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Sgt Pepper's, dos Beatles, completa 50 anos
e ainda revoluciona música

Sgt Pepper's, dos Beatles, completa 50 anos
e ainda revoluciona música

G1

01/06/2017 - 16h19
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Quando os Beatles lançaram o disco "Sargeant Pepper's Lonely Hearts Club Band", em 1º de junho de 1967, o mundo ganhou novas cores e sons.

O quarteto de Liverpool colocou nas lojas o seu trabalho mais inovador e ousado. Para celebrar os 50 anos do disco que mudou os rumos da música, o historiador e jornalista Fernando Benevides lança na data do aniversário da obra o livro "A Revolução no Rock - O Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

O autor ressalta que a obra foi "responsável pela transformação da indústria da música em indústria fonográfica".

"Até então, artistas vendiam muitos discos, mas o intuito era fazer com que esses discos promovessem os shows, as apresentações ao vivo. Era isso que gerava muita renda, que sustentava uma banda ou cantor, por isso faziam-se muitos shows. A venda de discos era secundária. O Sgt. Pepper surge após os Beatles decidirem abandonar os palcos. Ele cria a ideia de 'álbum de estúdio'. Seu impacto foi tão grande, que é como se tivesse criado um novo mercado", avalia.

Para Fernando, o Sgt. Pepper é o divisor do rock, que existe em duas fases: antes e depois do disco cinquentenário. O livro, segundo o autor, foi desenvolvido para entender essa divisão no gênero musical.

"O livro foi escrito justamente para tentar entender como isso aconteceu, porque ele foi um divisor de águas na história do rock. A resposta disso está na quantidade de contribuições inovadoras que o álbum trouxe para o rock, como a utilização de instrumentos musicais incomuns para o gênero, a adoção de novas técnicas de gravação, a ampliação das temáticas nas letras das canções e a quebra de fronteiras entre erudito e popular e entre ocidental e oriental. Eu procuro explicar tudo isso no livro", afirma.

Segundo o historiador, o livro aborda também o contexto histórico e o que se passava com os Beatles na época em que o disco foi produzido. Para isso, foram consultadas biografias e trabalhos de pesquisadores especialistas em rock, como Roberto Muggiati, Paul Friedlander e Jonathan Gould.

Para narrar o dia a dia dos músicos e demais pessoas que trabalharam no disco, Fernando conta que as principais fontes foram as memórias do produtor George Martin, publicadas no Brasil em 1995, e as obras do escritor Barry Miles, amigo íntimo dos Beatles e que, por isso, teve acesso ao cotidiano deles.

REVOLUÇÃO COMEÇA NA CAPA

Sgt. Pepper’s tem pela primeira vez os quatro Beatles uniformizados como militares e pela primeira vez de barba e bigode, o que chamou a atenção dos fãs. Ela foi criada pelos artistas britânicos Peter Blake e Jann Haworth.

Eles se basearam em um desenho de Paul McCartney feito em um pedaço de papel. Por trás dos garotos de Liverpool estão outros ícones da cultura e da história, como Bob Dylan, Marilyn Monroe, Marlon Brando, Muhammad Ali, Edgar Allan Poe, Gordo e o Magro e outros.

Os Beatles entraram no estúdio para gravar o disco em dezembro de 1966 e terminaram em abril de 1967. Os quatro queriam gravar algo nunca ouvido pelo público.

Paul McCartney admitiu que sua inspiração foi o álbum "Pet Sounds", de 1966, dos Beach Boys. Na época, John Lennon falou para George Martin que os quatro queriam um som vindo do nada e que abraçasse o universo. E abraçou.

O produtor George Martin tratou de reproduzir o que os Beatles queriam. Foram utilizados, apesar dos poucos recursos da época, metais, vozes dobradas, tambura e harmônica, sexteto de saxofones, violinos e violoncelos, fitas usadas de trás para frente, madeiras e percussão. Além dos Beatles, mais de 30 músicos foram utilizados. E mais. Todas as músicas interligadas. Algo inédito para a época.

ESPETÁCULO

O lado A do disco tem é um clássico atrás do outro. O disco inicia com a guitarra de George Harrison e em seguida a voz de Paul chamando os fãs para conhecerem o mundo do Sargento Pimenta.

Ringo aparece ótimo e alegre em "With a Little Help from My Friends" . John Lennon faz os fãs viajarem em "Lucy in the Sky with Diamonds". A história se repete na contagiante "Getting Better", na poética "Fixing a Hole", na romântica "She's Leaving Home" e na alegria circense de "Being for the Benefit of Mr. Kite!".

O lado B inicia com a indiana "Within You Without You", de George Harrison. Mais uma vez como ocorreu no disco anterior de agosto de 1966, "Revolver", o beatle mais quieto introduz sons indianos nas suas performances atingindo pioneirismo e sucesso.

"When I'm Sixty-Four" é uma das preferidas do público e crítica. Paul introduziu um som inglês dos anos 20 e 30. Paul em entrevistas sempre desejou chegar aos 64 anos e relembrar os bastidores da criação da música. Ainda bem que chegou!

Em "Lovely Rita" a criatividade dos Beatles chega ao ápice. Paul toca piano e George Martin faz solo no estilo Honk Tonk. John Lennon e Paul McCartney cantam em fantástica sintonia e usam pentes e pedaços de papel para criar sons engraçados.

Na alegre "Good Morning Good Morning" o grupo tem a ajuda da banda de Liverpool "Sounds Incorporated". Com eles os Beatles introduzem sons alegres e divertidos como cacarejar de uma galinha no fim da canção.

Já que o disco inicia com o grupo convidando a plateia para a viajar na obra, nada de estranho em fechar a apresentação agradecendo o público.

"Sargeant Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)" agradece a todos por ter ouvido a banda. Diferente da faixa que abre o álbum, a reprise é mais ligeira. Em seguida chega "A Day in the Life". A canção, uma das preferidas do produtor George Martin, na verdade são duas composições. A primeira parte é de John e a segunda, de Paul. A junção da letra e melodia é a concepção perfeita para encerrar a obra-prima do rock mundial.

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CIDADE MORENA

'Terra Brava' celebra ancestralidade com quatro apresentações em Campo Grande

Abordando temas como ancestralidade, resistência e outros mais modernos como o pertencimento, o espetáculo mistura técnicas circenses e elementos teatrais

10/12/2024 13h48

Com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena, espetáculo estreia às 16h hoje (10)

Com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena, espetáculo estreia às 16h hoje (10) Reprodução/Gabriella Thais

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Com classificação livre, o espetáculo "Terra Brava" celebra a ancestralidade e traz quatro apresentações em Campo Grande, com Tero Queiroz e Nathália Maluf em cena e estreia hoje (10), às 16h,  na Associação Lar do Pequeno Assis na Capital. 

Com texto de Nathália Maluf, em colaboração Dora Gomes, "Terra Brava" explora alguns temas que são inspirados na história familiar da autora, mas que mostra que nenhuma vivência é individual. 

Abordando temas como ancestralidade, resistência e outros mais modernos como o pertencimento, o espetáculo mistura técnicas circenses e elementos teatrais.

Para além da estreia de hoje, o espetáculo será encenado ainda em outros três pontos distintos da Capital de Mato Grosso do Seul, sendo: 

    • 12/12 – EE Clarinda Mendes de Aquino, 9h (Apresentação)
    • 14/12 – Praça da Poesia, 16h (Apresentação)
    • 16/12 – Instituto Aciesp, 16h (Apresentação)

Importante explicar que todas as apresentações terão, em complemento, um workshop ministrado pelo grupo artístico que apresenta Terra Brava. 

Nesse sentido, após apresentação de hoje (10), o primeiro workshop fica marcado para 08h de amanhã (11/12) e, enquanto o do dia 12 fica marcado para às 13h, as outras duas últimas oficinas acontecem às 08h.

Amanhã, voltado para crianças acima de 5 anos e adolescentes, o primeiro workshop traz como tema: "Circo-Teatro: Um Borrar de Fronteiras Brincante". 

Já o segundo: "Um Borrar de Fronteiras: Circo, Teatro, Corpo Cênico e suas Possibilidades", têm limite de 20 vagas e os participantes precisam da inscrição, que pode ser feita CLICANDO AQUI.

'Terra Brava'

Com realização pela Cia.Apopema, além dos atores em cena, assinam o espetáculo:  Vinícius Mena (sonoplastia); Nilci Maciel (produção geral); Dayane Bento (figurino) e Julian D. Vargas (designer gráfico). 

Conforme sinopse do espetáculo, a história gira em torno do núcleo do casal Maria e José, que buscam uma vida melhor em meio aos problemas "do coração, da terra e da alma", divididos entre o ficar e o partir. 

Diretora do espetáculo, Lígia Prieto aposta na identificação do público com as personagens, já que, segundo ela "Terra Brava fala sobre o mundo". 

"São Marias e Josés, Marias e Joãos que vão percorrer esse trajeto de encontro e todos nós somos Marias, Josés e ‘Joães’. Então, é um espetáculo que fala a partir de uma singularidade, mas que traz lugares muito universais, do desejo de ganhar a vida, do enraizamento, da certeza dessa ancestralidade, de pertencer, do sentimento de pertencimento", detalha ela. 

No decorrer da trama, o público acompanha essa "luta pela sobrevivência e o desejo de mudança" que, como bem revela o núcleo, remete á jornada dos mais variados povos, desde indígenas e quilombolas ou nordestinos. 

"Assim, Terra Brava, que também retrata na dramaturgia a ancestralidade indígena do personagem José, é terra de retirante nordestino, mas também de indígena, e quilombola, de sertanejo, de camponês e de todos aqueles que se veem obrigados, em determinado momento da vida, a partir ou lutar para ficar, mas sem perder a bravura e o almejo de preservar sua própria história e sustentar sua identidade", escreve a atriz e autora, Nathália Maluf.

 

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MÚSICA CLÁSSICA

Duo Amábile realiza concertos na Europa

Formado por Marcelo Fernandes (violão) e Ana Lúcia Gaborim (voz), o duo se apresentou recentemente na República Tcheca e em Portugal

10/12/2024 13h00

Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, do Amábile, no concerto realizado na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal

Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, do Amábile, no concerto realizado na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal Foto: Acervo Pessoal

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O Duo Amábile, formado por Marcelo Fernandes e Ana Lúcia Gaborim, ambos doutores em Arte e professores de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), retornou, na semana passada, de uma turnê europeia. 

Além da apresentação de recitais na República Tcheca e em Portugal, o violonista e a cantora lírica (soprano) realizaram palestras e masterclasses nos dois países, no período de 20 a 27 de novembro.

Com uma agenda cada vez mais intensa, o Amábile já se apresentou, por exemplo, na Academia Brasileira de Letras (RJ), no Memorial da América Latina (SP) e, em Campo Grande, no Teatro Glauce Rocha e no Bioparque Pantanal. A dupla tem realizado estreias de canções com textos de Carlos Nejar, Delasnieve Daspet, Rubenio Marcelo e Raquel Naveira, entre outros poetas.

Em 2023, o Duo Amábile realizou turnê em Mato Grosso do Sul, com o programa “Cem Anos de Modernismo em Terras Pantaneiras”, sob o apoio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do governo do Estado. Acompanhe, a seguir, como foi o giro pela Europa.

REPÚBLICA TCHECA

No dia 23 de novembro, o Amábile fez um concerto no Museu São João Nepomuceno, em Nepomuk, na República Tcheca. Organizado pela prefeitura da cidade, a apresentação contou com a participação da jovem cantora tcheca Anita da Conceição (filha de pai brasileiro). 

Na primeira parte do programa, o duo apresentou obras brasileiras e europeias do século 19 escritas para violão solo ou arranjadas para canto e violão, com destaque para o lundu, estilo de dança e de canto de origem africana introduzido em terras brasileiras pelos escravos.

Marcelo levou uma réplica de um violão do século 19 – o modelo René Lacote 1834 –, o que deu um sabor ainda mais especial às apresentações, pois a sonoridade do instrumento é bem próxima ao que se ouvia no Brasil e na Europa da época. Na segunda parte, foram apresentadas canções de Marcelo Fernandes, escritas sobre textos dos poetas acima mencionados. 

Em seu trabalho composicional, Marcelo Fernandes têm se esforçado para produzir canções de câmara brasileira, gênero pouco explorado no Estado, mas consolidado na música clássica brasileira por parceiras de músicos como Heitor Villa-Lobos, Carlos Gomes e Camargo Guarnieri com autores como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida e Machado de Assis.

PORTUGAL

No dia 27 de novembro, o concerto do Amábile foi na Igreja das Carmelitas, em Aveiro, Portugal, dentro da programação do Festival de Outono da cidade. Esse recital ocorreu sob o apoio da Universidade de Aveiro e contou com a presença marcante da cantora portuguesa Inez Araújo. 

O programa incluiu o repertório novecentista apresentado na República Tcheca e canções de verve portuguesa (fados) escritas por Marcelo Fernandes sobre textos do poeta Rubenio Marcelo. As canções foram apresentadas no Sesc Horto no dia 8 de outubro por Luciana Fisher e Ana Lúcia Gaborim, recebendo uma nova interpretação, com o esperado sotaque português de Inez Araújo. 

No concerto em Aveiro, a soprano Ana Lúcia Gaborim pôde mostrar com maestria a lírica feminina das poesias de Delasnieve Daspet e Raquel Naveira, interpretando canções que evocam os povos originários de MS e os ritmos de fronteira, como o chamamé.

Na tarde do mesmo dia, Marcelo Fernandes realizou uma masterclass de violão para alunos da universidade portuguesa, abordando didaticamente obras clássicas e contemporâneas para violão solo. 

Antes, em 20/11, Fernandes fez uma palestra em que abordou a contribuição do compositor brasileiro Camargo Guarnieri para o repertório do violão clássico, contemplando uma longa seção sobre história da música clássica brasileira.

No dia 8/11, Fernandes se apresentou no Festival Internacional de Violão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com um recital solo inteiramente dedicado ao repertório do século 19. Nesse concerto, Marcelo dividiu o palco com o compositor, cantor e violonista Guinga. 

O DUO

Ana Lúcia Gaborim é doutora em Artes – Música pela Universidade de São Paulo (USP), mestra em Música e bacharela em Composição e Regência pela Unesp. Sua tese recebeu menção honrosa no Prêmio Destaque USP, considerada uma das oito melhores da instituição em 2016. 

Na área do canto, realizou estudos particulares com Adelia Issa e Edineide Dias. Ingressou na UFMS em 2006, é professora do curso de Licenciatura em Música e do mestrado em Artes, docente dos Painéis Funarte/UFRJ e do curso de Especialização em Regência da UFBA. 

Coordena projetos de extensão inovadores, como CanteMus e Pciu!, que têm intensa atividade artística e pedagógica no cenário nacional. É membro da diretoria da Associação Brasileira de Regentes de Coros e membro fundador da Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul. 

Marcelo Fernandes é doutor em Artes pela Universidade de São Paulo. Tem entre seus mestres os violonistas Edelton Gloeden e Abel Carlevaro, com quem se aperfeiçoou durante três anos, no Uruguai. Em seu doutorado, abordou o modernismo nas obras para violão de Camargo Guarnieri, sendo responsável pela estreia da integral dessa obra na Europa. 

Como solista, venceu cinco concursos de interpretação instrumental, com destaque para o Concurso Internacional Violão Intercâmbio e para o Prêmio Nascente Abril Cultural –USP, e realizou concertos em teatros, conservatórios, universidades e festivais no Brasil, na França, na Espanha, na Suíça, na Alemanha, na Bélgica, na Itália, no Paraguai, na Colômbia, na Bolívia e nos EUA, com destaque para o projeto Sonora Brasil – Sesc, dentro do qual empreendeu uma turnê de 86 recitais de violão, em 20 estados brasileiros.

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