Economia

RELAÇÃO COMERCIAL

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"A China é um mercado prioritário para MS. É fundamental manter o bom tom", diz secretário

Após comentário do deputado Eduardo Bolsonaro, embaixada chinesa disse que o Brasil pode arcar com consequências negativas

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A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, igualmente importante para Mato Grosso do Sul. O país asiático é o destino de mais de 50% da exportação sul-mato-grossense.

 O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou incômodo diplomático ao acusar o país de espionagem. 

A embaixada chinesa, por sua vez, afirmou que o Brasil pode arcar com consequências negativas. Para o Estado, manter o bom relacionamento com os chineses é fundamental.

“Quando se discute a questão das relações comerciais, nós importamos muito da China, tem muita cadeia industrial de suprimentos que depende de insumos que vem da China, a vacina [da Covid-19] é um exemplo. Todos os insumos para qualquer vacina passam necessariamente pela China. Então é fundamental que se mantenha em bom tom todas as relações comerciais e principalmente as relações diplomáticas que estão sendo discutidas”, explica o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.  

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De janeiro a outubro de 2020, Mato Grosso do Sul negociou US$ 5,050 bilhões com as exportações

A China foi o destino de 47,82% do volume negociado, o que representa US$ 2,414 bilhões. De acordo com o secretário, o bom relacionamento do Estado com o país asiático é uma prioridade.

“O Brasil tem feito um excelente trabalho na abertura de novos mercados, mas o mercado chinês é fundamental. Quando a gente olha para Mato Grosso do Sul a gente continua com uma participação de 50%, colocando Hong Kong vai para praticamente 54% do total das exportações. É um mercado prioritário para Mato Grosso do Sul, pretendemos continuar ampliando e diversificando”, analisa Verruck.  

Especialista em comércio exterior, Aldo Barrigosse acredita que caso houvesse algum abalo entre o país e Mato Grosso do Sul o efeito seria incalculável. 

“O impacto será gigante caso isso venha a acontecer, pois a China é nosso principal comprador. Eles são mais que fundamentais, são essenciais”, considera.  

Polêmica

Conforme divulgado pelas agências de notícias, o deputado Eduardo Bolsonaro fez menção à adesão simbólica do Brasil à Clean Network (Rede Limpa), iniciativa diplomática do governo Donald Trump para tentar frear o avanço de empresas chinesas no mercado global de 5G. 

O filho do presidente Jair Bolsonaro celebrou o fato como um sinal de que o Brasil “se afasta da tecnologia da China”.  

“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu o parlamentar, na segunda-feira (23). E ainda listou o Partido Comunista Chinês como “entidade agressiva e inimiga da liberdade”.

Segundo informações do Estadão Conteúdo, a Embaixada chinesa em Brasília reagiu à acusação. Pequim acionou o Itamaraty para reclamar da publicação do deputado nas redes sociais, posteriormente apagada por ele.

 Para a diplomacia chinesa, o parlamentar “solapou” a relação amistosa entre os países com declarações “infames”, e o Brasil poderá “arcar com consequências negativas”. Esse é o segundo atrito diplomático com a China criado pelo deputado, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Em nota, a embaixada descreve como desrespeitosa e fala em prejuízo à imagem brasileira. 

“Na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”, escreveu a embaixada e ainda complementou.

“Acreditamos que a sociedade brasileira, em geral, não endossa nem aceita esse tipo de postura. Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

Consequências

Para o secretário, a relação diplomática não deve interferir nos acordos comerciais entre os países, mas é importante que barreiras não sejam criadas. 

“Então obviamente que a China só vai reagir sob o ponto de vista comercial caso o Brasil estabeleça barreiras ou restrições à China. Hoje, o Brasil tem produtos a exportar, a China é demandante, então neste momento as relações diplomáticas não vão afetar [os acordos comerciais] por interesse dos dois países. Mas sempre essa discussão cria um processo de não harmonização com a China, ela acaba prejudicando pontualmente algumas questões”, pontuou Verruck, que ainda mencionou que o governo deve trabalhar para manter o bom relacionamento.  

“Acredito que tanto o Ministério do Desenvolvimento quanto da Economia e da Agricultura vão continuar fazendo o trabalho de colocar ‘panos quentes’ em função do interesse nacional. Não entrar na pauta diplomática, deixar essa discussão para o ministério das Relações Exteriores e continuar caminhando e trilhando essas relações comerciais nessa questão do mercado. Esses ministérios vão fazer isso entendendo a importância da balança comercial, a importância do mercado chinês para o Brasil e a importância do mercado brasileiro para a China”, finaliza o titular da Semagro.  

O especialista em comércio exterior acredita que o futuro das negociações com a potência asiática deve continuar próspero.

 “A China também tem interesse nesta relação comercial conosco. Na minha visão, não deverá acontecer um rompimento, pois temos boa relação comercial com eles, existem interesses comuns entre as partes”, conclui Barrigosse.  

Dados da balança comercial de Mato Grosso do Sul apontam que em todo o ano de 2019 o envio de produtos como soja, celulose e carnes ao exterior culminou em US$ 5,217 bilhões negociados.

Em termos de destino das exportações houve uma concentração nas exportações para a China, representando em 41,69% do valor total das exportações do ano passado, ou US$ 2,175 bilhões negociados.

IBGE-Pesquisa

Rendimento médio per capita de MS é o maior da série histórica

Em 2023, ocorreu um crescimento de (6,5%), estimado em R$ 1.990,00

19/04/2024 16h20

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta-feira (19) os valores dos rendimentos domiciliares per capita, referentes ao ano de 2023, com base nas informações referentes a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios Contínua - PNAD Contínua.

O rendimento médio per capita domiciliar em Mato Grosso do Sul é o maior da série histórica (6,5%), estimado em R$ 1.990.

Durante a pandemia de Covid-19, o rendimento per capita diminuiu para (5,6%), em 2020 e (8,3%) em 2021, estimado em R$ 1.639, o 2º menor valor da série. Em 2022, o rendimento médio domiciliar apresentou crescimento (12,3%) sendo estimado em R$ 1.868.

Conforme a pesquisa (64%) da população tinha algum rendimento, colocando o Estado como 8º maior no ranking entre as Unidades da Federação. Com relação à renda em 2023, o indicativo apontou 2,8 milhões de pessoas residentes em Mato Grosso do Sul desempenham alguma atividade, enquanto em 2022 o quantitativo era de 2,5 milhões. 

Rio Grande do Sul lidera com (70,3%) e em nove oportunidades apresentou a maior estimativa da série histórica iniciada em 2012, enquanto Acre e Amazonas, as menores (51,5% e 53,0%, respectivamente). 

Rendimento

O levantamento aponta que em 2023, o número de pessoas que possuíam rendimento, levando em consideração todas as modalidades de trabalho, em Mato Grosso do Sul correspondia a  50,4% da população residente (1,4 milhão de pessoas).

"Rendimento relacionado a outras fontes foram de  22,3% (631 mil) dos residentes possuíam, em 2023, alguma fonte de rendimento diferente de trabalho, enquanto, em 2022, essa estimativa era de 21,3% (595 mil)". 

 

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Crédito rural

Prazo para renegociação de dívida de investimento vai até 31 de maio

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões

19/04/2024 15h00

Em MS, podem renegociar os produtores de soja, milho e bovinocultura de leite e de carne. Arquivo/Correio do Estado

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Os produtores rurais que foram prejudicados por intempéries climáticas ou queda de preços agrícolas têm prazo até 31 de maio para renegociar dívidas do crédito rural para investimentos. A informação é do Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em medida aprovada, com apoio do Ministério da Fazenda, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em março passado.

Segundo o comunicado, com a iniciativa, as instituições financeiras poderão adiar ou parcelar os débitos que irão vencer ainda em 2024, relativos a contratos de investimentos dos produtores de soja, de milho e da pecuária leiteira e de corte. Neste contexto, as operações contratadas devem estar em situação de adimplência até 30 de dezembro de 2023.

A renegociação autorizada abrange operações de investimento cujas parcelas com vencimento em 2024 podem alcançar o valor de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios.

Caso todas as parcelas das operações enquadradas nos critérios da resolução aprovada pelo CMN sejam prorrogadas, o custo será de R$ 3,2 bilhões, distribuído entre os anos de 2024 e 2030, sendo metade para a agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial. O custo efetivo será descontado dos valores a serem destinados para equalização de taxas dos planos safra 2024/2025.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse na nota: "Problemas climáticos e preços achatado trouxeram incertezas para os produtores. Porém, pela primeira vez na história, um governo se adiantou e aplicou medidas de apoio antes mesmo do fim da safra".

Confira abaixo as atividades produtivas e os estados que serão impactados pela medida:

soja, milho e bovinocultura de carne: Goiás e Mato Grosso;

bovinocultura de carne e leite: Minas Gerais;

soja, milho e bovinocultura de leite: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina;

bovinocultura de carne: Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins;

soja, milho e bovinocultura de leite e de carne: Mato Grosso do Sul;

bovinocultura de leite: Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Para enquadramento, os financiamentos deverão ter amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e dos demais programas de investimento rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como das linhas de investimento rural dos fundos constitucionais.

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