Correio B

ENTREVISTA

A+ A-

Paolla Oliveira comenta sobre sua personagem na novela "A Força do Querer"

Com a reprise, a atriz exalta temáticas sociais e questionadoras da trama

Continue lendo...

Paolla Oliveira se mantém próxima do universo de suas personagens. Em um primeiro momento, a atriz chegou a pensar que não tinha nenhum tipo de relação com a policial militar e lutadora de MMA Jeiza, de “A Força do Querer”, que voltou ao ar no horário nobre. Porém, ao longo das gravações, ela foi percebendo que a policial era uma representação muito fiel de variadas mulheres brasileiras. “Essa novela reforça o papel de mulheres fortes. Achei que era algo muito distante de mim, mas a Jeiza sempre esteve próxima. Apesar de você saber que o contexto e a personagem são ficcionais, a gente também é atravessado pela realidade. A realidade toma conta da gente durante o processo. ‘A Força do Querer’ foi um trabalho muito intenso física e emocionalmente”, defende. 

Na história de Gloria Perez, Jeiza é policial do Batalhão de Ação com Cães e lutadora de MMA. Namorada de Zeca, papel de Marco Pigossi, ela sonha em conquistar fama dentro do universo do UFC. A personalidade forte, garra e atitude não escondem seu lado sensual e feminino. “O que eu gosto nessa segunda exibição é ver como o olhar de fora mudou. Em três anos muita coisa mudou, mas, ainda assim, são histórias muito atuais. Acho legal o público rever e a gente perceber como nossas referências mudaram e o que a gente encara de forma diferente agora”, valoriza. 

P – Como você recebeu a notícia da reexibição de “A Força do Querer” no horário nobre?

R – Olha, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi um palavrão (risos). Eu fiquei muito feliz. “A Força do Querer” é a junção de muitos elementos de sucesso. Não veio na minha cabeça uma cena específica, mas uma sensação de um grupo bom. Juntar um grupo é um abismo. Pode dar certo ou não. Esse projeto foi excepcional e muito bem recebido pelo público. Tantos trabalhos têm autores maravilhosos, mesma produção e muito dinheiro envolvido e não são tão bem recebidos. Voltou uma novela boa não só para mim, mas para a minha galera. É tão difícil sobreviver de arte no nosso país que dirá falar de sucesso.

P – A exibição de “A Força do Querer” completou três anos. Você acredita que a novela segue atual?

R – Claro. Falar da Jeiza nesse momento é importante. A novela tem três protagonistas mulheres muito fortes, lutadoras e com bravura. Quando eu fui criar a Jeiza, as primeiras características que a Gloria me deu foram a profissão e o MMA. Inicialmente, parecia algo tão distante de mim, mas eu fui percebendo que essa mulher existia o tempo inteiro. A Jeiza é uma mulher livre para decidir a profissão que ela quer, o esporte que ela quer. Como há três anos, ela segue representando milhares de mulheres brasileiras. O romance dela com o Zeca acabou indo para a comédia, mas a questão do poder de escolha dela nunca foi anulada. 

P – A Jeiza tinha duas características muito específicas em sua composição: ser policial militar e lutadora de MMA. Você teve alguma preocupação de não cair em algum estereótipo?

R – Sim! Todo mundo, inclusive, fala muito da minha transformação física para viver a Jeiza. Mas a transformação física foi só meu ponto de partida para encontrar essa mulher. O físico não era o principal. Isso eu já mudei inúmeras vezes para outros personagens. Logo no começo, muitas pessoas falavam que eu não ia combinar com uma policial e lutadora. Falavam que não ia dar certo. Colocam uma expectativa e um questionamento em cima do ator. Algumas coisas ele tem de atender, outras não é capaz. Vi um pouco desse movimento dentro da própria Globo.

P – Como assim? 

R – Quando estávamos montando o figurino, trouxeram um estilo mais despojado, com capuz e tênis. Não que ela não pudesse usar, mas onde está escrito que, por estar inserida em um contexto mais masculino, ela teria de ser masculinizada? Acreditava que ela podia ser feminina e forte. Sugeri de tentarmos outras coisas. Foi legal me transformar e transformar as opiniões das pessoas envolvidas nesse trabalho. Essa mulher forte e vaidosa é mais presente do que a gente imagina. O mais legal era que a Jeiza tinha características de mocinha que as pessoas tanto reclamam. É legal ver a mocinha mudando de compasso, mas também ainda tendo suas características originais, como boa filha, boa profissional. A Jeiza era geniosa e generosa. 

P – Tem alguma cena específica que você espera rever nessa reprise?

R – Todas as sequências que eu tinha de subir o morro (risos). Foi uma novela muito divertida, mas muito intensa. Eu tive muitas cenas que exigiam física e emocionalmente de mim. A cena do parto da Ritinha (Isis Valverde) foi muito intensa. A sequência em que a Jeiza resgata um grupo de crianças de um sequestro. A morte de um policial amigo da Jeiza também foi muito importante. Era uma época em que se falava muito da morte de bons policiais em serviço. Foi muito duro. As investidas no morro eram gravações que contavam com muita gente. Eu percebia que estar ali não era só ficção. 

P – Em que sentido?

R – É uma realidade que atravessa a gente. Não tem como sair imune. A gente tem a realidade que toma conta da gente por mais distante que seu universo seja daquele contexto. A gente buscou passar nossa mensagem da melhor forma possível. Essa novela nos exigiu estudar valores e temáticas novas. Com a ajuda da Gloria, nós tínhamos de atingir as famílias. A Gloria foi muito destemida em passar todas essas mensagens em uma linguagem muito clara. 

P – Em três anos, o país passou por uma profunda transformação a partir de uma forte onda conservadora. Você acredita que o público possa receber a novela de uma nova forma?

R – O legal dessa reprise é ver como as pessoas estão em relação aos debates da trama. O que realmente mudou? O que não é mais tão novidade assim? O que a gente já consegue ver com um olhar de mais naturalidade? A gente vive um momento muito turvo. Vai ser curioso ver se caminhamos para frente ou para trás. Em alguns aspectos, com certeza, a gente andou para trás. Mas, ao mesmo tempo, vemos pessoas com um poder de voz enorme na sociedade atualmente. A luta não para nunca, a intolerância sempre existiu, mas antes era sinônimo de vergonha. É bom ver essa podridão aparecer porque assim temos como lutar contra com mais clareza.

Outras amizades

A trama de “A Força do Querer” marcou o reencontro de Paolla com Emílio Dantas, que interpretou o traficante Rubinho. Os dois haviam trabalhado juntos em “Além do Tempo”, em que viveram o casal de vilões Melissa e Pedro. Durante as gravações, eles convenceram o diretor Pedro Vasconcelos a colocar alguns elementos da trama de Elizabeth Jhin no folhetim das nove. “Em ‘Alem do Tempo’, o personagem do Emílio havia me matado com uma espadada. Em uma cena que a Jeiza encontra o Rubinho em um restaurante, eu coloquei a mão onde ele havia me matado com a espada. O Emílio refez o tique nervoso do personagem. Uma loucura nossa. Algumas pessoas na internet perceberam na época (risos)”, explica. 

O ambiente leve e animado de trabalho, inclusive, é uma das principais lembranças de Paolla durante as gravações. Quando acabava sua sequência de gravações, Paolla gostava de permanecer nos estúdios para observar os trabalhos dos colegas. “Eu sempre corria para assistir a meus colegas. É muito legal quando isso acontece em um trabalho. Lembro de uma cena do Dan (Stulbach) e da Carol (Duarte) que foi muito emocionante. O abraço dos dois não saiu da minha cabeça”, valoriza.

Realidade no vídeo

Paolla Oliveira conheceu diferentes universos em “A Força do Querer”. O MMA, por exemplo, foi um novo mundo que se abriu para a atriz. Ela chegou a gravar sequências durante a pesagem dos atletas e também no octógono da competição oficial do UFC. “Foram muitas porradas e sai de lá toda ralada. Achava que o chão do UFC fosse mais emborrachado para amortecer a queda, mas era bem áspero. Espero rever todas as lutas da Jeiza”, afirma.

As cenas também contaram com as participações do árbitro Mario Yamasaki e do apresentador do evento Bruce Buffer. “Acho incrível quando ele grita ‘Iiiiiiiit’s time!’”, diverte-se a atriz, imitando o bordão.

Instantâneas

# No próximo ano, Paolla irá estrear como apresentadora. Ela comandará o programa “Curti Seu Look”, do GNT. 

# A atriz viverá uma dublê de ação em “Cara e Coragem”, nova novela das sete. 

# Após o fim de “A Força do Querer”, Paolla quis manter o físico da personagem. “Tentei continuar com a rotina de treinos, mas não consegui”, explica.

# Paolla é formada em Fisioterapia pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo.

Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta terça-feira, 19 de março de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

19/03/2024 00h01

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

Continue Lendo...

Augusto Branco - escritor brasileiro

A verdadeira derrota não está em ir ao chão, 
mas em não esforçar-se 
para levantar novamente!”

FELPUDA

Nos bastidores políticos, comentários lá e acolá são de que os primeiros confrontos teriam ocorrido envolvendo importantes personalidades de partidos políticos. É que a tal carta-branca que seria dada ainda não teria recebido o aval de eminência parda que, segundo consta, não deseja ver seus interesses, que não são poucos, contrariados. Em breve, deverá ocorrer reunião para que projeto de poder não sofra prejuízos. Há quem diga que adversários estão com sorrisos irônicos nos lábios. Afinal...

Quietos

Valeu o antigo ditado de que manda quem pode e obedece quem tem juízo. A cúpula do PSDB decidiu que o pré-candidato a prefeito de Dourados será o ex-deputado Marçal Filho. A tchurminha que andava “rosnando” que só nem um miado está dando.

Não

Os servidores estaduais aposentados, nesta cruzada pela diminuição do porcentual de cobrança da Previdência, não estão deixando se levar pelo “canto da sereia”. A proposta do governo do Estado de repassar R$ 300 como compensação não foi aceita.

Quem estará no Brasil no dia 10 de abril é Oprah Winfrey, empresária da mídia e do entretenimento dos Estados Unidos. Ela vem para participar da primeira edição do evento Legends in Town, cuja proposta é ser um ponto de encontro entre experts dos negócios, da política, do lazer e do esporte para troca de experiências. O encontro acontecerá em São Paulo.

Gabriel Sater e a irma Ana ClaraFayez Feiz Jose Rizk, comemorando 70 anos nesta terça-feira

Martelo

Enquanto alguns partidos estão enfrentando dificuldades até para definir os nomes dos pré-candidatos a prefeito em Campo Grande, o PSDB está lépido e fagueiro tal qual costureiro da moda: alinhavando apoios. Pelo menos dois partidos já bateram o martelo com os tucanos: o PSD e o PSB foram os primeiros.

Aliança

O senador Nelson Trad Filho, conforme o Diálogo publicou há dias, decidiu fechar com o PSDB para a disputa da Prefeitura de Campo Grande. Como presidente estadual do PSD e vendo a debandada dos vereadores do seu partido, não quis “encompridar” conversa e tomou a decisão. 

Solito

A porteira aberta no PSD foi tamanha que, dos oito vereadores na Câmara Municipal da Capital, ficou apenas Otávio Trad. Pelo que se tem visto até agora, o partido deverá ganhar apenas mais um filiado, que seria Gilmar da Cruz, interessado em deixar o Republicanos.

De saída

O ex-prefeito Marcos Trad não ficará no PSD e tem dito que sairá por não concordar com a aliança com os tucanos. Por enquanto, não há uma definição sobre qual partido lhe dará guarida, uma vez que pretende ser candidato a vereador e acredita ser “puxador” de votos. Dizem que sua decisão não fez nem cócegas.

Aniversariantes

Fayez Feiz José Rizk, 
Thaís de Castro Trindade Violin, 
Márcia Ivanov,
Dr. José Eduardo Cury, 
Geovana Bigaton Sabadotto,
Fátima Caseiro,
José Henrique da Rocha Paim,
Osmar José Schossler,
Mauricio Kanashiro,
José Carlos de Lemos Ribeiro,
Wellington Klimpel do Nascimento,
José Edir Chaves de Siqueira,
Jacqueline Varela Lima,
Regina Maria de Araujo Kadri, 
José Henrique Gonçalves Trindade, 
Cláudio Aparecido de Oliveira Silva,
Renato Artiolli Barnabe,
Bianca Wolek,
Maria José da Costa Kassar,
Wilson Borges de Sousa,
José Chadid, 
Edilza Maria Cazerta Goulart,
Laerte Monteiro Morais, 
Emilia Massako Higa Nakao, 
Denise Puccinelli, 
Kassilene Carneiro Cardadeiro,
Dr. Antônio Toshime Arashiro, 
Maria de Lourdes Maciel,
Ataridson Santos Almeida,
Eduardo Gheno,
Vangler Sergio do Nascimento,
Néri Muncio Compagnone,
Marilane Maria Fenner,
Dr. Josiberto Martins de Lima,
José Roberto Gianini, 
Renata Almeida Caminha,
Dr. José Schroder Campos, 
Dr. Hélio Fernandes da Silva, 
Neuza de Souza Romero, 
Renato Curado do Amaral, 
Lina Maria Honda Flôres, 
Leonardo Calixto, 
Dr. José Zacarias de Barros, 
Maria José Vital, 
Ricardo Bittencourt,
Ademir Gastardelo, 
Lana Meire Saad Peron, 
Aurea Lilia Spengler Vavas,
Dib Jorge Abussafi Figueiró, 
Tailci Cristina de Rosa Silva,
Roberto Asato, 
Maricy Godoy, 
Renato Martinez da Silva,
Sandro Christhopher de Oliveira, 
João Maria Ribeiro dos Santos,
Andréa Alves do Egito,
Laura Cardoso, 
Maria José Antunes de Souza,
Fernando César Corrêa,
Dr. José Leão Ribeiro, 
Silvio Rodrigues, 
José Reinaldo Carneiro Tavares,
Pantalena Guido,
Razuk Jorge Neto,
Grasiella Alvarez Benetti de Lima,
José Humberto Duarte,
Josefa Gimenes Araujo,
José Luis Mattos Cunha,
Cerise Rodrigues Pereira, 
Daniel Castro Gomes da Costa, Abetisa Arakaki Komiyama, 
Dolores Benitez Nardini, 
José Vianna Lyrio,
Adriana Lázaro,
Gisele Maria de Carvalho Bueno,
Márcio Pereira,
Margareth Caimar,
Walter Renato Gonçalves,
Ana Cristina Medeiros 
Santana Lopes, 
Tânia Thijiride da Silva Ramires,
José Ricardo de Assis Perina,
Mônica Vieira Leremen Zart,
Gilberto Apolinário,
Márcio Nogueira de Moraes,
Paulo Roberto Lima Fernandes,
José Caetano Pereira,
Rose Mary Monteiro,
José Bonifácio de Paula Serra,
Rafael Batista da Rocha,
José Garcia Maia,
Elizabeth Freitas Valim de Melo,
Fábio Peró Corrêa Paes, 
Marcelo Puchalski Rezende,
Ricardo Flores de Carvalho,
José Leôncio Benites,
Alpheu Rodrigues de Alencar Neto,
Bruno Mazzo Ramos dos Santos,
José Carlos Del Grossi,
José Manfroi,
Nilcimar Gomes Sales, 
Cristiane Rodrigues,
Juliana Fernandes Neves,
Elaine Cristina Ribeiro da Silva,
Rodrigo Sêmpio Faria,
Fábio Davanso dos Santos,
Jaci Lucia de Abreu,
Pericles Soares Filho,
Zeliana Luzia Delarissa Sabala,
Gesse Cubel Gonçalves,
Maria Alice Nunes Vieira,
Lucila Menezes Cordeiro.

Colaborou Tatyane Gameiro
 

Tecnologia

Saiba como o uso excessivo de tela prejudica a saúde e como impor limites

Governo federal inicia trabalhos para elaborar 'Guia para Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes' que trará orientações para a sociedade e servirá de base para políticas públicas

18/03/2024 18h01

Psicóloga ressalta a vulnerabilidade das crianças e adolescentes diante das telas. Reprodução

Continue Lendo...

O crescente uso de telas por crianças e adolescentes tem despertado preocupações quanto aos seus impactos na saúde e desenvolvimento. Relatos de comportamentos extremos, como o de uma criança de 12 anos incapaz de realizar atividades básicas devido ao vício em telas, destacam a urgência de impor limites e orientações.

Ao Correio B, a madrasta de um menino de 12 anos, viciado em telas, relata episódios agressivos e o desafio de lidar com esse comportamento. Enquanto isso, a advogada Camila Zanetti adotou medidas para controlar o uso de telas por suas filhas, estabelecendo regras e monitorando o acesso por meio de aplicativos.

"Já está num nível de tratamento psicológico. Meu enteado é extremamente viciado em telas, já quebrou diversos celulares porque um jogo trava, por exemplo. Se deixar ele não come, não vai ao banheiro e não dorme. O uso de telas começou desde quando era bebê. Atualmente, ele acabou de mudar de escola, mas a anterior já reclamava do uso de celular nas aulas", relata a madrasta.

Já a advogada Camila Zanetti, conseguiu remediar o uso excessivo de telas de suas duas filhas em idade escolar, estabelecendo regras como horários e dias específicos para sua utilização. Além disso, instalou em seu celular um aplicativo que monitora o que e quando suas filhas estão acessando o celular.

"Aqui temos horários e combinados bem rígidos e uso o Family Link para controlar. Bloqueio nas horas não combinadas. E o segredo é não abrir exceção, nem quando a gente precisa da ajuda das telas. Então os problemas acabaram. Durante a semana é proibido total e aos fins de semana, 1 hora na sexta à noite e 2 horas no sábado e domingo. Atrapalha demais o humor da criança, então não vale o custo benefício da distração", afirma Camila.

Para ajudar os pais ou responsáveis a administrar o uso de telas, o Correio do Estado realizou uma entrevista com a psicóloga Carlota Philippsen, que ofereceu importantes orientações sobre quando e como procurar ajuda especializada.

"Como qualquer atividade que tenha como característica essa questão de ter uma recompensa imediata, como no caso da tela, ela exige pouco e existe uma hiperestimulação. Isso pode gerar várias questões como isolamento, quadros de ansiedade, a pessoa começa a ter uma baixa capacidade de vivenciar frustrações, a vida dela acaba ficando cada vez mais limitada", alertou a psicóloga.

Philippsen também destacou a importância de estar atento a sinais de alerta, pois existem várias questões em jogo. Até mesmo a pornografia, que é uma questão bem particular.

"Tem os usuários que ficam muito tempo na tela só rolando pra cima e vendo bobeirinhas. Não conseguem ficar sem essa anestesia pro cérebro. É uma atenção que não demanda entendimento. Você não precisa ter um foco muito grande. É só o seu olhar. Geralmente isso pode ser uma questão de ansiedade, uma questão de dificuldade de lidar com os compromissos difíceis. Ou até a dificuldade de construir rotinas saudáveis", pondera a profisisonal.

Por fim, a psicóloga ressaltou ainda a vulnerabilidade das crianças e adolescentes nesse contexto.

"Geralmente crianças e adolescentes acabam sendo mais vulneráveis por conta de fatores biológicos e emocionais. Isso torna as crianças mais propensas a desenvolverem problemas relacionados ao uso de telas."

Essas orientações fornecidas pela psicóloga Carlota Philippsen visam conscientizar os pais e responsáveis sobre os potenciais impactos do uso excessivo de telas, ajudando-os a identificar sinais de problemas e buscar apoio quando necessário.

Guia para uso consciente

O Governo Federal deu início a uma importante iniciativa visando abordar os crescentes desafios relacionados ao uso excessivo de telas por crianças e adolescentes. Com foco na saúde e no desenvolvimento integral dessa parcela da população, o Ministério da Saúde está liderando a elaboração do "Guia para Uso Consciente de Telas e Dispositivos Digitais por Crianças e Adolescentes".

A iniciativa, que conta com representação de sete ministérios e diversos segmentos da sociedade civil, tem como objetivo fornecer orientações práticas e embasar políticas públicas abrangentes para lidar com os riscos associados ao uso inadequado de telas.

A primeira reunião do Grupo de Trabalho encarregado da elaboração do guia está prevista para ocorrer ainda este mês. Durante esse encontro, serão discutidas estratégias para abordar o tema, incluindo processos de escuta de crianças e adolescentes e o envolvimento de empresas e associações do ramo.

Diante das evidências científicas cada vez mais claras sobre os riscos associados ao uso excessivo de telas, o Governo Federal reafirma seu compromisso em promover um uso consciente e saudável da tecnologia, priorizando o bem-estar e o desenvolvimento das futuras gerações.

"A presença de crianças e adolescentes no mundo digital é uma realidade, mas nem por isso deixa de ser objeto de preocupação. A ideia do guia é que familiares, docentes e responsáveis, além das próprias crianças e adolescentes, tenham mais ferramentas para lidar com os riscos e problemas associados ao uso excessivo ou inadequado de aplicações e produtos digitais, visando a conhecê-los e mitigá-los", explicou João Brant, Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM-PR).

O lançamento do Guia para Uso Consciente de Telas por Crianças e Adolescentes está previsto até o final de 2024, representando um marco significativo na proteção e promoção da saúde das nossas crianças e adolescentes na era digital.

“O Ministério da Saúde está engajado nesta iniciativa desde o princípio. A etapa da consulta pública foi importante, muitas contribuições foram recebidas e subsidiarão a elaboração do guia”, afirma a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad. “A preocupação com o uso excessivo de telas pelas crianças e o impacto na sua saúde, crescimento e desenvolvimento integral nos leva a priorizar a conscientização de pais, professores e da sociedade para o uso racional e supervisionado das telas por crianças e adolescentes estes na era digital”, completou. 


Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).