Correio B

CICLO SUSTENTÁVEL

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Mulheres aderem a absorventes de pano e coletores

Produtos ajudam no meio ambiente e também na saúde

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Um simples absorvente descartável pode demorar de 100 a 500 anos para se decompor no meio ambiente. O plástico e outras substâncias químicas utilizadas no processo tornaram o item, ao longo do tempo, extremamente poluente para a natureza.  

Além do ponto de vista sustentável, há diversos relatos de mulheres que sofrem de alergias e doenças relacionadas a fungos por causa do uso prolongado do absorvente descartável.  

Com tantos contras em jogo, algumas alternativas – modernas ou antigas – têm surgido para diminuir tanto o impacto para a saúde quanto para o meio ambiente.  

Na lista de produtos queridos pelas mulheres há dois em especial, o absorvente de pano e o coletor menstrual. Pode parecer um retrocesso o uso de panos para conter o fluxo menstrual – o processo é um dos mais antigos – mas, com reformulações nos modelos e materiais utilizados, eles têm se mostrado igualmente viáveis.  

A empreendedora Lais Camargo, da Fantástica Loja de Encantos, comercializa duas marcas diferentes de absorventes de pano, que custam R$ 25 a unidade.  

“Uma é feita de tricoline por fora, impermeável, moletom, para absorver, e dry fit, que em contato com a pele tem a sensação de toque seco. A outra é de lycra, impermeável, moletom, para absorver, e melton, que em contato com a pele da sensação de toque semisseco”, explica.

Lais vende há três anos tanto o absorvente de pano quanto o coletor menstrual, esse feito com silicone. “Eu sempre tive muita alergia. Era um pacote de absorvente e um hipoglós todo mês.

Quando fiz intercâmbio, em 2007, uma atendente de um supermercado nos Estados Unidos me mostrou o coletor menstrual. Eu amei”, conta.

A auxiliar contábil Thalita Gomes Galvão, 30 anos, é uma das adeptas do coletor e do absorvente de pano. “Eu comecei com o coletor há 4 anos. Só que há um ano estou usando somente o absorvente de pano, pois tirei uma ferida do útero e estou aguardando o retorno para ver se está totalmente cicatrizada, para optar de vez em quando pelo coletor”, explica.  

Thalita conta que experimentou dois coletores até optar por um. “Testei e me apaixonei por um. É uma coisa tão boa que você indica para todas as amigas. Superprático. Mesmo eu tendo um fluxo intenso, quando eu comecei a usar, ficava as 8 horas de serviço sem transbordar. Mas sempre esvaziava uma vez para garantir, coisas de mulheres que sempre mancham as roupas”, ressalta.  

Thalita conta que após a cirurgia decidiu experimentar o de pano. “O que mais temia. Foi amor à primeira vista. Amo demais o de pano, superconfortável, e o melhor, não assa”, frisa.  

Coletor  

Feito de silicone, o coletor menstrual é basicamente um copinho hipoalérgico e antibacteriano, ajustável ao corpo.  

Maleável, o copinho é inserido na entrada da vagina, ao contrário do absorvente interno, que é colocado no fundo do canal vaginal.  

Para higienizar entre os usos, o ideal é lavar com água e sabão. Antes do início do ciclo e após o ciclo menstrual, é aconselhável a esterilização em água fervendo. Em média, o coletor pode ser encontrado a partir de R$ 50, e há várias marcas disponíveis no mercado.

Quem aderiu ao coletor menstrual foi a empresária Tauana Montier Onça Bortolini, 37 anos. “Comecei a usar o coletor porque eu realmente procurava uma alternativa sustentável”, disse.  

Tauana explica que tinha uma certa resistência em experimentar o coletor menstrual, por medo de o produto ser desconfortável ou não ter o efeito prometido. “Até que resolvi pagar para ver. Como eu vou falar de um negócio que eu nunca usei? Comprei um para poder testar, para poder falar se serviria ou não, e super deu certo. Eu gosto muito do coletor, para mim está sendo maravilhoso”, ressalta.  

Segundo Tauana, muitas vezes o coletor é imperceptível. “Às vezes eu nem lembro que estou com ele. Eu coloco de manhã e vou lembrar à noite. Ele não me incomoda, não aperta, não sinto nada. Tive um pouco de dificuldade no começo para poder tirar, mas eu acho que gera um pouco de ansiedade e de nervosismo, porque é uma coisa nova, que não estamos acostumadas”, aponta.  

Economia

Além da questão sustentável, o coletor e o absorvente de pano também geram economia para as mulheres. A auxiliar administrativo Erika Ferreira, 28 anos, decidiu experimentar o absorvente de pano há 2 anos. “Foi amor à primeira usada. Reduziu drasticamente o fluxo, diminuiu as cólicas e acabou com a alergia que eu sentia na virilha”, conta.  

Ela e a mulher decidiram adotar o absorvente de pano e sentiram a economia com o uso prolongado. “Por mês, eu gastava em média R$ 30. Aqui em casa são duas mulheres com fluxos muito fortes e já tem anos que não gasto com absorventes descartáveis”, indica.  

Com o tempo, Erika também decidiu testar o coletor menstrual. “Hoje eu uso mais o coletor, uso o absorvente de pano bem pouco, pois eu tenho 2 tamanhos de coletores. O maior eu uso no início do ciclo e o menor eu uso no fim do ciclo.

Minha mulher não se adaptou ao coletor, ela só usa o de pano”, frisa.  

Para ela, outro ponto decisivo foi o impacto no meio ambiente. “Hoje eu fico pensando no tanto que ja poluí o meio ambiente”, acredita. Entusiasta, ela explica que o produto pode impressionar quem tem preconceito. “Eu assumo que já cheguei a comprar absorvente de pano pelas estampas, que são lindas”, ri. 

Tecnologia

Saiba como o uso excessivo de tela prejudica a saúde e como impor limites

Governo federal inicia trabalhos para elaborar 'Guia para Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes' que trará orientações para a sociedade e servirá de base para políticas públicas

18/03/2024 18h01

Psicóloga ressalta a vulnerabilidade das crianças e adolescentes diante das telas. Reprodução

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O crescente uso de telas por crianças e adolescentes tem despertado preocupações quanto aos seus impactos na saúde e desenvolvimento. Relatos de comportamentos extremos, como o de uma criança de 12 anos incapaz de realizar atividades básicas devido ao vício em telas, destacam a urgência de impor limites e orientações.

Ao Correio B, a madrasta de um menino de 12 anos, viciado em telas, relata episódios agressivos e o desafio de lidar com esse comportamento. Enquanto isso, a advogada Camila Zanetti adotou medidas para controlar o uso de telas por suas filhas, estabelecendo regras e monitorando o acesso por meio de aplicativos.

"Já está num nível de tratamento psicológico. Meu enteado é extremamente viciado em telas, já quebrou diversos celulares porque um jogo trava, por exemplo. Se deixar ele não come, não vai ao banheiro e não dorme. O uso de telas começou desde quando era bebê. Atualmente, ele acabou de mudar de escola, mas a anterior já reclamava do uso de celular nas aulas", relata a madrasta.

Já a advogada Camila Zanetti, conseguiu remediar o uso excessivo de telas de suas duas filhas em idade escolar, estabelecendo regras como horários e dias específicos para sua utilização. Além disso, instalou em seu celular um aplicativo que monitora o que e quando suas filhas estão acessando o celular.

"Aqui temos horários e combinados bem rígidos e uso o Family Link para controlar. Bloqueio nas horas não combinadas. E o segredo é não abrir exceção, nem quando a gente precisa da ajuda das telas. Então os problemas acabaram. Durante a semana é proibido total e aos fins de semana, 1 hora na sexta à noite e 2 horas no sábado e domingo. Atrapalha demais o humor da criança, então não vale o custo benefício da distração", afirma Camila.

Para ajudar os pais ou responsáveis a administrar o uso de telas, o Correio do Estado realizou uma entrevista com a psicóloga Carlota Philippsen, que ofereceu importantes orientações sobre quando e como procurar ajuda especializada.

"Como qualquer atividade que tenha como característica essa questão de ter uma recompensa imediata, como no caso da tela, ela exige pouco e existe uma hiperestimulação. Isso pode gerar várias questões como isolamento, quadros de ansiedade, a pessoa começa a ter uma baixa capacidade de vivenciar frustrações, a vida dela acaba ficando cada vez mais limitada", alertou a psicóloga.

Philippsen também destacou a importância de estar atento a sinais de alerta, pois existem várias questões em jogo. Até mesmo a pornografia, que é uma questão bem particular.

"Tem os usuários que ficam muito tempo na tela só rolando pra cima e vendo bobeirinhas. Não conseguem ficar sem essa anestesia pro cérebro. É uma atenção que não demanda entendimento. Você não precisa ter um foco muito grande. É só o seu olhar. Geralmente isso pode ser uma questão de ansiedade, uma questão de dificuldade de lidar com os compromissos difíceis. Ou até a dificuldade de construir rotinas saudáveis", pondera a profisisonal.

Por fim, a psicóloga ressaltou ainda a vulnerabilidade das crianças e adolescentes nesse contexto.

"Geralmente crianças e adolescentes acabam sendo mais vulneráveis por conta de fatores biológicos e emocionais. Isso torna as crianças mais propensas a desenvolverem problemas relacionados ao uso de telas."

Essas orientações fornecidas pela psicóloga Carlota Philippsen visam conscientizar os pais e responsáveis sobre os potenciais impactos do uso excessivo de telas, ajudando-os a identificar sinais de problemas e buscar apoio quando necessário.

Guia para uso consciente

O Governo Federal deu início a uma importante iniciativa visando abordar os crescentes desafios relacionados ao uso excessivo de telas por crianças e adolescentes. Com foco na saúde e no desenvolvimento integral dessa parcela da população, o Ministério da Saúde está liderando a elaboração do "Guia para Uso Consciente de Telas e Dispositivos Digitais por Crianças e Adolescentes".

A iniciativa, que conta com representação de sete ministérios e diversos segmentos da sociedade civil, tem como objetivo fornecer orientações práticas e embasar políticas públicas abrangentes para lidar com os riscos associados ao uso inadequado de telas.

A primeira reunião do Grupo de Trabalho encarregado da elaboração do guia está prevista para ocorrer ainda este mês. Durante esse encontro, serão discutidas estratégias para abordar o tema, incluindo processos de escuta de crianças e adolescentes e o envolvimento de empresas e associações do ramo.

Diante das evidências científicas cada vez mais claras sobre os riscos associados ao uso excessivo de telas, o Governo Federal reafirma seu compromisso em promover um uso consciente e saudável da tecnologia, priorizando o bem-estar e o desenvolvimento das futuras gerações.

"A presença de crianças e adolescentes no mundo digital é uma realidade, mas nem por isso deixa de ser objeto de preocupação. A ideia do guia é que familiares, docentes e responsáveis, além das próprias crianças e adolescentes, tenham mais ferramentas para lidar com os riscos e problemas associados ao uso excessivo ou inadequado de aplicações e produtos digitais, visando a conhecê-los e mitigá-los", explicou João Brant, Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM-PR).

O lançamento do Guia para Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes está previsto até o final de 2024, representando um marco significativo na proteção e promoção da saúde das nossas crianças e adolescentes na era digital.

“O Ministério da Saúde está engajado nesta iniciativa desde o princípio. A etapa da consulta pública foi importante, muitas contribuições foram recebidas e subsidiarão a elaboração do guia”, afirma a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad. “A preocupação com o uso excessivo de telas pelas crianças e o impacto na sua saúde, crescimento e desenvolvimento integral nos leva a priorizar a conscientização de pais, professores e da sociedade para o uso racional e supervisionado das telas por crianças e adolescentes estes na era digital”, completou. 


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Música & cultura

Shows gratuitos embalam a Semana do Artesão na capital sul-mato-grossense

Oito atrações se apresentam de amanhã até domingo no Bioparque Pantanal, na Esplanada Ferroviária e na Morada dos Baís, entre elas a dupla Ana Paula Ferreira & Matheus Violino e o Grupo Tradição

18/03/2024 10h30

DIVULGAÇÃO

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Com início amanhã, a programação da 16ª Semana do Artesão apresenta uma série de shows gratuitos no Bioparque Pantanal e na Esplanada Ferroviária. São oito atrações regionais que representam um diversificado painel de estilos musicais, do pop rock ao forró, passando pela MPB, pelo pagode e pela música instrumental, além de um repertório dedicado às crianças.

Na abertura da semana, nesta terça-feira, no Bioparque Pantanal, sobe ao palco o Bella Donna Trio, às 15h30min, e na sequência Ana Paula Ferreira & Matheus Violino, às 17h.

O Bella Donna Trio é um grupo formado por cantoras e instrumentistas – Ana Gee, Renata Sena e Livia Canela – que se apresenta em casamentos e outros eventos. As três têm carreiras solo ou participam de outros grupos musicais.

Com a grande aceitação do Bella Donna na cena local, o trio transforma, cada vez mais, o projeto em agenda principal, apresentando um repertório diversificado, que vai da canção brasileira e internacional às trilhas sonoras de sucessos do cinema.

Por sua vez, a dupla formada por Ana Paula (piano) e Matheus (violino) vão apresentar temas instrumentais, do erudito ao popular, e também algumas músicas com performance vocal.

MATU MIRANDA

Nesta quarta-feira é a vez do cantor Matu Miranda, às 19h30min, no Bioparque Pantanal. O cantor está em uma fase nômade, desde o início da pandemia de Covid-19, quando deixou o Ceará, onde morava, para se movimentar e se fixar mais no Rio de Janeiro. Para ele, compor é a maneira como se compreender no mundo.

“É a linguagem que me permite desaguar o que eu sinto dentro da minha existência. Compor é um refúgio, é uma cura também. A canção reúne a imagem, o som, e é muito completa a engenharia da canção nesse sentido, de conseguir traduzir coisas muito profundas e densas e comunicar com tanta gente”, afirma Miranda, que foi um dos destaques, no ano passado, do “The Voice Brasil”.

FLOR DE PEQUI

Nesta quinta-feira, a atração é o grupo Flor de Pequi, às 19h também no Bioparque Pantanal. A banda de Campo Grande traz em seu repertório o tradicional forró pé de serra, o xote, o xaxado e o baião, entre outros ritmos regionais.

Além de difundir o gênero em várias apresentações espalhadas por Mato Grosso do Sul, 
o grupo se prepara para gravar um projeto de músicas autorais.

DIEGUINHO

Nesta sexta-feira, o show será na Esplanada Ferroviária. Na ocasião, quem subirá ao palco é o cantor Dieguinho, às 19h.

O músico nasceu e foi criado na Capital. O pagode e o samba entraram em sua vida aos 12 anos, durante uma roda de amigos. Entre suas maiores referências estão Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Só Pra Contrariar e Molejo.

Vivendo de sua arte, Dieguinho não se separa de seu fiel cavaquinho, que aprendeu 
a tocar lendo revistas, nas apresentações.

ERIKA ESPÍNDOLA

Já neste sábado, durante o Café na Praça, na Morada dos Baís, a apresentação musical será performada por Erika Espíndola, às 10h.

Erika Espíndola começou sua carreira, em maio de 2011, com a banda Mr. Willie Blues Band. Em seguida, montou a banda Black Tie (posteriormente Black Di Boá), da qual foi vocalista por cinco anos.

Ainda no primeiro ano de apresentações na cidade, a cantora foi indicada na categoria Melhor Vocalista do prêmio Rock do Mato, blog do portal da MTV, e obteve o segundo lugar.

GRUPO TRADIÇÃO

Na Morada dos Baís, às 19h deste sábado, é a vez do Grupo Tradição. A banda iniciou suas atividades na Capital, em 1995, e lançou seu primeiro CD – “Tradição” (1997).

Conhecido por misturar estilos em sua busca por novidades no cenário musical brasileiro, o grupo garante que sua raiz sertaneja está intacta. Com suas duas sanfonas, violão, baixo, bateria e um vocal aprimorado, os integrantes conseguem mostrar o valor e a alegria da música brasileira, viajando de norte 
a sul e de leste a oeste para valorizar todas as culturas do País.

BATUCANDO HISTÓRIAS

Para fechar a programação de shows da Semana do Artesão 2024, neste domingo, uma atração que promete animar a garotada e toda a família na Esplanada Ferroviária, às 17h: 
o grupo Batucando Histórias.

“Desde 2017, a gente iniciou nossa trajetória com música, contação de histórias e brincadeiras musicais. A gente vem trazendo essa bagagem com muita música dentro da nossa história, e está sendo muito satisfatório”, afirma Wancleya Arce, integrante do grupo. 
(Continua na página B4).

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