Correio B

ENTREVISTA

Susana Vieira e seu eterno agora

A atriz celebra sua história e mergulha na densidade da aristocrata Emília de Éramos Seis

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Despachada, nada modesta e ciente de sua história, Susana Vieira é do tipo que pode ir da doçura à grosseria na mesma frase. Falar dos grandes feitos de sua carreira parece ser seu maior “hobby”, mas é o presente que mais instiga a atriz. Aos 77 anos, é com empolgação que Susana interpreta a ricaça amargurada Emília de “Éramos Seis”. “Minha personagem é o retrato cruel do papel de mãe. A filha tem distúrbios mentais e a Emília acaba escondendo a menina de tudo e todos. São cenas pesadas e que mexem muito com todos os envolvidos. Chegar a essa altura da minha carreira com um exercício de atuação desses é incrível”, valoriza.

Susana Vieira (Foto: Divulgação)

Natural de São Paulo, Susana atua incessantemente desde os anos 1960. A estreia como atriz de telenovelas foi em 1962, a convite do então diretor da TV Tupi Cassiano Gabus Mendes. Com passagens por emissoras como Excelsior e Record, foi na Globo que se consolidou como uma das maiores intérpretes de sua geração. Com mais de 50 anos de carreira, tem pelo menos uma grande personagem em cada uma das cinco décadas trabalhadas, tipos marcantes como a Cândida de “Escalada”, a Nice da primeira versão de “Anjo Mau”, a Branca de “Por Amor” e a heroína Maria do Carmo de “Senhora do Destino”. “Tenho muito orgulho e nenhuma modéstia sobre tudo o que já fiz na tevê. Sei que posso me superar como atriz a cada novo trabalho e foi isso que me fez chegar ao que sou hoje. Atores e atrizes são vaidosos e egocêntricos mesmo”, destaca, sem meias palavras.

P - Você é uma noveleira assumida e “Éramos Seis” é um dos grandes clássicos do gênero. Como encara fazer parte deste projeto?

R - É uma alegria enorme. A Globo não dá “ponto sem nó”. É uma emissora que sabe de fato o que está fazendo. Através de pesquisas com o público, viu que uma novela com essa riqueza emocional seria muito bem-vinda. É um texto já produzido por outras emissoras e que contou com um grande elenco em suas outras versões, só que chega em 2019 com uma abordagem mais feminista e de olho no mundo de hoje.

P - Você acha importante fazer esse tipo de atualização?

R - Sem dúvida. A história poderia correr o risco de soar mais antiga do que deveria se não trouxesse um olhar diferente em relação ao texto original. Mas uma coisa me impressiona muito no texto: ele não faz concessões para se adequar ao estilo dos folhetins de hoje. Não tem assassinatos misteriosos, ninguém quer roubar a fábrica de ninguém e nenhuma irmã gêmea chega no final da trama (risos). “Éramos Seis” fala com propriedade sobre relações humanas e é isso.

P - Sua personagem tem dificuldade em aceitar as limitações da própria filha, que apresenta distúrbios mentais. Acha que ela é mais uma grande vilã de sua carreira?

P - Ela não quer fazer mal a ninguém, mas posso dizer que é uma mulher má sim pelo modo como trata a Justina (Julia Stockler). Emília é fina, descendente de uma família tradicional, mas se fecha para o mundo depois de dar à luz essa filha com distúrbio mental. Ela não sabe como lidar com essa situação, tem vergonha de ter uma filha com essa condição e tranca a garota, a esconde da família e da sociedade por muitos anos. O pior de tudo é que esse tipo de atitude é mais comum do que se imagina.

P - Como assim?

P - Conheço duas pessoas, que são famosíssimas inclusive, que tiveram filhos com problemas mentais e nunca mostraram ao público. Acho que hoje em dia esses pais e mães fariam diferente. Embora ainda exista muito preconceito, as pessoas conseguem lidar melhor com as diferenças, escolas estão mais receptivas e preparadas.

P - A Emília aparece bastante em “Éramos Seis”. Estava preparada para esse volume de trabalho?

R - Não é nada que eu já não tenha experimentado antes. Quando surgiu o convite, o Silvio de Abreu veio falar comigo sobre o grande espaço que a Emília teria na trama. Ele queria saber se, mesmo com meus problemas de saúde, eu conseguiria dar conta do recado. É claro que minha resposta foi “sim”. Nunca tive medo de trabalhar e não é qualquer adversidade que vai tirar a grande paixão que tenho pelo meu ofício.

P - Há quatro anos que você recebeu diagnóstico de Leucemia Linfóide Crônica e se mantém em constante tratamento. Trabalhar é terapêutico para você?

R - Totalmente. Fico mal quando não tenho nenhum convite. É uma alegria quando me confiam personagens complexos como a Emília, onde posso mostrar tudo o que aprendi ao longo da carreira. É ótimo ver que os autores mudaram seu olhar sobre as atrizes maduras.

P - Em que sentido?

R - Acho que a gente passou por uma fase muito ruim de personagens para atrizes mais velhas. Os novelistas entenderam isso e souberam criar soluções práticas. Aguinaldo (Silva), por exemplo, envelheceu um pouco mais as protagonistas de suas tramas e as colocou na mão de atrizes em que realmente confia. Isso dá uma sobrevida para quem já passou dos 60 e que, com a ajuda de caracterização e muito talento, consegue ter essa versatilidade para interpretar mulheres de idades distintas. Os homens já fazem isso há muito tempo, Tarcísio (Meira) e Tony (Ramos) continuam galãs, por exemplo.

P - Do alto de seus 77 anos, o que a leva a aceitar um papel?

R - Manter meu contrato e garantir meu salário todo mês (gargalhadas). Acho maravilhoso chegar a essa altura da minha vida e ainda ser escalada para papéis que respeitam a minha história. A novela precisa de estrelas e eu estou disposta a trabalhar, isso gera bons encontros.

Susana Vieira (Foto: Divulgação)

Loura gelada

A recente reprise de “Por Amor” na faixa “Vale a Pena Ver de Novo” fez Susana Vieira reviver os tempos de glória de uma das grandes vilãs de sua carreira: a louríssima Branca Letícia. Além de acompanhar a reexibição da trama, a atriz se emocionou com o carinho do público, saudoso das frases e ensinamentos da petulante personagem. “Manoel Carlos é um autor de diálogos incríveis. Acho que também fiz meu trabalho direitinho e foi isso que fez a personagem entrar na história da teledramaturgia. Grande parte das novelas de hoje é apenas um “Oi, tudo bem?”. É só ação, não tem profundidade alguma e isso é triste”, opina.

Por conta da reprise, Susana acabou servindo de inspiração nas redes sociais e protagonizou diversos memes. Assídua em aplicativos como Facebook e Instagram, a veterana se divertiu com as homenagens. “Os jovens de hoje são muito perspicazes. Eles pegam coisas de personagens, entrevistas que dei no passado e até os namorados que tive para criarem essas brincadeiras. Eu adoro!”, conta.

Entre as maiores
Por conta de sucessos como “A Sucessora”, “Anjo Mau” e “Senhora do Destino”, Susana Vieira é uma das grandes atrizes de sua geração, repleta de personagens antológicas divididas em mais de cinco décadas de carreira. “Acho que soube me reinventar a cada novo ciclo da minha vida. Não ficar parada no tempo foi o grande segredo da minha trajetória. Claro que ser espontânea e ter talento ajudou muito. Mas tive amigas melhores que eu”, brinca.

Para a atriz, a intérprete mais completa e talentosa de sua geração foi Marília Pêra, que faleceu em 2015. “Ela iluminava qualquer estúdio. Nós éramos completamente diferentes, mas nos entendíamos muito bem. Para mim, foi a maior e melhor atriz que já tive a oportunidade de assistir”, conta Susana, que contracenou com Marília em produções como “Lua Cheia de Amor” e “Duas Caras”.

Instantâneas

# O nome de batismo de Susana Vieira é Sônia Maria Vieira Gonçalves. A atriz pegou o nome Susana “emprestado” da irmã

# Filha de um militar diplomata, a atriz passou boa parte de sua juventude morando em diversos países como Uruguai, Argentina e Inglaterra.

# Formada em Artes Cênicas pelo Teatro Municipal de São Paulo, Susana fazia parte do corpo de Baile da TV Tupi quando foi chamada para sua primeira novela.

# Ao longo da carreira, a atriz já trabalhou em novelas de outros países como México e Portugal.

Correio B+

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda

Especialista esclarece os fatores que causam a redução capilar e qual o método mais indicado

22/03/2025 16h00

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda

Saúde B+: Por que os homens perdem os fios? Entenda as causas e como lidar com a queda Divulgação/Pinterest

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A perda de cabelo é uma preocupação frequente entre os homens e pode impactar não apenas a aparência, mas também a autoestima, gerando insegurança e afetando as relações pessoais. Mas será que esse problema é inevitável?

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), aproximadamente 42 milhões de brasileiros sofrem com a calvície, e, dentro desse número, cerca de 25% são jovens entre 20 e 25 anos. 

Perder alguns fios de cabelo diariamente é algo normal e faz parte do ciclo natural de crescimento e renovação capilar — cerca de 50 a 100 cem por dia, segundo o Ministério da Saúde.

No entanto, quando há muita queda de cabelo, isso acende um sinal de alerta e merece atenção.

Esse processo pode ser uma perda transitória ou definitiva, dos cabelos ou dos pelos, podendo ocorrer de forma local, regional ou total.

Pensando nisso, para esclarecer melhor essa questão, a especialista da rede, Dra. Maria Carolina Nassif, com especialização em tricologia, explica ao Correio B+ os principais aspectos desse processo:

Principais fatores:

“Essa condição tem forte influência genética e está associada à ação da di-hidrotestosterona (DHT), hormônio que compromete os folículos pilosos, encurtando o ciclo de crescimento dos fios e provocando o afinamento progressivo”, explica a profissional.

Além da herança familiar, outros elementos podem acelerar o problema. “O estresse intenso pode desencadear o eflúvio telógeno, um quadro que acarreta diminuição difusa. Além disso, desequilíbrios hormonais, deficiência de nutrientes e uma alimentação inadequada afetam”, destaca.

Como tratar e prevenir e tratamento:

“Nos estágios mais avançados da alopecia androgenética, também conhecida como calvície, nem sempre apenas com o uso de medicamentos funciona. Nesses casos, o transplante capilar é a melhor alternativa, por ser a técnica mais segura e duradoura”, afirma a tricologista.

Ela também reforça a importância dos cuidados diários. “Manter uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e evitar hábitos prejudiciais, como banhos muito quentes e o uso excessivo de produtos, como shampoos com sulfatos, sprays fixadores com álcool, alisantes e tinturas frequentes, podem danificar o couro cabeludo, são medidas necessárias para preservar a vitalidade dos cabelos” orienta.

Por fim, buscar por um acompanhamento médico é ideal. “Cada pessoa tem um tipo de fio e um histórico genético diferente. O ideal é procurar uma clínica especializada para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado”, conclui a médica.

 

Correio B+

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação

Empresária e especialista com 16 anos de experiência no turismo, oferece dicas essenciais para garantir conforto e segurança às gestantes durante o voo.

22/03/2025 14h00

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação

Destinos B+: Saiba como garantir uma viagem tranquila de avião durante a gestação Foto - Pinterest

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Viajar de avião durante a gestação exige cuidados específicos para garantir o conforto e a segurança tanto da futura mãe quanto do bebê. Com um planejamento adequado e algumas medidas simples, é possível desfrutar da viagem com tranquilidade e bem-estar.

Para ajudar as gestantes nesse processo, o B+ conversou com Suelen Miura, empresária e agente de viagens com mais de 16 anos de experiência, compartilha dicas essenciais para uma jornada segura e confortável.

"Seguindo algumas recomendações, a gestante pode viajar com mais segurança, aproveitando cada momento do voo com serenidade. O mais importante é respeitar os limites do corpo, garantindo que tanto a mãe quanto o bebê estejam bem cuidados ao longo de toda a viagem", explica.

Confira as principais orientações:

A empresária também destaca a importância de consultar sempre o seu médico e verificar se ele autoriza a viagem, garantindo que esteja tudo bem com a gestante e com o bebê. Até a 28ª semana de gestação, não é necessário apresentar atestado para viajar. Portanto, se o médico liberar, está tudo certo para seguir viagem.

Hidratação é fundamental

Manter-se bem hidratada é uma das principais recomendações de Suelen para gestantes que vão viajar de avião. "O ar seco da cabine pode causar desconforto e até agravar o inchaço, por isso é essencial beber bastante água durante o voo", orienta.

Além disso, ela alerta que alimentos e bebidas específicas podem intensificar esses efeitos. "Evitar cafeína e alimentos excessivamente salgados faz diferença, pois ambos podem contribuir para a retenção de líquidos e aumentar o desconforto", acrescenta. Essas precauções simples ajudam a manter o equilíbrio do organismo, proporcionando uma experiência mais tranquila.

Movimentação regular e uso de meias de compressão

Em voos longos, movimentar-se regularmente é essencial para melhorar a circulação sanguínea e prevenir desconfortos como câimbras e inchaços. O ideal é levantar-se a cada duas horas para caminhar pelo corredor.

Para proteção extra, o uso de meias de compressão é altamente recomendado, pois elas ajudam a reduzir o risco de trombose, especialmente em viagens prolongadas. Como Suelen Miura enfatiza, "essas medidas simples e eficazes garantem mais conforto e segurança durante a viagem."

Alimentação equilibrada

Uma alimentação equilibrada também desempenha papel fundamental no bem-estar da gestante. Evitar longos períodos sem comer é essencial para manter os níveis de energia e prevenir enjoos ou mal-estar.

Suelen recomenda levar snacks saudáveis, como frutas secas, oleaginosas e barrinhas naturais, para garantir uma alimentação prática e nutritiva ao longo do voo. "Fazer pequenas refeições ajuda a manter o equilíbrio, evitando quedas de glicose que podem causar tontura ou fadiga", explica.

Planejamento para uma viagem tranquila

Além dos cuidados durante o voo, o planejamento de toda a viagem é crucial. A gestação impõe novas necessidades e limitações, tornando necessário um ajuste no roteiro. É essencial moderar as atividades no destino e garantir momentos de descanso para assegurar uma experiência mais confortável e segura.

"Garantir períodos de descanso e organizar o itinerário de forma eficiente ajuda a tornar a viagem mais tranquila e prazerosa, sem comprometer o bem-estar da futura mamãe", conclui Suelen Miura.

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