividem as responsabilidades na criação dos filhos? Existe alguma estratégia que vocês usam para manter a harmonia em casa? E quais são os programas favoritos em família?
KG -
 A gente sempre coloca a família como uma das nossas prioridades, então a gente se desdobra para estar com os nossos filhos sempre que possível. Com a correria do dia a dia, procuramos nos organizar para garantir esses momentos preciosos.

Por exemplo, tem dias que eu os levo para a escola e o Malvino os busca, e vice-versa. Também nos revezamos ou vamos juntos nas atividades extracurriculares. A nossa agenda é bem cheia, mas também flexível, o que permite ajustar as coisas conforme a necessidade.

Estar presente na rotina é essencial. Adoramos ir à praia, andar de bicicleta, praticar atividades ao ar livre. Acreditamos que essa conexão é muito importante na criação de memórias e no pleno desenvolvimento das crianças. 

CE - Vc completará 40 anos em 2025. Você se considera uma pessoa vaidosa? Conta pra gente um pouco da sua rotina de treinos e de beleza.
KG -
 Eu me exercito, pratico meditação e respiração. Procuro me alimentar de forma balanceada, longe de produtos industrializados e gordurosos. Eu sempre tive uma rotina regrada, isso nunca foi uma questão para mim. E eu chego muito feliz aos 40 anos, muito satisfeita com meus erros e acertos. E acho que eles foram fundamentais para eu ser quem eu sou hoje. Claro que percebo vários cabelos brancos e uma dificuldade maior em perder peso, mas isso é natural no envelhecimento.

Capa B+: Entrevista com a lutadora multicampeã Kyra GracieDivulgação 

 

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Notas B+: Gabriele Marinho, Miss Alagoas 2024, sonha em trazer coroa inédita para o Nordeste

A Miss frisa a importância de que misses nordestinas tenham mais visibilidade no concurso.

15/09/2024 18h30

Notas B+: Gabriele Marinho, Miss Universo Alagoas 2024, traz coroa inédita para o Nordeste

Notas B+: Gabriele Marinho, Miss Universo Alagoas 2024, traz coroa inédita para o Nordeste Foto: Divulgação

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Gabriele Marinho, Miss Universo Alagoas 2024, retornou ao mundo dos concursos de beleza após um longo hiato com um objetivo claro: conquistar, pela primeira vez, a coroa nacional para o seu estado. A modelo e estudante de Direito destaca que sua participação tem um significado especial, não apenas para ela, mas para toda a região Nordeste.

“Voltei ao mundo Miss com o desejo de fazer história, de mostrar que Alagoas tem potencial para conquistar o título nacional. Meu objetivo é, acima de tudo, honrar meu estado e trazer essa vitória para o Nordeste”, afirma Gabriele.

A Miss Universo Alagoas frisa a importância de que misses nordestinas tenham mais visibilidade no concurso, destacando que, em mais de 70 anos de competição, a região Nordeste conquistou apenas 10 títulos nacionais.

"É triste ver que, mesmo após tanto tempo, as pessoas ainda olham para o Nordeste com os mesmos olhos do início dos concursos. Há um estereótipo que ainda persiste, como se nossa região não fosse uma potência de misses, o que é completamente equivocado", critica Gabriele.

Ela também salienta que, apesar dos desafios, tem recebido um grande apoio ao longo de sua jornada. “Estou muito feliz com o carinho e o incentivo que as pessoas estão me dando. Isso me fortalece para continuar lutando pelos meus objetivos e para quebrar esses estigmas”, conclui Gabriele, reforçando sua determinação para representar Alagoas e o Nordeste no Miss Brasil.

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