Após descobrirem que o menino João Paulo, de 7 anos, sonha em ser policial militar, integrantes da corporação visitaram a criança no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, onde está internado. Os militares se comoveram com a história do garoto, que luta contra leucemia e acabou de fazer um transplante de medula óssea.
“A gente se emocionou demais, a gente está acostumado com criminalidade o tempo inteiro, e quando a gente vê uma criança nessa situação, com alegria apesar de toda dificuldade, não tem como não se emocionar”, disse ao G1 o tenente Luiz Paulo Vide.
O encontro aconteceu no sábado (2). Vide contou que a mãe dele, Maria José Cipriano Vide, de 53 anos, é voluntária no hospital e, durante uma conversa com João Paulo, soube do sonho do garoto.
“Na hora que ela me contou, já disse que ia providenciar um encontro”, contou o tenente.
Dose dupla
Vide e a equipe compraram camisetas da corporação com o nome do menino bordado e as entregaram durante a visita. Enquanto conversavam, o menino contou ao tenente que também gostava da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) e ele resolveu providenciar um segundo encontro no mesmo dia.
“Falei com um amigo da Rotam e marcamos um segundo encontro no hospital, horas depois, no sábado. Compramos uma camiseta da Rotam também. Ele ficou superfeliz, com um sorriso enorme”, disse o policial.
Pai de João Paulo, o auxiliar de serviços gerais Genivaldo Pereira da Silva, de 38 anos, reforçou que o filho ficou radiante por conhecer os militares fardados.
“Desde novinho ele fala que tem o sonho de ser policial. A visita deu um ânimo a mais para ele se recuperar ainda mais rápido”, disse Silva.
João Paulo começou o tratamento no ano passado, quando descobriu que tinha leucemia. Durante a luta contra a doença, o menino ficou 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, e a família se mobilizou para encontrar um doador de medula. Felizmente, uma irmã dele foi compatível e ele foi submetido ao transplante.
Pedido de ajuda
Nesta semana, o pai do menino pediu ajuda para terminar de construir um quarto para o filho. De acordo com Silva, que tem outros seis filhos, para voltar para casa, o menino precisa de um ambiente sem riscos de contaminação.
“O médico falou que depois da cirurgia é que é o tratamento especial para ele. Não pode poeira, não pode pessoa suja perto dele, para evitar bactéria. Eu já tenho muito filho, mas a gente pode ter 10, 15, que não quer perder nenhum”, explicou.
A casa onde a família mora foi construída aos poucos, com a ajuda de amigos e com o suor do trabalho de Genivaldo. O banheiro é improvisado com ripas de madeira, tecido e papelão. A água do banho é guardada dentro de um tanquinho. Para evitar que ratos entrem no imóvel, Genivlado colocou massa de barro entre a parede e o telhado, já que a residência não tem forro no teto.
Ao saber das condições que a família vive, os policiais se reuniram e doaram cestas básicas e caixas de leite. Agora, eles querem ajudar Silva a terminar a casa. "Vamos fazer uma ‘vaquinha’ para organizar tudo lá, contrapiso, banheiro e até cerâmica na casinha toda. Se cada um ajudar um pouquinho, dá certo", espera o tenente.