Correio B

HISTÓRIA

Livro conta como foi a participação de negros, mulheres e indígenas na Guerra do Paraguai

A UCDB recebe o público hoje para o lançamento de "A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna", de Adilso de Campos Garcia, e "Cultura e religiosidade: aspectos da tradici

Continue lendo...

Serão lançados hoje, a partir das 18h30min, dois livros da Life Editora com temáticas regionais e com objetos de estudo ligados à história de Mato Grosso do Sul: a Guerra do Paraguai e a Festa de Nossa Senhora da Abadia. O evento será realizado na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), onde também foram desenvolvidas as pesquisas.

“Um livro abre mais possibilidades para que as pessoas da sociedade possam conhecer o que foi pesquisado e desenvolver na juventude aquele sentimento de pertença do lugar em que se vive, que temos que valorizar, porque se não valorizarmos, quem vai valorizar?”, resume a professora doutora Maria Augusta de Castilho, orientadora e coautora das obras.

Nos repositórios das bibliotecas repousam ótimas pesquisas sobre os mais variados temas, mas muitas delas nunca serão conhecidas fora da comunidade acadêmica. É justamente tendo em mente a importância da divulgação científica que Maria Augusta incentiva seus orientandos a publicar os resultados dos trabalhos em forma de livros.

“A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna”, trabalho conduzido por Adilso de Campos Garcia, e “Cultura e religiosidade: 
aspectos da tradicional festa da fazenda em louvor à N. S. da Abadia no município de Figueirão – MS sob a perspectiva do desenvolvimento local”, do pesquisador Valdery Ferreira Zotelli, serão as obras lançadas nesta segunda-feira.

OUTRO OLHAR

“Apesar de a Guerra do Paraguai ser um tema muito debatido na academia, optamos por fazer uma tese abordando indígenas, negros e mulheres que tiveram participação fundamental, mas pouco estudada e pouco difundida”, explica Adilso.

Os indígenas tiveram importante papel de suporte ao Exército, enquanto os negros eram a maioria dos soldados e responsáveis pelo trabalho pesado, apesar do pouco reconhecimento, o que inclusive abriu caminho, posteriormente, para o movimento abolicionista.

Já as mulheres que foram para a guerra – conhecidas como vivandeiras – praticavam comércio, trabalhavam nos hospitais, davam suporte aos soldados e, inclusive, chegaram a pegar em armas, mas poucas tiveram seus nomes registrados na história oficial.

“Com relação às mulheres, há na realidade poucos livros que abordam a participação delas na Guerra do Paraguai, a historiografia memorialista e tradicional não enfoca muito essa participação, mas foi de fundamental importância. Várias vezes [elas] pegaram em armas, davam suporte com alimentação e água, trabalhavam como enfermeiras, inclusive montando a cavalo para resgate dos soldados”, detalha Adilso.

Foram cinco anos de pesquisa sobre o tema, e o autor passou por Bela Vista, Jardim, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Anastácio e Cuiabá.

“Há um destaque nesse livro que você não encontra em nenhum outro, que são os monumentos deixados ou feitos sobre a guerra e seus heróis”, complementa Maria Augusta.

CANHÃO

Em Jardim, por exemplo, há um museu sobre a Guerra do Paraguai, com visitações on-line e presenciais, e em Nioaque há em um canhão que retrata o simbolismo da guerra, além de vários outros espalhados por onde a guerra passou, mas a maioria das pessoas desconhece.

Adilso realizou uma pesquisa de campo e verificou que o sentimento de pertença da população das cidades onde estão situados esses monumentos é ínfimo e que o tema não é tão abordado nem mesmo sequer nas escolas.

“Valorizar a história e os personagens históricos faz com que você conheça o passado para ter uma valorização do presente, porque história é isso, quem não conhece sua história não sabe para onde vai”, afirma Maria Augusta.

RESISTÊNCIA

O outro livro que será lançado hoje aborda as festividades anuais em homenagem à Nossa Senhora da Abadia, realizadas na cidade de Figueirão. O autor, Valdery Zotelli, é morador do município e quis registrar um fenômeno cujas origens poderiam se perder no tempo.

“Este estudo se torna importante uma vez que os festeiros mais antigos estão com idade avançada e que seus depoimentos foram de grande valia ao se enfatizar a vida em comunidades rurais e o empenho de todos na organização e na participação na festa. O resgate das lembranças e da memória dos sujeitos que participaram e participam dos festejos nos espaços rurais deixa para as gerações futuras um registro da religiosidade dos habitantes do município e da região”, defende.

A festa da fazenda em louvor à Nossa Senhora da Abadia é realizada anualmente entre os dias 14 e 15 de agosto há mais de 93 anos, sendo resultado da união de fazendeiros, chacareiros e demais devotos de Figueirão e cidades vizinhas.

“Essa festa se destaca por se tratar de uma celebração não vinculada a uma instituição religiosa e que se constitui a partir da religiosidade popular. A celebração também se caracteriza como uma manifestação de caráter social e que envolve toda a comunidade rural do município, exercendo a função de manutenção da tradição religiosa, sendo carregada de símbolos e crenças, incorporando tanto características do sagrado quanto do profano”, adiciona Valdery.

SERVIÇO

O lançamento dos livros “A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna”, de Adilso de Campos Garcia, e “Cultura e religiosidade: aspectos da tradicional festa da fazenda em louvor à N. S. da Abadia no município de Figueirão – MS sob a perspectiva do desenvolvimento local”, de Valdery Ferreira Zotelli, publicados pela Life Editora, será realizado hoje, a partir das 18h30min, no pátio (mezanino) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), localizada na Av. Tamandaré, nº 6.000, no Jardim Seminário. O evento é gratuito e aberto ao público.

Assine o Correio do Estado

Diálogo

A eminência parda que vem atuando a todo vapor decidiu que pretende eleger... Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (12)

12/06/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

Continue Lendo...

François La Rochefoucauld - escritor francês

A verdadeira coragem está em fazermos 
sem testemunha o que seríamos capazes 
de fazer diante de todo mundo”.

FELPUDA

A eminência parda que vem atuando a todo vapor decidiu que pretende eleger um senador e tem até o nome escolhido para indicar. O sortudo, pois teria respaldo, como estrutura, e o faz-me rir, embora seja considerado um excelente técnico, não conta com o principal na avaliação da classe política para a vaga disputadíssima. No caso, são os muitos e preciosos votos necessários para chegar ao Senado. Dizem que o escolhido poderia até tentar o Legislativo estadual ou federal, pois as chances seriam melhores. Além do mais, a análise é que essa insistência e tentativa de imposição estaria gerando desconforto entre lideranças políticas que têm outros planos no que se relaciona ao Senado. 

Sem recursos

Diversos órgãos públicos estaduais e municipais foram notificados pelo Ministério Público para que não efetuem repasses de recursos à Federação de Futebol de MS. 

Mais

Isso porque foram verificadas diversas irregularidades na prestação de contas de convênio firmado entre 
o poder público e a então Liga de Futebol Profissional do Estado. 

Diálogo

No Aeroporto Internacional de Viracopos, no dia 30 de maio, pousou avião com uma carga de 60 toneladas de rosas colombianas. O produto ajudou a abastecer o mercado brasileiro para o Dia dos Namorados. 
Por se tratar de um item perecível, as flores necessitam de transporte e armazenamento sob temperatura controlada (2°C a 8°C) para garantir sua qualidade. As rosas de diferentes cores e tamanhos de hastes vieram em um voo charter, ou seja, exclusivo. A aeronave pousou em Viracopos, maior aeroporto de carga do País. Ao desembarcarem, elas foram armazenadas em câmaras frias do terminal de cargas, inspecionadas 
e só depois liberadas para o transporte terrestre. 

Diálogo Lucimar Couto e Marcelo Rasslan

 

Diálogo Hugo Gloss

Às favas

Conforme o que prometeu, o deputado Lidio Lopes revidou o pronunciamento de Pedrossian Neto, que criticou a prefeita Adriane Lopes, que não teria feito repasses à Santa Casa. Palavras como “calote” e “caloteiro” partiram de ambos os lados, e o bate-boca deu o tom na sessão do dia 10, na Assembleia de MS. 
O regimento interno foi às favas, e o presidente Gerson Claro deverá tomar providências antes que o plenário se torne um ringue.

Estratégia

Embora esteja em uma situação considerada confortável, no que se relaciona à tentativa de se reeleger, o governador Eduardo Riedel vem mantendo agenda com prefeitos e vereadores para definir obras para os municípios. A estratégia de executar a política municipalista, que se tornou uma marca da gestão tucana desde 2014, quando conquistou o comando de MS, tem dado certo desde então.

“Descuido”

A primeira-dama de Três Lagoas, Kelly Abonizio, arrumou uma baita encrenca para o prefeito Cassiano Maia quando foi fazer comprinhas básicas. Até aí nada de mais, desde que o veículo para fazer “o frete” 
não fosse oficial da prefeitura. Nesses tempos de redes sociais, vídeo logo viralizou. Muita gente está aguardando manifestações da administração, da Câmara Municipal, etc. e tal. Tchurminha da ironia tem dito que só não vale dizer que o carro foi “utilizado por engano porque a cor é igual à do carro da família”. 

ANIVERSARIANTES

Gisele Furquim,
Celina Maria de Jesus,
Artur de Azevedo Perez Filho,
Maria Rosa Ortega,
Adriana de Araújo Ovelar, 
Edson Antonini,
Eduir Loubet,
Junio Hideo Sasaki,
Keila Soares Trad,
Jorge Caldas Feitosa,
Anelza Leite Campos, 
Aline Tatiana Bachega, 
Antonio Vieira Martins,
Diego Albuquerque Correa,
Luciana Mecchi,
Celso Higa, 
Silmara Ferreira,
Adonis Guimarães Lima(Dodô),
Noemi Karakhanian Bertoni, 
Odilon Coral Ferreira,
Cassia Fatima de Emilio,
Eloar Vieira de Lara,
Jéssika Silva Candelário,
Laila Casimiro Zahran Silveira, 
Dr. Alexandre Frizzo,
Yasmin Ferzeli Graciuzo, 
João José Binelo Batista,
Guilhermina Valente Lopes,
Mariel Marcio Oliveira Vilalba,
Roseli do Carmo de Souza,
Caroline Xavier Siqueira,
José Facundo da Silva Mota,
Antonia Cândida Duarte,
Fábio Rosemberg de Mattos,
Thalyssa Bastos Nogueira,
Abadio Marques de Rezende,
Iracema Souza Mendonça,
Juan Milciades Cazal Pedrozo, 
Shirlei Aparecida Gibertini,
Lorival Antônio Bagio,
Antônio Arguelho,
Aline Weiller de Medeiros,
Antônio Crispin Alves da Cunha,
Edson Espíndola Cardoso,
Fátima Coelho de Oliveira,
Wellington Araujo da Silva,
Robson Espíndola Dias, 
Dr. José Benedito Geraldes de Lima, Maria Antonieta Teixeira Albaneze,
Dr. Leolino Teixeira Junior,
Dr. Antônio Luiz Netto,
Lúcia Camilo Silva,
Élio Vasquez Aristimunha,
Cladis Sanches Lopes,
Karina de Lima, 
Eunice Silva,
Antônio Luiz de Souza Mello,
Wilma Pinto Ribeiro,
Maura Marcondes Ribeiro,
Wilson da Vila,
Joana Villalba,
Reginaldo Martinez,
Carlos Ortiz,
Valda Barros da Silva,
Evaldo Russel Vieira,
Carla de Araújo Mello,
Inês Regina Costa Gaeta,
Miriam Gonçalves Queiroz,
Maria Luiza Scaffa Chelotti,
Dr. Paulo de Tarso Guerrero Muller, 
Rosa Manara Arakaki,
Lorivaldo Antônio de Paula,
David Ferreira Nantes,
Aníbal Ortiz Ramires,
Ketty Susy Paixão,
Raissa Amaral Espinola, 
Zilda Rotela de Jesus, 
Helcio Simonato Barbosa,
Aline Paula Horta Marques, 
Guilherme Oshiro Taira,
Disney da Costa Rezende, 
Leonardo Jose da Costa,
Augusto Vissoto Filho, 
Carolyne de Souza Fonseca,
Sérgio Felga Junior,
Darci Ribeiro dos Santos,
Rosângela Falcão de Oliveira,
Delaide Maria Smaniotto,
Angela Priscila Junqueira de Lima Silva,
Éllen Ribeiro Lacerda Alves, 
Rodrigo de Oliveira Lusena,
Annelise Jardim, 
Antonio Adão Manvailler Vendas, Dr. Mauro Garicoi Pedraza, 
Reinaldo Borges de Moraes, 
Monique Fioravanti Sansão Bazan, 
Antônio Paulo de Amorim,
Roberta Albertini Gonçalves,
Sandra Regina Martins Ferraz e Lopes,
Júlio Celestino Ribeiro Fernández, 
Luís Otávio Ramos Garcia, 
André Costa Ferraz,
Fábio de Oliveira Fagundes, 
Raphaela Silva Modeneis Reis,
Filomena Castro Andrade,
Hudson Mário Pereira,
Antônio Elias Galo,
Walberto Laurindo de Oliveira Filho,
Enio Canteiro Arce,
Selma Francisca Cardena Rocha.

*Colaborou Tatyane Gameiro

MÚSICA

"Serenata de Amor Próprio", novo álbum da banda Terminal Guadalupe, será lançado em julho

Álbum reflete o amadurecimento do grupo e a retomada das relações sociais após a superação de tempos de ódio

11/06/2025 10h00

O guitarrista da Terminal Guadalupe, Allan Yokohama, à esquerda, e Dary Jr., vocalista e letrista, à direita

O guitarrista da Terminal Guadalupe, Allan Yokohama, à esquerda, e Dary Jr., vocalista e letrista, à direita Foto: Douglas Fróis

Continue Lendo...

“É como se você ouvisse 10 bandas diferentes no mesmo disco”. Assim descreve o corumbaense Dary Jr., vocalista e letrista da banda curitibana Terminal Guadalupe, sobre o novo álbum, que será lançado em julho.

“Serenata de Amor Próprio” é um álbum inteiramente dedicado à construção da autoestima por meio da afirmação das próprias ideias, desejos e identidade. E a referência às serenatas se baseia na liberdade proporcionada a cada interpretação, o que torna cada canção de amor singular.

“A gente não é refém de um estilo, de um gênero musical. A gente é muito livre. Então, trabalhamos com esse conceito da serenata junto com a autoestima e, por isso, são músicas muito diferentes. Vai ter música em espanhol, vai ter música em inglês. É um disco livre, não tem amarra”, destaca Dary.

O nome Terminal Guadalupe também remete a essa pluralidade que é a essência da banda. Isso porque o Terminal Guadalupe, que outrora já foi uma rodoviária, no centro de Curitiba, é um ponto de encontro onde as mais diversas histórias se cruzam. 

“É um nome que a cidade não gosta muito, porque Guadalupe é um lugar cheio de contradições. Tem esse nome por causa de uma igreja, a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, mas tem prostituição, tem tráfico de drogas, tem crime… É uma zoeira. Mas também tem muita coisa legal. Até hoje é comum você encontrar pessoas com uma foto procurando um tio que sumiu e tal. Então, tem essas histórias bonitas também”, relata o músico.

AS SERENATAS

“Vá Ser Feliz”, música de abertura, mostra o amor-próprio por meio da libertação perante o outro, um ex-namorado, ex-chefe ou ex-professor que enche o saco.

“‘Vá Ser Feliz’ é um desabafo. Porque é ‘vá ser feliz longe daqui, vá ser feliz longe de mim’. Porque às vezes a gente precisa fazer isso também, para poder encerrar um ciclo e começar outro de peito aberto”.

O segundo single lançado, “Volta”, trata de forma melódica da retomada das relações. É uma ode que clama pela civilidade e pela reconciliação.

“A gente passou um período muito delicado na nossa história recente em que esse tom das relações pessoais foi completamente esquecido, que só interessava você ser grosseiro e hostil, se a pessoa não confirmasse aquilo que você pensa”, explica o letrista. 

“Além da Glória” também é sobre reconciliação, mas fala especificamente sobre a amizade de Dary com o guitarrista Allan Yokohama. Essa canção ainda ganhou um clipe, disponível no YouTube, com imagens dos primórdios da banda. 

“Eu e o Allan ficamos afastados muito tempo. E ‘Além da Glória’ é uma letra que celebra a retomada dessa relação, dessa amizade. Por isso que diz: ‘Meu coração ainda é seu. Quem disse que haveria um fim?’ E é interessante porque, a depender de como as pessoas ouvem, isso adquire uma outra interpretação, porque pode parecer uma canção de amor. Na verdade, é uma música sobre amizade”, afirma Dary.

A última música lançada até o momento é “Sara”, descrita por Dary como “quase infantil”. 

“É uma canção que o Allan fez para a filha dele. Ela é ingênua, é uma coisa que você ouve assim, tão simples. Porque um filho também te preenche, um filho também te inspira, um filho também te eleva. Isso também é uma estima”, pontua o vocalista.

Entre as demais músicas, que ainda serão lançadas, Dary destacou uma dedicada à resiliência feminina. Inspirada na mãe do letrista, a canção descreve o protagonismo e a força das mulheres. Outra música, chamada “Black Jesus”, terá letra em inglês e tratará de questões relacionadas à comunidade negra.

AMADURECIMENTO

“Serenata de Amor Próprio” e o álbum anterior, “Agora e Sempre”, lançado em 2022, surgiram de um reencontro. Como um ex-amor ou ex-amigo que retorna depois de anos com a cabeça mais madura e o coração mais calmo, Dary e Allan, o guitarrista da banda, voltaram um para o outro.

Nascida em 2003, a Terminal Guadalupe foi criada a partir de um trabalho do curso de pós-graduação em Audiovisual feito por Dary. As primeiras canções surgiram para a trilha sonora do curta-metragem.

“Burocracia Romântica”. Essa primeira formação durou até 2009, quando os integrantes se afastaram. 
Em 2018, Dary e Allan voltaram a se falar. Dessa vez, com novas bagagens musicais e de vida. Nos nove anos separados, os amigos se dedicaram às próprias famílias e a projetos musicais. 

“Quando a gente se afastou, eu tinha acabado de ter um filho e o Allan ainda não era pai. E o tempo ajuda. O tempo, de alguma forma, faz a gente observar algumas coisas que, no calor da situação, você não conseguia compreender com exatidão”, explica.

O guitarrista da Terminal Guadalupe, Allan Yokohama, à esquerda, e Dary Jr., vocalista e letrista, à direitaFoto: Rapha Moraes

Em 2021, o guitarrista sugeriu, inspirado em artistas que lançaram trabalhos durante a pandemia, que a banda voltasse com a mesma proposta. Nesse contexto, “Agora e Sempre” foi feito à distância, com os integrantes alocados em quatro países diferentes.

“O Allan e o baixista que a gente arrumou estavam em Portugal. Nosso baterista era o Fabiano, que era da formação clássica da banda e estava na Alemanha. Eu estava no Brasil, e nós tínhamos também um músico convidado no Uruguai. E, aqui no Brasil, a gente tinha um carioca que morava em Florianópolis, que também participou do disco cantando, e o produtor era um gaúcho que morava em Belo Horizonte”, contextualiza Dary.

Em 2023, Allan voltou ao Brasil para um show comemorativo dos 20 anos da banda. Ali, eles sentiram que precisavam continuar. 

“Aquele show bateu muito forte nele porque a gente tocou com as pessoas cantando as músicas, todo mundo muito emocionado. Foi o primeiro show que a gente fez em muito tempo. Fazia 14 anos que a gente não tocava”.

O guitarrista da Terminal Guadalupe, Allan Yokohama, à esquerda, e Dary Jr., vocalista e letrista, à direita

Mas, além da banda, o público também amadureceu e ficou mais exigente. Agora, os shows precisam ser mais bem planejados para compor uma boa experiência.

“Quando você é moleque, não quer saber, você quer tocar em qualquer buraco, vai na esquina ali, bota uma caixa de som e tal. Hoje, se a gente quiser tocar em algum lugar, tem que estudar o local, a qualidade do som, o conforto das pessoas”, esclarece.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).