Escolhidos irão criar criar novos trabalhos em 9 de março, em celebração ao Dia do Grafite; além de cachê, os selecionados receberão kit de pintura, alimentação e brindes
O projeto Dia do Graffiti: Arte Urbana e Cultura, em sua terceira edição, anuncia a abertura do chamamento público até o dia 31 para artistas grafiteiros de Mato Grosso do Sul interessados em participar desse evento, que será realizado no dia 9 de março, na organização não governamental (ONG) Núcleo Humanitário da Vila Nhanhá, em Campo Grande.
“O Campão Graffiti atua em comunidades periféricas, levando dignidade e direito à cultura por meio da arte do grafite e elementos do hip hop. Acreditamos que ambientes transformados inspiram mudanças positivas nas pessoas, criando oportunidades e desfazendo estigmas negativos e desenvolvendo a criatividade”, afirma o grafiteiro San Martinez, idealizador da iniciativa.
“O projeto visa o desenvolvimento e a inclusão social. E, dessa vez, quem vai nos sediar será o Núcleo Humanitário de Nhanhá, uma ONG que há três anos atende famílias e moradores da região. O objetivo é transformar o espaço, oferecendo um novo olhar, transformando e gerando positividade e combatendo estigmas”, reforça Martinez, “mostrando o quanto a arte pode modificar para melhor o ser humano e fazer pensar, multiplicar e fazer a diferença”.
Ao todo, serão seis vagas direcionadas a pintores e desenhistas de Mato Grosso do Sul que tenham experiência com tinta látex e spray há, no mínimo, dois anos. São quatro vagas para artistas de Campo Grande e duas para o interior do Estado.
HULK
Em março, a iniciativa contará com a participação especial do artista amazonense André Hulk, renomado grafiteiro com experiência nacional e internacional, que conduzirá oficinas nos dias 7 e 8, promovendo uma troca de saberes entre artistas e o público.
San Martinez destaca a importância de incluir alunos da rede pública nas oficinas, que acontecerão próximas às aldeias indígenas Água Bonita e Darcy Ribeiro.
A proposta é criar uma ponte entre o grafite urbano e o grafismo indígena, valorizando a identidade cultural e explorando o tema central desta edição: cidadania e cultura.
“Trazer os estudantes para essa vivência é essencial para ampliar e despertar a criatividade e valorizar os talentos. O grafite não é apenas arte, é uma ferramenta de educação e transformação para reaprender a ver o mundo. Ele mostra que as vozes de quem foi jogado às margens podem e devem ser ouvidas”, defende Martinez.
“Conectar o grafite ao grafismo indígena reforça essa ideia, unindo tradição e contemporaneidade para criar narrativas visuais únicas que celebram e reafirmam nossas origens e restabelecem nossos próprios caminhos”, afirma.
Cada um dos seis artistas participantes receberá um cachê de R$ 400, além de um kit de pintura, alimentação e brindes surpresas no dia do evento.
HIP HOP
Além disso, o evento terá apresentações de jovens MCs, b.boys, b.girls, DJs e outros talentos locais que simbolizam a força do hip hop em Mato Grosso do Sul.
Toda a programação será gratuita e acessível à população, com ações inclusivas, banheiros adaptados e produção de um vídeo live painting com audiodescrição.
“O Dia do Grafite é uma oportunidade de transformar o espaço urbano em uma galeria a céu aberto, reforçando o direito à cidade, onde a arte se comunica conosco, emociona e conecta pessoas”, diz o idealizador do projeto.
“O grafismo e o grafite são linguagens visuais que dialogam com a nossa história e modificam o cotidiano, com a resistência e com a celebração da vida nas periferias. A arte nos ajuda a enxergar o mundo de uma outra forma, destacando a riqueza das culturas locais e a importância da diversidade”, afirma Martinez.
O projeto conta com recursos financeiros da Lei Paulo Gustavo (LPG) – uma iniciativa do Ministério da Cultura – repassados por meio de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), autarquia da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc).
Os apoiadores são: Coletivo TransCine – Cinema em Trânsito, Vitória Tintas, Montana Colors (MTN), Sherwin Willians, Águas Guariroba e Colorgin Ink. Mais informações pelo Instagram @campaograffiti.
HUMANISMO
Criado em 2023, o Dia do Grafite vem transformando as periferias de Campo Grande ao unir artistas e comunidades em torno da arte urbana para ressignificar sua história. Mais do que um evento, busca ser “um ato de organização, valorização e humanismo”, conforme Martinez.
“O projeto é um espaço de troca, aprendizado e celebração que fortalece a cultura de rua e inspira novos talentos a usarem as cores, buscando apoiadores para construção e novas formas para contar histórias e promover mudanças sociais”, afirma.
SERVIÇO - Dia do Grafitti - Chamamento Público
Inscrições: até o dia 31;
Vagas: 4 artistas de Campo Grande e 2 do interior de MS;
Benefícios: Cachê de R$ 400, kit de pintura, alimentação e brindes;
Inscrições: gratuitas pelo link https://bit.ly/3DR6uhs até o dia 31;
Assine o Correio do Estado