A perspectiva de crescimento de 2,6% na produção nacional de grãos na safra 2010/2011 elevaram as previsões para o Valor Bruto da Produção (VBP), que deve fechar o ano de 2011 em R$ 271,7 bilhões, um crescimento de 7,2% em relação ao montante de R$ 253,4 bilhões de 2010. A previsão foi divulgada hoje pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A estimativa anterior, divulgada em dezembro, projetava em R$ 261,17 bilhões o VBP da agropecuária em 2011.
Além do aumento no volume produzido, a elevação dos preços dos produtos agropecuários no mercado interno e externo determinou a revisão para cima na estimativa para o VBP em 2011. O desempenho do setor no mercado externo é comprovado pelo crescimento de 34,6% para US$ 15,2 bilhões no saldo exportado em janeiro de 2011 na comparação com o resultado do mesmo mês de 2010, mostra análise da CNA para os dados da balança comercial.
O levantamento mostra aumento significativo dos preços de grãos e carnes no mercado internacional em função da crescente demanda por produtos agrícolas, notadamente em países em desenvolvimento como China, Rússia e Índia, explica a superintendente técnica da CNA, Rosemeire Cristina dos Santos. Acrescenta que o consumo de alimentos em países desenvolvidos também tem retomado o ritmo de crescimento registrado no período que antecedeu a crise financeira internacional de 2008.
A análise segmentada da estimativa para o VBP mostra que o valor bruto dos produtos agrícolas pode somar R$ 169,2 bilhões em 2011, ganho de 5,6% em relação aos R$ 160,3 bilhões que remuneraram o setor em 2010. O destaque para esse grupo, que responde por 62,3% do VBP do setor agropecuário, é o algodão. O faturamento dos produtores de algodão pode somar R$ 4,6 bilhões em 2011, aumento de 54,8%, calcula a CNA.
O VBP do setor pecuário deve somar R$ 102,5 bilhões em 2011, crescimento de 10% em relação ao valor de R$ 93,2 bilhões obtido pelo setor no ano passado. O bom desempenho se deve à expectativa de variação positiva dos preços dos principais produtos pecuários. Só para a carne bovina, a expectativa é de aumento de 15% nos preços, o que deve garantir faturamento bruto de R$ 50 bilhões ao setor neste ano.