Correio B

ARACY BALABANIAN

Licitação para reforma de teatro deve ser lançada ainda este ano

Local está fechado desde maio de 2016

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Fechado desde 2016, o Teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande pode finalmente passar por reforma. A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) deve lançar ainda em 2019 edital de licitação para contratação de empresa para elaboração de projeto arquitetônico de restauração e ampliação do Centro Cultural José Octávio Guizzo e do Teatro Aracy Balabanian.

A definição ocorreu após reunião entre a presidente da FCMS, Mara Caseiro, e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Inicialmente, o teatro passaria por reforma parcial para ser reaberto. Porém, a estrutura física do prédio e o novo Plano Diretor de Campo Grande exigem obra de restauração e ampliação.

Além da estrutura física, outro ponto crucial para a realização da reforma foi a inclusão do Centro Cultural como um dos 294 imóveis inseridos no novo Plano Diretor de Campo Grande. Como o prédio está localizado em Zona Especial de Interesse Cultural II (ZEIC), ele está protegido, não podendo ser reformado sem a Guia de Diretrizes de Restauro (GDR) que, por sua vez, é regulamentada por ato do Executivo.

SITUAÇÃO

No primeiro dia de maio de 2016, o Teatro Aracy Balabanian foi fechado para reforma, conforme noticiou o Correio do Estado em abril daquele ano. Na época, o governo informou que a previsão é de que o teatro permaneça interditado durante seis meses, no mínimo. Esse tempo pode ser prolongado por período indeterminado, dependendo do cronograma das obras. As outras salas e galerias do Centro Cultural continuam abertas, em funcionamento.

Em 2011, o Centro Cultural José Octávio Guizzo foi reinaugurado após permanecer mais de um ano fechado para revitalização. Na época, o objetivo era melhorar a segurança e qualidade técnica tanto no teatro quanto nos demais espaços utilizados pelos artistas e pelo público em geral. Entre as melhorias estava a instalação de um novo aparelho central de ar-condicionado e manutenção do carpete que reveste as paredes e o chão do teatro.

Principal espaço para a classe artística de Campo Grande, o teatro firmou-se como referência do teatro sul-mato-grossense, por sua capacidade de 300 pessoas, estrutura e localização. Artistas disseram na época ao Correio do Estado que seria difícil fazer teatro nos próximos meses. As alternativas são poucas. O Teatro Glauce Rocha é apontado como muito caro para aluguel, especialmente pelo seu tamanho, e ainda apresenta pouca disponibilidade, por conta dos eventos da Universidade Federal. O teatro do Sesc Prosa, no Horto Florestal, também tem acesso difícil.

ORQUESTRA JOVEM

'Show' de fim de ano da Fundação Barbosa Rodrigues une novos e velhos talentos no palco

Noite de apresentações marcada para às 20h de segunda-feira (09), no Teatro Aracy Balabanian, mostra os talentos musicais lapidos em Campo Grande

04/12/2024 13h00

Apresentação do dia (09) traz apresentação com novos alunos dos projetos da Fundação, mas também rememora antigos talentos formados pela Fundação

Apresentação do dia (09) traz apresentação com novos alunos dos projetos da Fundação, mas também rememora antigos talentos formados pela Fundação Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Marcada para 20h do dia (09) de dezembro, no Teatro Aracy Balabanian, a apresentação de fim de ano da Fundação Barbosa Rodrigues traz um verdadeiro show para Campo Grande, com novos e velhos talentos que foram lapidados nos mais diversos projetos musicais da organização que há quase meio século estimula a cultura local. 

Concerto de encerramento das atividades anuais, do projeto social de ensino de música, a noite do dia (09) dezembro traz apresentação com novos alunos dos projetos da Fundação, mas também rememora antigos talentos formados pela Fundação.

É o caso de Brenner Rosales, que chegou a representar Mato Grosso do Sul como violista da Filarmônica de Israel, e está de volta em território brasileiro, em colaboração com renomadas orquestras nacionais. 

Além dele, outro músico de renome na apresentação da segunda-feira (09) é Matheus Coelho, que nos dias atuais atua como regente no Canadá, com uma trajetória internacional que reflete o impacto do projeto em sua formação.

Monitora de Projetos na Fundação Barbosa Rodrigues, Juliana Bezerra Pereira da Silva também foi "fruto" da Orquestra, mas ressalta que projetos como a "Orquestra Jovem" servem não só para despertar talentos musiciais, mas também ajuda no desenvolvimento socio emocional, além de agir até como auxílio educacional. 

Passando pela turma de violino de 2015, o que ela cita ter sido uma experiência incrível, para Juliana Bezerra a "Orquestra Jovem" é uma porta a ser aberta para esse grupo de crianças entre 04 a 16 anos,. 

"Não permaneci devido a ter tendinite no braço que seria de apoio do instrumento. Mas pude retornar para a Fundação em 2023, onde voltei a ter contato com esse projeto lindo que fez e faz a diferença na vida de muitas crianças e jovens, seja no auxílio educacional, seja como ajuda socioemocional, ou como perspectiva profissional para eles", afirma. 

Resultados para vida

Apesar de ser instrumento de formação de novos musicos, os projetos da Fundação auxiliam não somente quem um dia sonhou em seguir carreira musical, caso de Pâmela Rodrigues, que afirma ter sua vida "completamente mudada" pela iniciativa. 

"Independente de não estar seguindo com a música hoje, foi algo que me ajudou muito como pessoa, Desenvolvi uma habilidade com a música que não conhecia. Fiz amizades que levo até hoje, conheci cidades e lugares incríveis, tive experiências únicas que levo comigo na memória", expõe ela. 

Ela cita que, além do aprendizado musical, a Fundação foi uma rede de apoio e incentivo do crescimento pessoal, pelo simples fato de conectar pessoas com o mesmo interesse em um espaço de colaboração. 

Integrante da fase inicial da Orquestra Jovem, ela diz que leva a música hoje como um "hobby", mas de forma série, sendo fote de "paz, calmaria, conforto, alegria".

"A Orquestra Jovem sempre fará parte da minha vida e sempre é um prazer poder voltar a tocar. Esse tipo de projeto tem como missão ajudar a descobrir um propósito maior, moldar a visão de mundo. Proporciona uma experiência prática valiosa, que me ajudou na construção de confiança e no entendimento de como as ações podem ter um impacto direto na comunidade ou no mundo", completa. 

Advogada, Fabíola Borges também é outro nome que passou pelo projeto da Fundação Barbosa Rodrigues e, mesmo que tenha seguido caminhos distintos da música, afirma que a arte foi sua base desde a infânica. 

"Me ensinou desde criança a ter compromisso, a ser mais cuidadosa, me trouxe amigos verdadeiros que se assemelham a uma familia e fez eu enxergar o mundo de uma maneira mais artística - essa é a parte incrível. Apesar de ter seguido outro caminho profissional foi a música que me guiou até aqui", completa.

Projetos

Como bem esclarece o Maestro Eduardo Martinelli, as atividades da Fundação registraram uma expansão em suas atividades aducacionais, com mais turmas e maior amplitude de seu alcance. 

Entre os cursos oferecidos na Fundação Barbosa Rodrigues aparecem: 

  • Coro infantil, 
  • Violão clássico, 
  • Teclado, além de 
  • Musicalização para pais e filhos.

Pioneira no projeto social da Fundação Barbosa Rodrigues, a musicalização para pais e filhos, por exemplo, favorece o aprendizado musical, mas também torna os laços familiares mais fortes, através de ambiente de interação e cooperação entre as gerações. 

"Estudos comprovam que a educação musical compartilhada entre pais e filhos pode ter um impacto profundo no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, além de promover a construção de um vínculo mais estreito e positivo entre pais e filhos. A interação durante as aulas contribui para o fortalecimento da comunicação e colaboração familiar, essencial para o desenvolvimento integral das crianças", expõe o maestro. 

O Teatro Aracy Balabanian fica dentro do Centro Cultural José Octávio Guizzo, localizado Rua 26 de Agosto, número 453, localizado na região central de Campo Grande. 
 

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Prédio do ILA é abandonado em Corumbá

Prefeitura recebeu recursos para conservação de edifício histórico do Instituto Luiz Albuquerque em Corumbá, mas obra de restauração não foi concluída

04/12/2024 10h00

Edifício histórico no centro de Corumbá sofre com o abandono

Edifício histórico no centro de Corumbá sofre com o abandono Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

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A falta de conservação dos prédios históricos de Corumbá, seja no porto geral, seja no entorno da área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é o retrato do abandono da cidade, em que moradores convivem com escuridão nos bairros, acúmulo de lixo, arborização em declínio e ausência de políticas públicas. Imagens que chocam entre o passado e o presente.

Entre os casarões que apresentam aspecto de desmazelo se destaca o Instituto Luiz de Albuquerque (ILA), cuja calçada da sua imponente fachada está tomada pelo mato. A prefeitura recebeu R$ 3,2 milhões do governo federal para sua reforma, após a transferência do bem pelo Estado, mas a obra iniciada em 2021 foi paralisada um ano depois e sem previsão de continuidade.

Ficaram as marcas nas paredes de uma intervenção malsucedida – a prefeitura culpa a empreiteira, que teria descumprido o contrato –, impactando um belo exemplo da arquitetura em estilo eclético que compõe o conjunto histórico da cidade. Construído entre 1918 e 1922 para ser um grupo escolar, situa-se na Praça da República, de frente para o Rio Paraguai e o Pantanal.

Riscos de incêndio

Com grandes salões e janelas, o prédio conta ainda com um pátio, onde a reforma demoliu um espaço coberto que sediava oficinas de arte e eventos culturais. Abrigando um valioso acervo e duas das maiores bibliotecas do Estado, tornou-se nas últimas décadas uma verdadeira casa da cultura sul-mato-grossense. Porém, em nenhum momento passou por um restauro efetivo.

A falta de manutenção e conservação ocasionou sucessivas interdições, uma delas motivada por Ação Civil Pública do Ministério Público Federal (MPF), com base nos riscos de incêndio e na necessidade de se tomar medidas de segurança na edificação. Em 2014, foi realizada uma reforma paliativa, contemplando o telhado, que estava desabando.

O casarão centenário está fechado há 10 anos. Na retomada da reforma, foi transferido para outros espaços o acervo que inclui 12 mil jornais catalogados dos séculos 19 e 20 e duas mil fotos antigas da cidade, o Museu Regional do Pantanal e a Biblioteca Municipal Lobivar Matos, com 16 mil livros. Por último, de centro cultural, passou a ser sede da Defesa Civil local.

Nova licitação

Em julho de 2020, foi anunciada a tão esperada restauração, com recursos do Iphan repassados ao município. O projeto incluía intervenções em toda a estrutura (como janelas, portas, piso de madeira, escadaria, área externa, telhado, ladrilhos, hidráulica e elétrica) e instalação de um elevador acoplado ao prédio.

A prefeitura prometeu finalizar a obra em um ano, relatando que o maior problema do prédio era o telhado, ameaçando ruir. A requalificação envolveria as áreas externas, como praças e ruas, agregando mais conforto, iluminação, segurança, beleza e qualidade de vida ao espaço público, valorizado por outro prédio centenário, a Igreja de Nossa Senhora da Candelária (1885).

No entanto, o que se vê hoje é uma obra (entre tantas) abandonada, “um verdadeiro sinistro”, como definiu um ativista cultural da cidade.

O prefeito eleito Gabriel Oliveira garantiu a retomada imediata da reforma, que será relicitada nos primeiros meses de 2025. Também anunciou a criação da Fundação do Patrimônio Histórico para fazer a gestão real desse bem material.

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