Correio B

MÚSICA

No centenário do jazz, Rio de Janeiro ganha reconhecido clube do gênero

Vários cantos da Cidade Maravilhosa têm programação

AGÊNCIA BRASIL

03/09/2017 - 19h00
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O Rio de Janeiro, berço do chorinho e do samba, que se caracterizam por improvisações dos músicos, abre espaço para o jazz, outro estilo musical que também tem neste aspecto a sua melhor representação. Vários cantos da cidade têm programação com encontros, apresentações e shows de jazz e no centenário de ambos os ritmos, o Rio ganha um reconhecido clube de jazz.

O Blue Note, criado em 81 por Danny Bensusan, em Nova York, e hoje considerado um patrimônio cultura, inaugurou esta semana uma casa no Complexo Lagoon, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. A casa promete encontros entre artistas de ritmos diversos e abrir espaço para quem está começando a sua carreira. A cidade é a primeira no hemisfério sul a ter uma filial do Blue Note. As outras funcionam na Califórnia e no Havaí (EUA), em Milão (Itália), em Pequim (China) e em Tóquio e em Nagoia (Japão).

Com três apresentações na casa em Nova York (a última em junho do ano passado) e uma em Milão, a cantora Rosa Passos sonha agora em fazer um show no clube novo. “Em Nova York eu já me sinto em casa, mas desejo muito que eu possa pisar no Blue Note brasileiro. Estou fazendo uma turnê com o show Rosa Passos canta Tom Jobim. Imagina o que seria fazer este show lá? Quem mais tem a cara do Rio de Janeiro do que Tom Jobim?”, disse a jazzista à Agência Brasil.

A cantora chamou atenção para o fato de que a casa foi inaugurada em meio a crise financeira no Rio. “É corajoso, é maravilhoso, parabéns aos sócios que abriram a casa, porque não só beneficia as pessoas que fazem música de qualidade, como ao público carente de música boa. Em um momento de crise, a cultura é a que mais sofre”, afirmou, parabenizando a iniciativa.

A inauguração é de iniciativa do empresário brasileiro Luiz Calainho que, junto com quatro sócios, licenciou a marca para uso no Brasil, para realizar um sonho. "A despeito de tudo isso que está rolando, que a gente não perca a nossa capacidade de sonhar, porque o Brasil não vai ser feito por prefeitos, governadores e presidentes da República. O Brasil vai ser feito por brasileiros, brasileiros que acreditam que a gente pode virar este país. É isso que a gente está fazendo aqui”, declarou.

“O Brasil vive um momento de imenso desafio. O Rio vive um momento de imenso desafio, mas quando a palavra sonho está na cabeça da gente e, sobretudo, está na alma da gente, a gente vira”, concluiu. O objetivo é abrir outras casas em São Paulo, Porto Alegre e Recife, segundo o empresário.

Calaini espera receber shows improvisados e participações especiais de artistas estrangeiros, especialmente no período do Rock in Rio, em setembro. “Eu sugiro a cada um de vocês no período do Rock in Rio, quando der 23h30 venham para cá, porque podem acontecer coisas incríveis. A turma vai sair de lá e vem se divertir aqui. Então, a gente pode ter coisas aqui absolutamente surpreendentes”, afirmou.

O presidente e filho do fundador do Blue Note, Steven Bensusan, veio ao Brasil para a inauguração e afirmou estar satisfeito com a primeira filial na América do Sul, cuja arquitetura é semelhante à de Nova York. “Aproveitem bastante o Blue Note e obrigado a todos”, afirmou.

A presidente do Museu da Imagem e do Som, Rosa Maria Araújo, que esteve na inauguração, disse que o Blue Note vai trazer a vivacidade do jazz misturado à música brasileira. “Não é por acaso. É porque as raízes africanas, tanto norte-americanas quanto as do Brasil, fizeram com que estes gêneros se multiplicassem de uma maneira muito rica. Faz a vida ficar mais bonita e a arte mais alegre”, apontou.

RECONHECIMENTO

Bocaiuva vence Brasil Fashion Futures

Grife de moda inclusiva de Campo Grande foi a escolhida na categoria de diversidade, redução da desigualdade e responsabilidade social, entre 100 concorrentes, em premiação realizada terça-feira em São Paulo

05/12/2024 12h30

Eduardo Alves e Luane Sales, fundadores do Bocaiuva Moda Inclusiva

Eduardo Alves e Luane Sales, fundadores do Bocaiuva Moda Inclusiva Foto: Divulgação

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A Bocaiuva Moda Inclusiva, de Campo Grande (MS), venceu o Brasil Fashion Futures, uma iniciativa do Instituto C&A que reconhece e valoriza personalidades, projetos e organizações que trabalham para um futuro mais justo e sustentável na moda. A terceira edição da premiação foi realizada na terça-feira, em São Paulo, no State Innovation Center, e a grife campo-grandense sagrou-se a campeã, entre 100 concorrentes de todo o país, na categoria de diversidade, redução da desigualdade e responsabilidade social.

A categoria busca destacar “negócios de moda e marcas que atuam com inclusão, diversidade, representatividade e amplificação de vozes de grupos sub-representados, iniciativas de impacto social e condições dignas de trabalho”.

Para o designer Eduardo Alves, da Bocaiuva, o prêmio “vem como uma validação de um trabalho que começou em 2015, e que completa quatro anos de Bocaiuva em 2024, aliando o negócio com a parte social”.

Além do Troféu Fashion Futures e de uma premiação em dinheiro de R$ 10 mil, a grife local terá, entre outros benefícios, visibilidade na mídia e nas comunicações do Instituto C&A.

“É muito interessante porque a gente vem trabalhando muito a questão da educação, inclusive com apoiadores como a Apae e o Instituto Juliano Varela. Além da adaptação das peças em si, fizemos ações em que podemos ensinar familiares a confeccionar os artigos. Foi um ano muito importante para nós que nos preocupamos em fazer a diferença”, afirma.

A Bocaiuva Moda Inclusiva tem se dedicado a promover a inclusão de diferentes grupos na indústria da moda, contribuindo para a diversidade e representatividade no setor. Com iniciativas e ações sociais focadas na promoção da inclusão, a marca tem demonstrado seu compromisso com a responsabilidade social e a construção de um futuro mais inclusivo na moda.

A equipe da Bocaiuva Moda Inclusiva recebeu com entusiasmo a notícia da premiação, reconhecendo o impacto positivo de seu trabalho na promoção da diversidade, redução da desigualdade e responsabilidade social. A marca se posiciona como um agente de transformação no cenário da moda, enfrentando os desafios e aproveitando as oportunidades para criar um setor mais inclusivo e representativo.

Com o prêmio, a Bocaiuva Moda Inclusiva reafirma “seu compromisso com a promoção da diversidade e a redução das desigualdades, demonstrando que é possível construir um futuro mais justo e sustentável na indústria da moda”. Eduardo espera que o reconhecimento do trabalho da marca seja também uma oportunidade para inspirar outras empresas a seguirem o mesmo caminho rumo a uma moda mais inclusiva e diversificada.

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ARTES VISUAIS

"Inspiratório"

Raique Moura repassa 13 anos de trajetória em projeto contemplado pelo FIC envolvendo livro que apresenta 100 obras, exposição virtual, e-book pocket, oficinas e curta-metragem; primeira tiragem da publicação tem 1.000 exemplares

05/12/2024 10h00

Com diagramação do designer Filipe Costa, indicado ao Grammy, catálogo traz as diferenças fases do artista

Com diagramação do designer Filipe Costa, indicado ao Grammy, catálogo traz as diferenças fases do artista Foto: Divulgação/Gleison Nascimento

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Você já folheou um livro com fotos de obras de arte e, tempos depois, encontrou uma das obras em uma galeria ou um museu, criando uma memória afetiva dentro de si entre o passado e o presente? Agora, imagine essa experiência ao inverso: as telas de um artista ganhando vida nas páginas de um livro.

É assim que nasce “Inspiratório”, o projeto multifacetado do artista visual sul-mato-grossense Raique Moura, que será lançado neste sábado (7), às 17h, no espaço Como Se LLama, em Dourados.

Em Campo Grande, o lançamento está agendado para o dia 19 (quinta-feira), na Casa de Cultura (Quartel da Afonso Pena), a partir das 18h. “Inspiratório” é mais do que um livro, é uma experiência visual que transcende o impresso.

Isso porque, além da parte material, o projeto engloba oficinas de desenho, um website com exposição virtual das obras, uma versão mais curta do livro, ao estilo e-book pocket, gratuito para download, e ainda um curta documental sobre o processo criativo.

“A ideia é ampliar o alcance do projeto. Queremos que ele chegue a públicos diversos, desde escolas até entusiastas de arte em todo o País. O site, por exemplo, vai abrigar uma galeria virtual e oferecer um acesso mais democrático ao nosso conteúdo”, afirma Raique Moura, de 31 anos, que nasceu em Aparecida do Taboado e é radicado em Dourados.

O livro é um mergulho de fôlego nas diferentes fases dos 13 anos de carreira de Raique, reunindo mais de 100 obras em um trabalho cuidadosamente selecionado. Com 120 páginas, a obra contou com o trabalho curatorial de Vinícius de Souza e Gil Esper e a diagramação do designer Filipe Costa, do Estúdio Lampejo (MG). Ao lado de Mateus Sá, o designer mineiro assina a arte de capa – indicada em 2013 ao Grammy Latino – do álbum “Abaporu”, de sua conterrânea Laura Lopes

“Convidamos o Filipe não só como diagramador, mas como um multiartista. A visão dele sobre arte e estruturação de projetos como o nosso foi essencial, porque trouxe um olhar contemporâneo, alinhando o visual e o conceitual de uma forma única. Já o Vinícius ajudou a conectar as diferentes linguagens e técnicas das obras, criando um diálogo potente entre elas”, destaca Raique.

SITE E OFICINA

Com o financiamento do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do governo do Estado, foi possível viabilizar todo o projeto, com destaque para a impressão de 1.000 exemplares do livro, dos quais 600 serão distribuídos gratuitamente em escolas, universidades, bibliotecas e instituições culturais. 

“Queremos que as pessoas vejam o livro como uma galeria portátil, algo que leve a arte para além de Mato Grosso do Sul, alcançando novos olhares e perspectivas”, diz o artista.

Além dos lançamentos, fazem parte do cronograma oficinas de desenho em Dourados e em Campo Grande, e, em um futuro próximo, a exibição de documentário em curta-metragem inédito e a disponibilização do site. 

O conteúdo é voltado ao público em geral, com foco em crianças, adolescentes, jovens e adultos interessados em desenho e ilustração, com datas e locais que ainda serão divulgados.

“As oficinas são contrapartidas importantes. É uma forma de devolver para a comunidade o que foi investido por meio do edital e de criar novos apreciadores e produtores de arte”, frisa Raique. Além desse combo, a agenda de trabalhos já desponta por novos horizontes. 

Recentemente, Raique participou da Feira de Arte Motim, no Museu Nacional da República, em Brasília (DF), para um pré-lançamento.

“Foi emocionante ver as reações das pessoas, amigos e artistas que admiro tanto. Esse livro é muito mais do que uma publicação, é uma reconexão comigo mesmo e com meu trabalho. Espero que ele toque as pessoas da mesma forma que tem me atravessado”, reflete Raique.

“O projeto contou com o apoio de profissionais incríveis, como o meu companheiro, Gil Esper, ele que veio como diretor criativo e desempenhou um papel essencial na curadoria e na execução do projeto. É muito importante dar visibilidade à equipe incrível que esteve comigo em cada etapa”, sublinha o artista.

Raique deseja que “Inspiratório” seja recebido como uma “celebração da arte contemporânea e do potencial de democratizar o acesso às artes visuais”, prometendo ao público “uma oportunidade única de viver a arte de forma múltipla e inspiradora”. O Instagram do artista é @raiquemoura.

Serviço - Lançamento do livro de Raique Moura – Projeto “Inspiratório”

Em Dourados: neste sábado, dia 7, às 17h, no espaço Como Se LLama, que fica na Av. Presidente Vargas, nº 942, centro da cidade.

Em Campo Grande: no dia 19 (quinta-feira), às 18h, na Casa de Cultura, situada na Avenida Afonso Pena, 
nº 2.270, centro da cidade.

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