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Mesmo com recorde de queimadas, MS expande área com baixa emissão de carbono

Levantamento, foi feito pelo Ministério da Agricultura, foram contratados 167 mil hectares de área para utilização das práticas sustentáveis

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Mesmo que recordes de queimadas registrados no Pantanal, o Mato Grosso do Sul foi o Estado brasileiro que mais expandiu área com a adoção de práticas de baixa emissão de carbono, nos meses de setembro a outubro de 2020. Segundo levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foram contratados 167 mil hectares, a partir de R$ 163,9 milhões em recursos contratados, financiados pelo programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC).  

Apesar desse bom índice, o estado registrou recorde nos incêndios florestais, principalmente no Pantanal que teve 20% do bioma consumido pelas chamas, conforme apontado pelo PrevFogo, órgão vinculado Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recurso Naturais (Ibama).  

Baixa emissão de carbono

Os dados do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros), com base no sistema Sicor do Banco Central, avaliaram o impacto da contratação de financiamento dentro do Programa ABC no primeiro trimestre do atual ano-safra.

No período, as operações brasileiras totalizaram R$1,068 bilhão, aumento de 36,8% em relação a julho-setembro de 2019. O número de contratos também cresceu, de 796 para 1.202 (51%).

O aumento é consequência da ampliação em R$ 400 milhões do recurso para o programa dentro do Plano Safra 2020-2021, que soma R$ 2,5 bilhões.  

Conforme o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, destacou que o estímulo do Governo Federal à agricultura de baixo carbono está bastante alinhado com o programa Carbono Neutro do Governo do Estado.

“Também temos financiamento do FCO Verde que contribui para a utilização de técnicas de baixo carbono e isso mostra que o produtor está muito consciente das práticas que deve adotar em termos de ILPF. O Brasil vem mostrando que sua agricultura é capaz de diminuir a emissão de carbono, através das tecnologias definidas e que a gente começa a consolidar o processo. Fundamental que o Mapa tenha linhas de crédito, como tem disponibilizado para consolidar o Código Florestal Brasileiro, como tem metodologia e pesquisa para avançar”, afirma.

Crescimento nacional

Ainda conforme o levantamento do Mapa sobre o Programa ABC, o Centro-Oeste lidera em valor contratado e área financiada, com R$ 361,6 milhões em uma área superior a 271,4 mil hectares (área maior do que foi financiado em todo o Brasil no mesmo período do ano-safra anterior).

Os produtores rurais de Mato Grosso foram os que mais buscaram o financiamento, seguido de Minas Gerais (R$ 156,3 milhões) e Goiás (R$ 116,5 milhões). Quanto à área financiada, depois de Mato Grosso do Sul aparece o Mato Grosso (66,8 mil ha) e Minas Gerais (46,1 mil ha).

O Programa ABC também oferta a linha de financiamento ABC Ambiental para que o produtor rural possa se adequar ao Código Florestal, por meio da recuperação de reserva legal, áreas de preservação permanente, recuperação de áreas degradadas e implantação e melhoramento de planos de manejo florestal sustentável.

Desde julho, os produtores podem financiar a aquisição de cotas de reserva ambiental, medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (ABC Ambiental - Resolução CMN n° 4.105 de 28/6/2012).  

Os financiamentos para recomposição de reserva legal têm taxa de juros de 4,5% ao ano, menor taxa empresarial do Plano Safra.