Economia

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BNDES registra lucro recorde de R$ 10 bilhões

BNDES registra lucro recorde de R$ 10 bilhões

agência brasil

21/03/2011 - 16h31
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) obteve, no ano passado, lucro líquido recorde de R$ 9,9 bilhões. A expansão foi de 47,2% em relação a 2009 (R$ 6,7 bilhões), de acordo a instituição.

Segundo a chefe do Departamento de Contabilidade do BNDES, Vânia Borgerth, o resultado foi alcançado graças a três fatores. Um deles foi a Receita com Reversão para Risco de Crédito, de R$ 2,9 bilhões. Isso ocorreu graças à recuperação de créditos no montante de R$ 2,3 bilhões. Em 2009, o banco havia provisionado R$ 6 milhões para despesas com risco de crédito.

Essa é uma linha de despesa, esclareceu Vânia. “É algo que você faz como se fosse um colchão sobre expectativa de perda ou de risco de cada cliente.” Como o banco recuperou créditos antigos em 2010 que estavam provisionados, “aquilo que no passado eu tinha constituído de provisão para essa perda tem que ser revertido, porque já não tem sentido constituir esse colchão de prudência, dado que o crédito foi recuperado”. Quando se reverte essa provisão, ela entra como receita. Foi o que ocorreu em 2010, disse hoje a chefe do Departamento de Contabilidade do BNDES.

Outro fator positivo foi o crescimento, em relação a 2009, de 54,4% do Resultado com Participações Societárias, que atingiu R$ 2,2 bilhões em 2010. Para isso, contribuiu o aumento de 179,5% obtido com alienações de participações acionárias, em função da melhoria das condições de mercado, cujo resultado subiu de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,2 bilhões no período.

Vânia destacou um terceiro motivo que levou ao lucro recorde do banco no ano passado. Foi a expansão do Produto Bruto de Intermediação Financeira em R$ 1,2 bilhão, ou equivalente a 20,9%. O crescimento pode ser explicado pela ampliação da carteira de crédito e de títulos e valores mobiliários do banco. Com isso, a carteira de crédito do BNDES totalizou R$ 362 bilhões em 2010, superando em 27,5% a do ano anterior.

Ela afirmou que a expansão é natural, uma vez que os desembolsos do BNDES aumentaram nos últimos anos. “Você pratica spreads (diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos a clientes e as taxas pagas pelos bancos nas captações de recursos) baixos, mas o que você não ganha em termos de receitas de juros, ganha em função do aumento do volume de intermediação financeira. Então, isso vai dar um ganho natural para você.”

Em dezembro do ano passado, o patrimônio líquido do sistema BNDES alcançou R$ 65,9 bilhões. Isso corresponde a um patrimônio de referência de R$ 83,1 bilhões. Em 2009, esse valor era de R$ 54 bilhões. Segundo o banco, o patrimônio de referência (PR) é a base que o Banco Central usa para definir limites prudenciais que devem ser seguidos por todas as instituições financeiras para a concessão de financiamentos. Significa que quanto maior for o patrimônio de referência de um banco, maior sua capacidade de conceder empréstimos.

O desempenho do BNDES em 2010 mostra ainda que o nível de inadimplência caiu de 0,20%, apurado em 2009, para 0,15% da carteira total, em dezembro de 2010. A chefe do Departamento de Contabilidade do BNDES admitiu a possibilidade de haver uma queda relevante da inadimplência nos próximos meses, porque “não tivemos grandes clientes se tornando inadimplentes no exercício de 2010”.

Os ativos do Sistema BNDES totalizaram R$ 549 bilhões no ano passado. O aumento observado foi de 42% em comparação ao mesmo período de 2009 e resultou dos repasses de recursos efetuados pelo Tesouro Nacional, no montante de R$ 105 bilhões.

Economia

Crise no arroz contrasta com uma boa safra brasileira de grãos

Mesmo sendo o segundo maior exportador de arroz fora da Ásia, o Brasil ainda precisa importar o grão em períodos de escassez

16/11/2025 09h43

 A dualidade revela gargalos de competitividade e logística.

A dualidade revela gargalos de competitividade e logística. Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Mesmo com o País caminhando rumo an uma nova safra recorde de grãos, o arroz vive o oposto - área e produção caem no momento em que o custo de produção supera o preço pago pela saca.

O desânimo dos produtores gaúchos mostra o lado menos visível da bonança agrícola. No Rio Grande do Sul, que produz mais de 70% de todo arroz brasileiro, a previsão é de queda de 10% na área plantada.

O presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, Edinho Fontoura, resume o dilema vivido pelos produtores. "A saca de arroz está na faixa de R$ 50, mas o custo de produção chega a R$ 90. O produtor sabe que está pagando caro para trabalhar, mas não deixa de plantar porque é persistente."

Levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) mostra que mais de 70% das áreas de cultivo no Estado foram semeadas, cobrindo 640 mil hectares, indicando que a previsão de 920 mil hectares na safra 2025/26 não será atingida.

Na anterior, o cultivo total chegou a 970 mil hectares. Além da redução na área plantada, muitos agricultores estão descapitalizados e investem menos em adubação devido ao alto custo dos insumos.

Os produtores gaúchos vêm de cinco anos agrícolas ruins: foram quatro estiagens severas e ao menos uma grande enchente.

Dados do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Agricultura (Cepea) explicam o desalento do produtor gaúcho. A saca de 50 quilos teve média de R$ 58 em outubro, 6,2% inferior à do mês anterior e 51,4% abaixo do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, a queda nominal é de 43,2%.

O agricultor Arno Walter Lausch, de Maçambará, no centro-oeste do Estado, conclui o plantio de 1,2 mil hectares na Fazenda Celeiro e espera que até a safra ocorra uma reação nos preços. "Somos produtores de alta tecnologia, que tem um custo muito alto. O arroz é importante para a rotação de culturas, pois melhora o solo onde vamos plantar também milho e soja. A gente espera que os preços melhorem e nosso trabalho seja reconhecido "

Referência do agro no centro-oeste gaúcho, o grupo Lausch cultiva em outras quatro áreas próprias e arrendadas. Cristiano Marques Lausch, filho de Arno e administrador do grupo, lembra que foram feitos altos investimentos para irrigar toda a produção de arroz. "Investimos quando os preços estavam bons e agora fica difícil pagar o investimento com os recursos da lavoura, devido aos preços baixos", diz.

Mão dupla

Mesmo sendo o segundo maior exportador de arroz fora da Ásia, o Brasil ainda precisa importar o grão em períodos de escassez. A dualidade revela gargalos de competitividade e logística.

Na safra passada, o País produziu 12,8 milhões de toneladas, acima do consumo interno, na faixa de 11 milhões. Na próxima, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume deve cair para 11,4 milhões, cerca de 10% menos.

Com os baixos preços internos, o País pode ampliar as exportações de arroz. A Conab prevê um crescimento de 31% para 2,1 milhões de toneladas no volume enviado para o exterior este ano devido ao excedente no mercado interno.

Este ano, o arroz brasileiro foi levado principalmente para países africanos, como Senegal e Gâmbia, e americanos, como Cuba e Peru.

Do outro lado, as importações devem se manter estáveis, em 1,4 milhão de toneladas. O País compra arroz principalmente de vizinhos, como Argentina, Paraguai e Uruguai, nossos principais fornecedores.

Conforme a companhia, a importação de arroz é necessária para regular o mercado interno, evitando que haja escassez e alta excessiva de preços quando nossa produção não atinge o volume esperado.

Quando ocorre o inverso, com excesso de produção e queda de preços, o governo pode realizar leilões de compras para aumentar seu estoque do cereal e ajudar o agricultor a desencalhar sua produção.

Neste ano, foram investidos R$ 300 milhões em operações de contratos para compra de 200 mil toneladas do cereal. O preço pago é maior que o do mercado.

Abastecimento

O arroz é um componente indispensável na cesta básica do brasileiro e há esforços para aumentar o consumo. No dia 27 de outubro, a Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz) lançou a campanha Arroz Combina, voltada à valorização do produto no mercado doméstico.

Além de colocar o alimento no centro do prato do brasileiro, a ação busca equilibrar oferta e demanda no País: o consumo interno se manteve estável nos últimos anos, enquanto a produção aumentou, gerando desequilíbrio nos preços.

Em outra frente, a indústria trabalha para abrir novos mercados. Por meio do projeto de exportação Brazilian Rice, desenvolvido em parceria com ApexBrasil, a Abiarroz atua em missões e feiras internacionais e realiza ações de aproximação com compradores estrangeiros.

Nos últimos meses, representantes do setor industrial orizícola participaram de agendas em países como México e Nigéria integrando missões organizadas pelo governo. Também foram recebidos importadores mexicanos no Rio Grande do Sul.

Em outubro, o arroz brasileiro esteve com estande próprio na Foodex Saudi Expo, em Riad, na Arábia Saudita, e participa, ainda este ano, da US Private Label Trade Show, nos Estados Unidos.

Etanol

Enquanto o arroz perde espaço nas lavouras, ganha novas aplicações industriais. Casca e farelo viram fonte de energia e biodiesel, e o grão busca novo valor em uma economia de baixo carbono. De acordo com o presidente do Irga, Eduardo Bonotto, o arroz tem potencial para entrar na cadeia produtiva do etanol de cereal, com o milho e o trigo.

A produção do combustível já acontece em algumas plantas com o aproveitamento do arroz quebrado no processo de beneficiamento, que tem menor valor comercial.

Além disso, subprodutos do beneficiamento de arroz podem ser melhor aproveitados: o farelo na produção de biodiesel e a casca, na queima direta como combustível para as caldeiras.

"Já temos várias plantas de biocombustível operando no Rio Grande do Sul, e outras estão em processo de instalação. Algumas já queimam a casca do arroz, o que reduz o consumo de árvores nesse processo. É um novo mercado sustentável que se abre para o produtor de arroz", diz Bonotto.

 

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COMBUSTÍVEL

Procon aponta variação de quase 15% na gasolina entre postos de Campo Grande

Mesmo com disparidade entre postos, comparativo mensal indica que valores se mantiveram estáveis

15/11/2025 11h15

A diferença aparece com clareza na comparação dos postos que operam nas extremidades da tabela

A diferença aparece com clareza na comparação dos postos que operam nas extremidades da tabela Divulgação

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Em pesquisa de preços divulgada pelo Procon-MS nesta sexta-feira (14), a gasolina comum ganhou destaque como o combustível com maior diferença de valores entre os postos de Campo Grande. O levantamento, realizado no dia 10 de novembro, percorreu 23 estabelecimentos e identificou variação de até 14,87% no pagamento a crédito, valor que continua sendo o mais elevado entre todos os produtos monitorados.

A diferença aparece com clareza na comparação dos postos que operam nas extremidades da tabela. Em alguns casos, a gasolina comum chegou a R$ 6,49 no crédito, como no Auto Posto Ecológico, enquanto estabelecimentos como o Posto São José/ Tork Oil (R$ 5,65) registraram os menores valores. Já no pagamento à vista, a gasolina comum também apresentou oscilação significativa, chegando a 11,52%.

A gasolina aditivada seguiu comportamento semelhante e fechou o mês com variação média de 14%, tanto no débito quanto no crédito.

Demais combustíveis

O etanol comum teve oscilação interna de 8,13% no débito e 11,73% no crédito. Já a versão aditivada registrou variação mais baixa no valor à vista, cerca de 5%, apesar de que apenas dois postos disponibilizaram o produto.

Entre os derivados de diesel, o destaque foi o diesel S10 aditivado, com a menor diferença identificada no mês: 3,34% no pagamento à vista. O diesel comum variou entre 7% e 11% dependendo da forma de pagamento.

O GNV segue estável há quatro meses consecutivos, desta vez com oscilação média de 4,45%, variando entre R$ 4,49 e R$ 4,69, como observado em postos como o Posto Jackeline (R$ 4,49) e o Paulista (R$ 4,69).

Comparativo mensal

Apesar das grandes diferenças entre os postos, o comparativo divulgado pelo Procon-MS mostra que, na média geral, os preços permaneceram praticamente estáveis de um mês para outro.

De acordo com o relatório, a gasolina comum manteve exatamente a mesma média em pagamentos à vista: R$ 5,80 em outubro e R$ 5,80 em novembro. No crédito, houve uma leve queda de 0,34%, passando de R$ 5,95 para R$ 5,93.

A gasolina aditivada apresentou discreto aumento de 0,17% no pagamento em dinheiro, e estabilidade total no crédito. O etanol, tanto comum quanto aditivado, teve variação zero entre os dois meses. A mesma estabilidade se repetiu no diesel S500, diesel S10 e no GNV, todos mantendo exatamente os mesmos valores médios registrados em outubro.

Recomendações do Procon

O Procon-MS orienta que o consumidor privilegie o abastecimento no início da manhã ou no fim da tarde, quando há menor evaporação do combustível devido às temperaturas mais amenas. Também recomenda observar se o posto exibe o selo da ANP, comparar preços no trajeto habitual e desconfiar de valores muito abaixo da média de mercado.

Além disso, o órgão reforça a importância de evitar rodar com o tanque na reserva, comportamento que pode danificar o sistema de alimentação do veículo.

A lista completa de preços por região e por posto está disponível no site oficial do Procon-MS, vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD).

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