A partir desta quinta-feira, o Festival América do Sul Pantanal (Fasp) dá partida em sua programação, deixando a agenda cultural de Corumbá e de Ladário em alta voltagem. Até domingo, a 16ª edição do evento apresenta uma série de atrações e atividades, todas gratuitas, em espaços abertos, escolas públicas e outras instituições das duas cidades.
O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e o Memorial do Homem Pantaneiro também abriram suas portas para o Fasp, que neste ano presta homenagem a Lídia Baís (1900-1985) e a outros artistas sul-mato-grossenses.
As entidades ostentam uma programação que faz de ambas dois dos endereços mais quentes do festival. E mesmo fora de suas instalações, as duas instituições marcam presença.
OCAMP
A começar pelo Moinho Cultural, quem abre a maratona do Fasp, na noite de hoje, na Praça Generoso Ponce, centro de Corumbá, é a Orquestra de Câmara do Pantanal (Ocamp), um dos corpos estáveis do instituto, sob a regência do maestro Eduardo Martinelli. A apresentação está prevista para durar 50 minutos.
“Nosso repertório será bastante diversificado, com um caráter mais festivo e apropriado para um concerto ao ar livre. Para a Ocamp e todo o Moinho Cultural, é um passo importante participar do festival.
Recentemente, fomos para Dubai, percorremos quatro capitais e, agora, vamos participar do Festival América do Sul Pantanal”, diz Martinelli.
“É uma grande responsabilidade, pois é um evento que traz gente de diversos países e de outros estados brasileiros. Sobretudo, é uma grande responsabilidade por nos apresentarmos, pela primeira vez no ano, em casa”, destaca o músico.
HERMANOS
No domingo, fechando o festival, a Cia de Dança do Pantanal, criada há cinco anos no Moinho Cultural, sobe ao Palco Rio Paraguai, no Porto Geral, para se apresentar no show do trio Hermanos Irmãos.
Formado por Márcio De Camillo, Jerry Espíndola e Rodrigo Teixeira, o trio contará com a participação de Carmen Monges (Paraguai) e Ruben Goldin (Argentina).
“Neste ano, completamos 10 anos, e o objetivo desse encontro musical é um abraço na América do Sul, pensando pelo lado melódico e rítmico. Já tivemos participações artísticas e sempre foi maravilhoso”, afirma De Camillo. “Agora, contamos de novo com uma participação especial do Moinho nas músicas ‘Mercedita’ e ‘Galopeira’”, revela o músico.
NO MOINHO
Além das apresentações no festival, o Moinho Cultural, desde ontem, tem o seu espaço físico – na Rua Domingos Sahib, nº 300, Beira-Rio, em Corumbá – ocupado por outras atividades do Fasp. Confira:
- Oficina de audiovisual, de 25 a 29/05, das 8h às 22h;
- evento literário Quebra-torto com Letras, amanhã e sábado, das 8h às 11h;
- show musical de Adilson Big, amanhã, às 10h;
- oficina “Dança e o Treinamento Consciente”, sábado, 9h30min;
- show musical da Banda Urben, sábado, 10h;
- e oficina “Troca de Experiência em Videodança”, domingo, às 14h.
NO MHP
No Memorial do Homem Pantaneiro, exposição fotográfica, lançamento de livro e a exibição de documentários dominam o programa.
Vinculado ao Instituto Homem Pantaneiro (IHP), o memorial, que funciona em uma edificação histórica – o prédio Vasquez & Filhos, na Ladeira José Bonifácio, nº 171, no Porto Geral –, recebe, durante o Fasp, o projeto Pantanal +10, do fotógrafo José Medeiros.
CÉU E INFERNO
Integra o projeto o lançamento da exposição e do livro “Céu e Inferno em Terras Alagadas”, que mostram o olhar do fotógrafo sobre o Pantanal.
As imagens de Medeiros, que já foram vistas em Tiradentes (MG) e seguem para outros estados depois de Corumbá, retratam a destruição do bioma nos últimos anos.
DOCUMENTÁRIOS
Diariamente, de hoje a domingo, serão exibidos três documentários de temática ambiental. Às 18h30min, o curta-metragem “Fogo e Fé”, também assinado pelo fotógrafo, apresenta depoimentos de trabalhadores da região sobre a maior tragédia ecológica do Pantanal, os incêndios de 2020 e a grande estiagem de 2021. O documentário tem 15 minutos de duração.
Em seguida, às 19h, ganha a tela o média-metragem “Ruivaldo, O Homem que Salvou a Terra” (2022, 45 min), de Jorge Bodanzky e João Farkas, sobre a persistência do personagem-título, que criou um sistema artesanal de diques para conter as enchentes do Rio Taquari.
Às 20h, o curta “Finado Taquari” (2020, 22 min), de Frico Guimarães, retoma o mesmo rio, retratando o assoreamento do seu leito. A produção recebeu, em 2021, prêmios no 4° Festival de Cinema de Jaraguá do Sul (SC) e no Cine.Ema – Festival Nacional de Cinema Ambiental do Espírito Santo.
LIVRO
Amanhã, às 19h30min, José Medeiros lança o livro “Céu e Inferno em Terras Alagadas”. A obra dá partida ao projeto Pantanal + 10, no qual o fotógrafo registra os trágicos acontecimentos do Pantanal nos últimos dois anos.
Ao contrário das imagens poéticas que quase sempre estão ligadas ao bioma, Medeiros documenta os resultados das queimadas e da ação do homem na maior planície alagada do mundo.
Ao longo dos próximos 10 anos, a ideia é lançar uma coleção de livros, com a abordagem de vários aspectos do Pantanal.
A programação do Memorial do Homem Pantaneiro desta temporada é fruto da parceria do IHP com o Documenta Pantanal e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, com o apoio do Moinho Cultural. Mais informações: (67) 3232-3303.