Com sete cachorros em casa, Yara Dosso, 35 anos, tem uma rotina de cuidados redobrados com a trupe durante o inverno. Na lista de afazeres diários, estão a higienização de cobertores, do quintal e até da cobertura improvisada de lona para garantir que o vento frio não cause problemas, principalmente para os animais idosos.
“Eu tenho seis casinhas, uma para cada cachorro, exceto para a pinscher, que teve um acidente e perdeu uma das patinhas. Ela dorme em casa. O restante fica no quintal durante a noite, nas casinhas e com duas cobertas”, explica Yara.
O mais velho dos sete, Barreiro, tem 15 anos e, por isso, tem tratamento especial. Dorme nos fundos da casa, onde é mais quentinho. Quando o sol nasce, Yara coloca tudo para lavar e mantém o ambiente limpo. “Mesmo com meu bebê de um ano e meio, eu continuo com o mesmo sistema de limpeza e cuidado, talvez só um pouco mais corrida”, brinca.
Segundo ela, é melhor cuidar dos animais e garantir o bem-estar deles agora do que arcar com as consequências de problemas de saúde.
Ao contrário do que muita gente pode acreditar, os cuidados de Yara não são exagerados.
Segundo a médica-veterinária Mônica de Souza, durante o inverno, os tutores de animais de estimação devem ter cuidados redobrados, principalmente em relação aos vírus e à imunidade.
“Os vírus, em geral, se propagam melhor nos tempos secos, e o nosso inverno normalmente é seco. Recentemente tivemos uma chuva, mas, mesmo assim, você sente que a umidade do ar começa a cair. Nessas condições, os vírus têm mais facilidade para se propagar”, ressalta.
Entre os cães, a doença mais comum dessa época do ano é a rinotraqueíte infecciosa, chamada também de tosse dos canis. Contagiosa entre os animais – não é transmitida a humanos –, ela afeta o sistema respiratório, e o cachorro tem aquela tosse comprida”, explica Mônica.
Para evitar o vírus, há vacinas disponíveis no mercado. O ideal é realizar os passeios com os cachorros em horários em que não há muitos animais na rua e evitar aglomeração, mesmos princípios das proteções para a pandemia da Covid-19. Outro ponto é investir em uma alimentação saudável e diminuir os banhos durante o inverno.
Gatos
Os felinos também têm problemas com os vírus durante essa época do ano. “A rinotraqueíte felina é comum durante o inverno. Normalmente aparece por meio de secreção nasal e nos olhos”, explica a médica-veterinária.
Para a proteção, o ideal é evitar que os gatos tenham acesso à rua, não só durante o inverno, mas ao longo da vida. Outro ponto é proteger os felinos de ventos fortes e quedas de temperatura bruscas.
Idosos
Assim como Yara, que protegeu Barreiro, de 15 anos, os animais de estimação que já são considerados idosos precisam de uma ajuda especial durante essa época do ano. “Com o desenvolvimento da medicina veterinária, os animais estão vivendo mais tempo e com uma qualidade de vida melhor. Alguns têm enfermidades comuns para a idade, como artrose, artrite e bico de papagaio na coluna, e o frio pode aumentar as dores dessas lesões”, explica Mônica.
Os sinais mais claros de que algo está errado podem aparecer pela manhã, com a dificuldade dos animais de levantar da cama, por exemplo. “No frio eles podem aparentar estarem mais tristinhos, demoram para levantar da cama, sentem dificuldade para levantar e até acordam mancando, sem querer passear”, explica.
O ideal é investir em uma cama quentinha e em cobertas para aliviar o mal estar. Especialista em homeopatia veterinária, Mônica indica remédios preventivos que podem auxiliar na melhora dos animais. “Escolha um lugar quentinho para eles ficarem. Mesmo se os cachorros forem de fazenda, procure uma condição melhor de aquecimento. O uso de roupinhas também é permitido, apesar de que existem animais que têm alergia ou não gostam da roupa. Tudo isso pode ajudar a passar pelo inverno”, frisa.